Thursday, 16 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

TV Brasil perde seis conselheiros


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 14 de julho de 2009


 


TV PÚBLICA
Wilson Tosta e Eduardo Kattah


Seis conselheiros da TV Brasil deixam cargo


‘Menos de dois anos após a estreia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal criada pelo governo para operar a TV Brasil, 6 dos 22 primeiros integrantes do seu conselho curador – encarregado de fiscalizar a sua atuação e com poder até para demitir sua direção executiva – já renunciaram aos cargos. Dificuldades para conciliar agendas pessoais dos conselheiros, cuja maioria mora fora da capital, com as reuniões mensais do órgão, em Brasília, constituem o principal motivo para as defecções, segundo o presidente da instância, Luiz Gonzaga Belluzzo. Ele nega, porém, que as demissões prejudiquem o órgão, cuja missão oficial é ‘assegurar o controle social sobre a linha editorial e a qualidade’ dos produtos da instituição.


‘A composição do conselho tem uma diversidade regional muito grande’, disse Belluzzo. ‘As pessoas têm de viajar a Brasília para participar das reuniões. Isso é incômodo, inclusive para mim. A participação é, em muitos casos, sem remuneração. Alguns recebem um pequeno jetom… No fundo, é um ônus. Chega um momento em que perturba a vida privada.’


Até ontem, tinham pedido demissão o rapper MV Bill, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, o advogado Luiz Edson Fachin, o ex-ministro Delfim Netto, a carnavalesca Rosa Magalhães e a empresária Ângela Gutierrez. Já foram nomeados alguns substitutos, empossados em junho: o jornalista Paulo Ramos Derengovski, o presidente do Olodum e advogado João Jorge Santos Rodrigues e o historiador Daniel Aarão Reis Filho.


Os demais conselheiros que renunciaram ainda serão substituídos, informou Belluzzo – a nomeação é prerrogativa do presidente da República. Ele lembrou os casos de alguns conselheiros que deixaram o órgão: Delfim nunca foi a nenhuma reunião e Fachin alegou não ter como conciliar o trabalho de advogado com as reuniões. ‘Exige um certo sacrifício pessoal’, disse ele, reconhecendo que é difícil conciliar as agendas de tantas pessoas diferentes.


Uma das conselheiras que pediram demissão, Rosa Magalhães, afirmou ontem que as reuniões de que participou eram boas. ‘Mas é muito assunto para pouco tempo, é uma coisa complicada’, disse ela, que cuida do carnaval 2010 da União da Ilha do Governador. Rosa afirmou ter dificuldades para conciliar os horários de trabalho com os encontros em Brasília. ‘As reuniões são mensais, nem sempre no mesmo dia do mês. Às vezes, trocam. A sistemática é difícil.’


A empresária mineira Angela Gutierrez disse ontem que solicitou seu desligamento do conselho por ‘absoluta falta de disponibilidade’ para as reuniões. ‘Infelizmente, com muito pesar, porque eu aceitei o convite logo no início’, observou. ‘É uma proposta interessante, os atropelos de início têm de acontecer mesmo, nada é fácil.’


FUNÇÕES


Com responsabilidade sobre toda a EBC, não só a TV Brasil, o conselho tem 15 representantes da sociedade, quatro do governo (pastas da Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Comunicação Social), um de cada Casa do Congresso e um dos funcionários da empresa. Eles têm mandato de quatro anos, com renovação a cada dois.’


 


 


INTERNET
Reuters e Efe


Microsoft terá pacote Office gratuito


‘A Microsoft lançará uma versão gratuita do pacote de aplicativos Office que os usuários poderão acessar diretamente na internet, competindo com produtos do concorrente Google. A empresa anunciou ontem, na sua conferência mundial em Nova Orleans – que reuniu 6 mil parceiros -, a maior onda de lançamento de produtos de sua história, incluindo o pacote Office 2010 e o novo Windows 7.


