Wednesday, 15 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

‘O rádio é um veículo eficiente para projetos educativos’

A Central Brasileira de Notícias (CBN) é hoje a maior rede de emissoras all news do Brasil, transmitindo via satélite 24 horas de jornalismo. Criada em outubro de 1991, a CBN está presente nas principais cidades e capitais do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Na pauta: os principais assuntos nacionais e internacionais.

Embora tenha sua programação voltada para ouvintes na faixa etária de 25 a 50 anos, a emissora se preocupa em discutir assuntos voltados para a questão da criança e da adolescência, pois acredita que seus ouvintes sejam formadores de opinião e têm o poder de fazer mudanças.

Em entrevista ao site da 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes (CMMCA), a diretora-executiva da CBN, Mariza Tavares, afirma que o rádio é um meio de comunicação que pode, de fato, contribuir para a produção de uma mídia de qualidade para crianças e adolescentes. ‘As possibilidades são muitas, embora a televisão – com a sedução da imagem – seja o veículo preferido das crianças. Infelizmente, a mágica do rádio, que é exercitar a imaginação das pessoas, não vem sendo usada para este público’.

Qual o papel do rádio na sociedade da informação?

Mariza Tavares – O rádio consegue aliar a instantaneidade da notícia, que é veiculada em tempo real, com uma relação intimista com o ouvinte. O rádio é portátil, simples, e, justamente por ser menos complexo que a TV e o jornal, pode garantir informação de qualidade com rapidez, em qualquer lugar, sem perder as características locais de cada região. Basta lembrar que há mais de três mil emissoras, entre AMs e FMs, no país.

Quais são as possibilidades deste veículo de comunicação na produção de uma mídia de qualidade para crianças e adolescentes?

M.T. – São muitas, embora a televisão – com a sedução da imagem – seja o veículo preferido das crianças. Infelizmente, a mágica do rádio, que é exercitar a imaginação das pessoas, não vem sendo usada para este público. Principalmente no interior do país, o rádio pode ser utilizado para resgatar e preservar a cultura local das comunidades. Além disso, como o rádio pode aliar entretenimento e informação, é um veículo eficiente para projetos educativos.

Crianças e adolescentes escutam rádio? Há alguma pesquisa nesta área?

M.T. – Adolescentes escutam rádio e há um segmento musical de FMs totalmente voltado para eles. No entanto, praticamente não há conteúdo algum além do musical. O Ibope faz medições nos grandes centros e mapeia os ouvintes a partir da faixa dos 15 anos, por isso não há uma estatística confiável para se medir o público infantil. Mesmo assim, sabemos que a maior parte dos adultos que ouve futebol em rádio fez sua iniciação quando ainda era criança – muitas vezes, com o radinho colado no ouvido quando acompanhava os pais aos estádios de futebol.

Na CBN, existe alguma programação voltada especificamente para o público infanto-juvenil?

M.T. – A CBN ocupa um nicho muito específico, que é o segmento all news, o que a torna uma emissora voltada para o noticiário de política e economia, principalmente. Nossos ouvintes estão na faixa entre 25 e 50 anos. Não temos programação voltada para o público infanto-juvenil, mas temos a preocupação de discutir assuntos voltados para a questão da criança e da adolescência, já que nossos ouvintes são formadores de opinião e têm o poder de fazer mudanças.

A 4ª CMMCA discutirá a qualidade da produção de mídia para crianças e adolescentes. Pela primeira vez, será realizada na América Latina, no Brasil. Trata-se de uma discussão necessária?

M.T. – Discussão não apenas necessária, mas fundamental. Todo meio de comunicação tem que estar afinado com as necessidades do bem público e o segmento infanto-juvenil é nossa aposta para uma sociedade melhor.