Monday, 13 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Virou consenso

Sobre a matéria ‘O açougue econômico’, realmente virou consenso (ou já era) entre os veículos da grande mídia a qualidade dos grandes (enormes!) produtores brasileiros. Parece que os veículos têm a obrigação de exaltá-los e mostrar-nos o quanto o país depende deles. É revoltante ver isso todos os dias nas publicações na época em que o país deveria estar mobilizado em torno de uma discussão séria sobre reforma agrária. Quem pode mudar essa agenda de pautas? Parece-me que não há muita saída.

Samantha Maia, estudante de Jornalismo da PUC-SP



Apoio ao conservadorismo

Concordo plenamente com a opinião da articulista. A Exame vem se pautando ultimamente por uma linha de apoio às grandes empresas, ao conservadorismo econômico, com artigos fantasiosos e principalmente sem profundidade. Daqui a pouco estará vencendo a minha assinatura. É improvável que vá renová-la.

Victor Leon Ades, administrador de empresas, São Paulo



Que alternativas?

Em dado momento, Cláudia Rodrigues diz: ‘É o tipo de reportagem que não acrescenta nada porque fica em cima da lógica capitalista, não vai atrás das alternativas.’ Eu gostaria muito de saber de que ‘alternativas’ ela está falando… O sucesso, numa economia de mercado, por certo não depende só de competência, ou de talento. Depende também, e muito, de sorte. Sorte em acertar aquilo que uma parte considerável da sociedade demanda. Como já me disse um amigo, os adeptos de ‘alternativas’ ao capitalismo (alternativas utópicas, diga-se de passagem) o criticam por seus problemas reais, ao mesmo tempo que exaltam suas ‘alternativas’ por suas qualidades utópicas. Assim fica fácil…

Roberto Veiga, Uberlândia, MG



Cláudia Rodrigues responde

Prezado Roberto Veiga, algumas das alternativas estão citadas no texto, que provavelmente você não leu até o fim. A Attac, por exemplo, é uma ONG que propõe outra forma de economia. Mas, independentemente das propostas, que você e seu amigo consideram utópicas, já existem práticas que andam na contracultura do que você chama de ‘economia de mercado’. As pessoas e as instituições que trabalham para desenvolver outras formas de economia estão de olho tanto nos fracassos do comunismo quanto nos do capitalismo, que rege o mundo hoje.

Essas pessoas e instituições estão crescendo lentamente, são humanistas e não acreditam que ‘sorte’ possa significar não ter acesso a comida, por exemplo. Além disso, estão preocupadas com a saúde do planeta e outros assuntinhos menores, tão prejudicados pela economia de mercado, que pensa tudo, só não atina para uma questão básica: dinheiro não se come. Assim, nada é fácil ou óbvio, mas precisamos pelo menos pensar. Espero ter respondido a suas questões. (C.R.)