A maior fabricante mundial de software oferecerá editor de texto, planilha, software de apresentação e um programa de notas com a mesma aparência e percepção do conjunto Office que vende para computadores pessoais. É a última iniciativa em uma intensa disputa entre as duas gigantes de tecnologia.


O Google divulgou na semana passada planos de desafiar o sistema operacional Windows com um software gratuito. Já a Microsoft lançou uma nova ferramenta de busca, chamada Bing, no mês passado, que tomou uma pequena parte do mercado da concorrente.


Uma versão gratuita do pacote Office, contudo, pode prejudicar as vendas da mais lucrativa unidade de negócios da Microsoft. ‘A Microsoft está em uma posição difícil’, disse Sheri McLeish, analista da Forrester Research. A divisão do Office registrou lucro operacional de US$ 9,3 bilhões sobre vendas de US$ 14,3 bilhões de dólares nos três primeiros trimestres do atual ano fiscal da Microsoft.


A companhia lançará a oferta gratuita quando começar a vender o Office 2010, seu próximo principal lançamento, em algum momento na primeira metade do ano que vem. A atual versão foi lançada em janeiro de 2007.


A porta-voz da Microsoft, Janice Kapner, disse que a versão gratuita fornecerá uma ‘experiência muito rica’ e provavelmente terá mais funcionalidade que os aplicativos do Google.


O pacote Office 2010 e o Windows 7, o sistema operacional que substituirá o Windows Vista, são as grandes apostas da Microsoft para manter sua hegemonia no mundo dos PCs. Os porta-vozes qualificaram o Windows 7 como ‘uma plataforma fantástica’, mas reconheceram ‘significativa modernização’, depois de aprender com os erros cometidos com o Vista, principalmente de compatibilidade com alguns outros aplicativos.


Segundo um estudo da consultoria IDC, os fabricantes devem vender 177 milhões de PCs até o fim de 2010. Conforme a Microsoft, o lançamento do Windows 7 gerará US$ 320 bilhões em vendas de produtos e serviços para a empresa e seus parceiros.


Mas nem tudo funcionou bem ontem. A empresa não demonstrou algumas das capacidades do Office, porque o sistema parou de funcionar.~


 


 


MERCADO
O Estado de S. Paulo


Revista ‘BusinessWeek’ é colocada à venda


‘A editora McGraw-Hill Cos. Inc. está colocando à venda a revista BusinessWeek, em um momento em que as vendas de publicidade em revistas estão caindo e os possíveis compradores de jornais e revistas são escassos. A McGraw contratou o banco de investimentos Evercore Partners Inc. para administrar a venda. O banco não quis fazer comentários sobre o assunto, e a McGraw-Hill informou que está explorando ‘opões estratégicas’ para a revista.


A BusinessWeek foi fundada em 1929 e tem cerca de 4,8 milhões de leitores semanais em 140 países, segundo o site da revista. A publicação criou sua fama com artigos sobre negócios e finanças, destinados à comunidade de investimentos. Ela ocupa um nicho de revistas que inclui títulos como Forbes, Fortune e Money.


Essas revistas, assim como muitas outras publicações semanais, sofreram uma queda acentuada da receita dos anúncios, em parte por causa da crise financeira e da recessão. As assinaturas de muitas delas estão caindo, assim como a receita dos anúncios, porque as pessoas agora procuram na internet, gratuitamente, notícias e informações sobre finanças.


Os acordos concluídos no setor de mídia impressa são mais escassos do que nunca, porque diminuiu o número de pessoas dispostas a comprar ativos que, na sua opinião, estão morrendo. A receita publicitária das revistas nos EUA caiu 21,2% no primeiro semestre, segundo dados do Publishers Information Bureau. O número de páginas de publicidade ficou 27,9% mais baixo. Vários analistas disseram que a Time Warner Inc. deverá tentar vender sua divisão Time Inc., que inclui as revistas Time, Sports Illustrated e People.’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Estepes deram certo


‘E não é que as soluções caseiras deram certo? No primeiro domingo em que SBT e Record se viram sem suas estrelas principais – Gugu, que foi para a Record, e Eliana, que foi para o SBT – as emissoras dançaram miudinho para manter a audiência média. E conseguiram.


