Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

México começa 2012 com assassinato de repórter

No mesmo dia em que o México foi considerado o país mais perigoso do mundo para jornalistas, de acordo com um estudo do Instituto Internacional de Imprensa (IPI), um grupo armado assassinou o repórter Raúl Régulo Garza Quirino no estado de Nuevo León, norte do México.

O primeiro jornalista assassinado no país em 2012 trabalhava para o semanário local La Última Palabra, em Cadereyta, nos arredores da cidade de Monterrey. Ele também era funcionário da Secretaria de Desenvolvimento local e voluntário da Cruz Verde.

Segundo testemunhas, o jornalista conduzia seu carro em alta velocidade para tentar escapar da perseguição de um grupo armado que atirava em sua direção. Seu corpo foi encontrado dentro do carro, em frente a uma oficina mecânica de propriedade de seus familiares. Os peritos encontraram 15 balas no local do crime.

As autoridades afirmaram que o assassinato pode ter sido motivado por uma tentativa de assalto ou por uma troca de identidades na qual a vítima teria sido confundida com um integrante de uma gangue rival. Cadereyta – localizada a 37 quilômetros da terceira maior cidade do México– possui uma das maiores refinarias de petróleo do norte do país e é dominado pelo narcotráfico e contrabando de gasolina, atividades controladas pelo grupo criminoso Los Zetas. Desde 2007, 38 trabalhadores da empresa nacional Petróleos Mexicanos (Pemex) estão desaparecidos na região.

O caso despertou críticas de organizações de defesa da imprensa. “Esperamos que o número de jornalistas mexicanos assassinados em uma década não alcance o total de 100 em 2012, um ano eleitoral”, publicou a organização Repórteres Sem Fronteiras. “O país deve evitar este sinistro símbolo tomando as medidas necessárias para lutar contra a impunidade”, observaram a RSF e o Centro de Jornalismo e Ética Pública (CEPET).

Com 10 jornalistas assassinados em 2011 (um a mais que o Iraque), o México subiu para o primeiro lugar entre os países mais perigosos para o trabalho da imprensa, segundo o IPI, enquanto a América Latina foi a região mais perigosa para o jornalismo. Confira o mapa com os ataques contra jornalistas e veículos de imprensa no México. Informações de Tania Lara [Knight Center for Journalism in the Americas, 9/1/12].