Wednesday, 15 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Em visita ao país, Obama defende liberdade na rede

Em sua primeira viagem à China, o presidente Barack Obama surpreendeu ao cutucar a falta de liberdade na internet. ‘Eu acho que, quanto maior o fluxo livre de informações, mais forte se torna a sociedade, porque aí os cidadãos de países em todo o mundo podem fiscalizar seus governos’, afirmou o líder americano em um encontro com estudantes. ‘Eles [os cidadãos] podem começar a pensar sozinhos’.

A campanha de Obama fez grande uso da rede no ano passado e seu governo costuma usar a ferramenta para enviar mensagens aos cidadãos americanos. O presidente deixou claro que os EUA não têm o intuito de tentar impor sistemas de governo a outras nações, mas ressaltou que liberdade de expressão e de religião, acesso à informação e participação política irrestrita devem ser vistos como ‘direitos universais’.

Obama se disse ainda contra a censura. ‘Eu sei que países diferentes têm tradições diferentes. Mas posso dizer a vocês que o fato de termos acesso livre à internet é uma fonte de força, e acho que isso deveria ser encorajado’. O presidente pareceu também querer deixar uma mensagem às autoridades chinesas quando afirmou que a liberdade de debate – incluindo críticas irritantes – fazem dele um líder melhor ‘porque me força a ouvir opiniões que não quero ouvir’.

A China tem mais de 250 milhões de internautas e um dos maiores sistemas de controle sobre o conteúdo na rede. O país é criticado por ter a chamada ‘Grande Muralha da China’ online, tecnologia que permite censurar o acesso a informações consideradas sensíveis ao governo. O encontro de Obama com os estudantes não foi exibido ao vivo na TV chinesa; foi mostrado apenas em emissoras locais de Xangai e transmitido pela internet em dois grandes portais nacionais, mas com péssima qualidade de som e imagem. Informações de Charles Hutzler [Associated Press, 16/11/09].