Apoiada em quadros de sucesso da atração, como o Jogo da Afinidade, Ana Hickmann segurou a onda no Tudo É Possível, da Record. O programa, que teve uns minutinhos a mais, registrou média de 8 pontos no horário, similar a alcançada nos tempos de Eliana.


Vale citar que a loira da vez teve uma forcinha extra: Ivete Sangalo fez uma longa participação no programa, garantindo os picos de audiência da atração.


No SBT, Celso Portiolli, que assumiu a vaga deixada por Gugu no Domingo Legal, também não ficou atrás. Recheado de material gravado, o programa registrou média de 8 pontos no horário, mantendo a segunda colocação em ibope. Gugu registrava no horário média de 10 pontos.


A ordem no SBT é manter o Domingo Legal no ar até a estreia de Eliana, em setembro. Já o Tudo É Possível deve ficar até o final do ano.’


 


 


LÍNGUA PÁTRIA
Evandro Fadel


Requião quer tradução em propagandas


‘Os deputados estaduais do Paraná aprovaram ontem à tarde, em primeira discussão, projeto de lei do governador Roberto Requião (PMDB) que torna obrigatória a tradução para o português de palavras de outros idiomas que forem colocadas em qualquer propaganda exposta no Estado. ‘O governo do Paraná apresenta a medida tendo por objetivo maior o reconhecimento e a valorização da língua pátria’, justificou Requião.


Segundo ele, o projeto tem como base o inciso I do artigo 1º da Constituição Federal, que apresenta a soberania como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, além do artigo 13 que estabelece o português como língua oficial.


Pelo projeto, as traduções devem ter o mesmo tamanho que as palavras expostas em outro idioma na propaganda. O descumprimento implicará multa de R$ 5 mil, que pode ser dobrada em caso de reincidência.


O presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Estado do Paraná (Sinapro-PR), Cal Gelbecke, disse que um projeto como esse não mereceria nem comentários. ‘É um absurdo em pleno século 21, quando há um processo de globalização’, considerou. Na opinião dele, muitas palavras já são de domínio público. Além disso, acrescenta, já se tornou quase uma regra o pedido para que crianças e adultos aprendam uma nova língua.


Ele acredita que, caso seja aprovada em segunda votação e sancionada pelo governador, a lei ‘arrisca cair em descrédito’. ‘Na prática, não acredito que será levada a ferro e fogo’, afirmou. ‘Imagine uma loja de informática anunciando uma oferta de mouse (rato, em inglês).’


Além disso, acentuou o presidente do Sinapro-PR, essa determinação vai gerar custos extras para os anunciantes, levando o mercado a ficar mais pobre. ‘Não vai gerar mais renda’, lamentou.’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 14 de julho de 2009


 


 


4º PODER
Carlos Heitor Cony


No bonde da história


‘RIO DE JANEIRO – ‘Somos um povo decente governado por ladrões!’ Esta manchete foi repetida algumas vezes por um jornal do Rio, no tumultuado ano de 1954, que teve seu clímax em 24 de agosto, dia em que um presidente da República que não era ladrão se matou.


Alunas de um curso de comunicação me perguntaram por que a imprensa não impede a onda de corrupção oficial que as assusta, uma delas estava tratando os papéis para ir embora definitivamente, enojada da vida nacional.


Como sempre, respondi que era a pessoa menos indicada para responder a qualquer pergunta sobre política e moral, apenas que, na faixa etária em que elas estavam, eu também pensara em dar o fora, mas por outros motivos. Anos mais tarde, peguei meus trapinhos e fui parar em Havana, não aguentando a citada ‘vida nacional’.


Mesmo assim, lembrei que a corrupção, aqui e em qualquer lugar, nasceu lá atrás, quando o Criador mandou que todos, homem e mulher inclusive, crescessem e se multiplicassem. Esta multiplicação deu no que deu. Arrependido, o Criador não deu uma entrevista exclusiva para a ‘Veja’. Foi bem mais radical e eficiente: abriu as cataratas do céu e inundou a Terra, só salvando um justo e os animais, um de cada espécie.


Não adiantou. As filhas de Noé embebedaram o pai e deste incesto nascemos todos. Em tempos mais românticos, quando todos andavam em bondinhos puxados por burros, um cidadão ergueu a voz e começou a citar as bandalheiras da vida nacional da época. Suando de indignação, depois de lembrar casos de nepotismo, fraude eleitoral, compras superfaturadas do governo e rombos no orçamento federal, levantou-se do banco e perguntou a todos: ‘Afinal, senhores, aonde estamos?’ O poeta e historiador Luiz Edmundo, lá atrás, respondeu: ‘No bonde!’’


 


 


CULTURA
Paulo Pélico


O programa de auditório do ministro


‘NAS PRÓXIMAS semanas deverá ser protocolado no Congresso Nacional a proposta do governo de reforma da Lei Rouanet -de incentivo fiscal à cultura- para ser discutida e votada naquelas duas Casas legislativas.


Com ampla repercussão, o Ministério da Cultura tem divulgado ostensivamente que essa proposta foi o resultado de um longo processo de discussão com o setor artístico por meio da série ‘Diálogos Culturais’, uma caravana ministerial que percorreu 19 capitais do país promovendo encontros, aos quais o ministro Juca Ferreira se tem referido enganosamente como debates.. Ele assim o faz por razões fáceis de adivinhar: aceitando-se a tese de que a proposta foi gerada no ventre de uma discussão ampla, o projeto do governo chegaria às mãos de senadores e deputados federais imantado por propriedades democráticas decisivas numa iniciativa desse porte e em final de governo.


Sucede, porém, que tais debates nunca existiram -exceto, claro, na propaganda oficial.


Vamos ao óbvio: o conceito de debate pressupõe confronto de ideias, oposição de argumentos, contestações, exposição do contraditório. Isto é, trata-se de um antagonismo como outros e, como tal, precisa de regras claras e justas entre as partes para se tornar também legítimo.


Pois bem, para a série ‘Diálogos Culturais’, o ministro Juca Ferreira mobilizou uma numerosa equipe de assessores para produzir eventos diante de plateias controláveis e capazes de reagir de acordo com o script oficial, num formato que nada fica a dever aos melhores programas de auditório da TV brasileira.


Estive presente em quatro deles. O último aconteceu na Associação dos Advogados de São Paulo, em 8/6 -talvez tenha sido o mais exemplar em termos de manipulação.


Foi assim: mesa composta por convidados escolhidos a dedo, grandes contingentes de servidores públicos presentes na plateia e a participação ruidosa de entidades amigas, que abriam faixas e repetiam palavras de ordem em coro bem ensaiado.


Manejando um power point para lá de eclético, que misturava gráficos econômicos e dados estatísticos com trechos pinçados da obra do pensador Maquiavel, o ministro denunciou a ‘perversidade’ do sistema atual, e os eternos ‘privilegiados’ do processo foram desmascarados de forma tão definitiva que quase se ouvia o despencar de lâminas. Aplausos pontuaram a conclusão de cada raciocínio ‘revelador’ do senhor ministro.


A exposição de Ferreira foi sucedida pela fala de seus convidados, sem que houvesse contraste de opiniões e no mesmo tom de ‘biópsia social’.


Ao todo, cerca de duas horas e meia foram consumidas nesse balanço geral. Em seguida, foi anunciada a segunda etapa do evento, com a participação da plateia e para a qual restou pouco tempo.


Entre mais de 400 pessoas presentes, a palavra seria dada a cerca de dez sortudos que se inscrevessem primeiro. Antes que alguém pudesse levantar a mão, filas já se formavam diante dos microfones colocados nos corredores entre as poltronas. Muita gente ia ficar de fora. Tumulto.


O acesso à palavra não seguiu nenhum critério. Um estagiário de produção no seu primeiro contato com o ofício ‘democraticamente’ teve o mesmo espaço que um presidente de entidade que representa toda uma categoria. Os servidores públicos subordinados ao ministro e que iam ao microfone penhorar o seu apoio à proposta de reforma do governo não foram obrigados a se identificar.


A ninguém foi concedido o direito a réplica ou tréplica, excetuando-se, claro, os ilustres integrantes da mesa, quando contestados nos seus números, dados ou opiniões. Alguns artistas só conseguiram contra-argumentar na base do grito.


Foi a isso que o Ministério da Cultura deu o nome fantasia de debate. As opiniões do governo sobre a Lei Rouanet são bem conhecidas de todos há mais de seis anos, e elas entraram e saíram desse processo sem nenhuma alteração importante. Os ‘Diálogos Culturais’ só serviram para dar visibilidade nacional a um político desconhecido até chegar ao poder.


Questionado, em algumas oportunidades o ministro já garantiu que não concorrerá a nada nas próximas eleições -e não há razão para duvidar. Porém, se, movido pelo seu senso de dever para com o país ou cedendo aos apelos veementes de seu partido, Juca Ferreira sair candidato a qualquer cargo eletivo em 2010, a área cultural se saberá usada e vítima de uma vergonhosa trapaça intelectual.


Não será uma sensação agradável.


Irá preferir a indiferença e o descaso oficiais aos quais já se habituara.


PAULO PÉLICO , produtor de cinema e teatro, é diretor de assuntos institucionais da Apetesp (Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo).’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Nova era?


‘A Reuters despachou do Brasil a análise ‘Nova era se anuncia nas relações entre EUA e América Latina’, dizendo que a reação americana à crise em Honduras foi ‘um passo importante’ para mudar sua imagem. Para Julia Sweig, do Council on Foreign Relations, de Nova York, Obama aproveitou para ‘mostrar que esta é uma nova era’. Outro instituto influente, Brookings, de Washington, realizou ontem um seminário sobre o Brasil ‘superpotência’ e marcou outro para amanhã, sobre a ‘parceria de iguais’ tão prometida por Obama às América Latina. E hoje EUA e Cuba retomariam, afinal, o diálogo sobre imigração.


Ontem à noite, porém, o deposto Manuel Zelaya surgiu via agências com ultimato para voltar ao poder -e já ameaça adiar a nova era.


GM EMERGENTE


No topo das buscas sobre o país, ontem, um post do ‘Wall Street Journal’ deu que a ‘GM está contratando trabalhadores no Brasil’. Abrindo o texto, ‘pode não ser uma tendência’, mas já são 50 vagas ‘quando muitas montadoras estão demitindo’.


Em reportagem sobre a vinculação da GM brasileira à GM de Xangai, por causa da avaliação de que ‘o mercado chinês será maior que o americano já este ano’, o ‘Valor’ avisou que amanhã a montadora confirma investimentos de R$ 2 bilhões no Brasil.


‘NEW KING OF FOOD’


Com a ilustração acima, o semanário nova-iorquino de finanças ‘Barron’s’ destaca na nova edição ‘O novo rei da comida’, sobre a Brasil Foods, ‘nascida de uma fusão e que vai se tornar uma potência internacional’.


A reportagem de Kenneth Rapoza, com eco nas agências, compara a empresa brasileira -uma união encaminhada por Perdigão e Sadia- a gigantes americanas como Smithfield Foods e Tyson Foods. E diz que garante ao eventual investidor a participação no ‘banquete’ que é o crescente mercado consumidor brasileiro. Em destaque, ‘ações da Brasil Foods podem se debater no começo por questões ligadas à fusão, mas depois sobem até 36%’.


BOLSA ÍNDIA


O ‘WSJ’ publicou longo artigo de K. Seeta Prabhu, do Programa de Desenvolvimento da ONU, alertando que o desemprego crescente na Índia levanta dúvidas sobre seu ‘descolamento’ da crise. Defende como saída adotar transferências condicionadas de dinheiro, como o Bolsa Família do Brasil e a versão anterior mexicana. Já estaria em teste, em algumas regiões..


CIÊNCIA EM ALTA?


Com o gráfico acima, o Science Watch, da Thomson Reuters, traz em sua nova edição, de julho/agosto, divulgada ontem on-line, a ‘ciência brasileira em alta’.


De acordo com o editor Christopher King, ‘nas últimas duas décadas o Brasil vem elevando com consistência a produção e o impacto de suas publicações científicas’, o que ‘confirma o status do país como um dos chamados Brics’. Nas duas edições anteriores, o Science Watch trouxe estudos sobre China e Índia. Ecoou por sites de investimento, sob enunciados como ‘Crescimento em pesquisa científica ressalta forte potencial econômico do Brasil’.


‘O PIOR JÁ PASSOU’


Também destaque nas buscas de Brasil, a Bloomberg deu que melhorou a previsão para o PIB no ano, segundo economistas ouvidos pelo Banco Central.


E o semanário ‘Meio & Mensagem’ ressalta, na nova edição, que ‘o pior já passou’ no setor de comunicação, com os anunciantes apontando ‘recuperação em curso’. As projeções de investimento do setor imobiliário, por exemplo, ‘animam a mídia impressa’.


TWITTER NÃO


O ‘Financial Times’ deu na capa e o blog Blue Bus ecoou que causou ‘sensação’ entre executivos de comunicação um relatório sobre os hábitos de mídia de um estagiário de 15 anos do Morgan Stanley. Sem ‘rigor estatístico’, diz coisas como ‘adolescentes não usam Twitter’.


E NÃO


O mesmo ‘FT’ adiantou no site que ‘magnatas da mídia redescobrem o ceticismo’ com inovações como Twitter ou o Kindle, da Amazon.. Cita Rupert Murdoch e Howard Stringer, da Sony. O segundo diz não querer se associar ao ‘clube dos que fazem muito pouco dinheiro’.’


 


 


INTERNET
Julio Wiziack


Microsoft fará versão grátis do Office para bater o Google


‘A Microsoft divulgou ontem que irá lançar uma versão gratuita do pacote Office no final do primeiro semestre de 2010. Batizada de Office Web, ela poderá ser baixada pela internet contendo o Word (editor de texto), o Excel (planilhas), o PowerPoint (apresentações) e o Notepad (anotações). A versão terá menos recursos que a original, que continuará sendo vendida pela empresa.


Analistas do setor consideraram a iniciativa uma resposta ao Google, que, na semana passada, anunciou o lançamento do Chrome OS, um sistema operacional que competirá com o Windows, da Microsoft, também em 2010.


O modelo de negócio do Google está baseado na venda de anúncios e links patrocinados. Por isso, o software é baixado pela internet gratuitamente. A maior parte da receita da Microsoft provém da venda de licenças de seus programas.


Com o advento dos softwares livres (gratuitos), a Microsoft reagiu anos atrás criando o modelo de negócio Saas (Software como Serviço). Ele se baseia no aluguel dos softwares baixados pela internet.


O Office Web marca um novo estágio da Microsoft porque ele não terá custo. A Microsoft nega que o produto seja uma reação ao Google. ‘Esse projeto tem a ver com o crescimento da internet e a necessidade de mobilidade das pessoas’, afirma Ana Cláudia Alves, gerente de produtos para o Office da Microsoft no Brasil. ‘Estamos em uma era de convergência tecnológica e precisávamos de um produto nessa linha.’


Tom Austin, analista do Gartner, discorda. Para ele, quando o Netscape lançou seu navegador de internet para competir com o Explorer, a companhia não respondeu de forma tão vigorosa. Detalhe: a exemplo do Google, a Microsoft também planeja inserir links patrocinados e anúncios nessa versão do Office Web.


Estima-se que o Google tenha cerca de 15 milhões de internautas usando seus aplicativos gratuitamente, enquanto os clientes que pagam pelas versões completas desses mesmos aplicativos não chegariam a 500 mil. A Microsoft diz que 500 milhões de usuários têm o Office instalado em seus computadores, sendo metade pirata. No Brasil, 92% dos consumidores usam o Office.


Inovações


A Microsoft não prevê perdas financeiras com o Office Web porque ele será oferecido como opção de ‘mobilidade’ para os clientes corporativos, que devem continuar a manter versões completas do software em suas máquinas. Sozinhos, eles respondem pela maior parte da receita da Microsoft. ‘O Office Web é ideal para quem está em trânsito, usando um equipamento com menos capacidade’, diz Alves. ‘Será um adicional aos clientes corporativos.’


Quem baixar o programa poderá acessar os aplicativos em qualquer computador, desde que ele esteja conectado à internet. Ao escrever um relatório, por exemplo, será possível salvá-lo em um servidor da Microsoft e enviar o link por e-mail. ‘As pessoas no trabalho poderão interferir nesse documento sem que ele seja enviado por e-mail.’’


 


 


TELEVISÃO
Thiago Stivaletti


‘9MM’ revive atentados do PCC em São Paulo


‘Depois do seriado ‘Alice’, da HBO, e antes do filme ‘Salve Geral’, de Sérgio Rezende, previsto para estrear em outubro, é a vez de a série ‘9MM: São Paulo’, que termina sua primeira temporada hoje na Fox, retratar o dia mais marcante da história recente da capital paulista: o 15 de maio de 2006, em que uma onda de boatos sobre um ataque geral do PCC (Primeiro Comando da Capital) à cidade fez com que as pessoas voltassem mais cedo para casa ou dormissem no trabalho, com medo da violência. Em ‘9MM’, o episódio parte da hipótese de que a ameaça se repita hoje, no presente em que se passa a série. Para abordar fato tão complexo em um episódio para a televisão, foi necessário simplificar um pouco as causas: a onda de violência começa por conta da ira de um promotor arrogante, Caio Graco (Alvaro Franco), e do sequestro da prima de um chefe de gangue, chamado de ‘Torre’. Segundo Newton Cannito, roteirista e um dos criadores do seriado, a inspiração veio de um forte rumor que rolou nos bastidores da operação policial de 2006: a de que o ataque teria começado por causa do sequestro por policiais de uma sobrinha de Marcola, líder do PCC. Ferréz, escritor de ‘Capão Pecado’, colabora no roteiro. Reducionismos à parte, o episódio consegue um bom clima de paranoia que toma conta dos personagens (o delegado Eduardo, os policiais Tavares, Luisa e 3P, mais o promotor). Há também uma presença forte: o menino de rua Pezão, que roga pragas em todos, não tem medo da morte e parece o único feliz com a cidade deserta. Cannito conta que conheceu o menino que deu origem ao personagem na praça da República, no mesmo dia em que ocorreram os atentados. Primeira série da Fox produzida no Brasil, ‘9MM’ deve ganhar uma segunda temporada no ano que vem. Kátia Murgel, diretora de programação da Fox Latin America, confirma que há ‘conversas estruturadas’ para os novos episódios, e membros da produção afirmam que as filmagens devem começar até outubro no máximo. Cannito já tem algumas ideias guardadas na gaveta: o investigador Horácio (Norival Rizzo) vai voltar a flertar com a tortura, e o delegado Eduardo (Luciano Quirino) deve ‘dar uma pirada’ após desonrar a memória do pai negociando com bandidos. Antes disso, em setembro, a série está prevista para estrear no resto da América Latina, com o título ‘Calibre 9’.


9MM: SÃO PAULO – ÚLTIMO EPISÓDIO


Quando: hoje, às 23h, na Fox


Classificação: não indicado a menores de 18 anos’


 


 


Daniel Castro


Autor troca Record por SBT e diz que fez ‘upgrade de patrão’


‘‘Fiz um upgrade de patrão’. Assim reagiu ontem o autor Tiago Santiago, que fechou contrato de quatro anos com o SBT sexta-feira à noite, na casa de Silvio Santos, em São Paulo.


Santiago, 46, foi o autor de novelas mais bem-sucedido da história recente da Record. Foram dele três das quatro maiores audiências da emissora.


Mas Santiago, apesar do sucesso, sentia-se mal remunerado e desprestigiado. Ganhava R$ 60 mil fixos mensais (‘o salário de colaborador de primeira linha na Globo’) como autor e mais R$ 25 mil como consultor de teledramaturgia. Recebia ainda bônus por pontos no Ibope. Nos melhores meses, embolsou R$ 200 mil.


Nos últimos meses, com a mudança de horário de ‘Promessas de Amor’, sua audiência e salário caíram bastante. ‘Senti que minha consultoria e meu trabalho de autor ficaram bastante desprestigiados. Mudaram meu horário e deram uma divulgação enorme para ‘A Fazenda’. O orçamento de elenco caiu pela metade em ‘Promessas’. Economizaram até nos cenários’, lamenta.


Santiago tinha contrato até 2012 com a Record. A emissora não cobriu a proposta do SBT. Ele estima a multa em cerca de R$ 1 milhão, mas não irá pagá-la.. Se quiser, a Record terá de reivindicá-la na Justiça.


No SBT, irá escrever uma novela por ano (a primeira deve estrear no primeiro semestre de 2010) até 2013. Promete algo ‘absolutamente diferente’ da saga dos mutantes. ‘Vou ter um orçamento muito bom. Vamos poder trazer alguns bons atores para o SBT’, afirma.


A Record não comentou.


NA ONDA


Diretor de novelas da Record, Alexandre Avancini foi convocado pela emissora para assinar um novo contrato, de oito anos. Mas não aceitou as condições e se recusou a assiná-lo. Disse que cumprirá o atual, até 2012. Isso se Silvio Santos não levá-lo para o SBT.


SUBIU


Apresentado por Celso Portiolli (mas ainda com quadros gravados por Gugu Liberato), o ‘Domingo Legal’ marcou 8,3 pontos anteontem. Mais do que no domingo anterior (7,1), com Gugu. Mas menos do que quando entrava no ar após as 18h.


FÚRIA


A minissérie ‘Som & Fúria’ é boa, mas o público não sabe disso. Sexta, deu 13,9 pontos.


QUASE AO VIVO 1


A Globo não transmitiu ao vivo o show de Roberto Carlos, sábado. A exibição começou cerca de meia hora após o início do espetáculo. Assim, não teve problemas com a suspensão de dez minutos, devido à chuva.


QUASE AO VIVO 2 A Globo diz que não exibiu o show ao vivo ‘para não correr riscos desnecessários de problemas de natureza técnica’.


QUASE EXTINTO Depois de estrear com duas horas e 40 minutos de duração, o ‘Esporte Fantástico’ teve apenas uma hora e meia anteontem. Deu 3 pontos (contra 13,5 do ‘Esporte Espetacular’). A Record diz que o programa durou menos porque agora o ‘Tudo É Possível’ dura mais.’


 


 


 


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