Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Cadeia de jornais americano
é vendida por US$ 4,5 bilhões


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 14 de março de 2006


KNIGHT RIDDER VENDIDA
Leila Suwwan


Cadeia de jornais dos EUA é vendida


‘No que foi considerada uma transação sintomática do futuro incerto do setor, foi anunciada ontem a venda da gigante Knight Ridder Inc., segunda maior rede de jornais impressos dos Estados Unidos, por US$ 4,5 bilhões à McClatchy Co., oitava e única do ramo a fazer uma oferta.


Após finalizar a compra, a McClatchy anunciou ontem que pretende vender 12 dos 32 diários da Knight Ridder e enxugar os custos da empresa. A reestruturação já era esperada desde que a rede foi colocada à venda em novembro, suscitando pouco interesse entre ‘publishers’ e potenciais compradores.


Além do preço de compra -US$ 67,50 por ação-, a McClatchy assumirá US$ 2 bilhões em dívidas da Knight Ridder, empresa que tem três vezes o seu porte, com circulação diária total de 3,3 milhões e ingresso anual de US$ 3 bilhões. A McClatchy, porém, tem grande reputação de eficiência e qualidade jornalística, com margem de lucro de 22,8% no ano passado.


A venda da Knight Ridder foi, na realidade, um leilão. Porém não houve muitas propostas formais, apesar de o grupo ter alto fluxo de caixa que poderia ser revertido para abater suas dívidas e o preço de suas ações estar abaixo de seu potencial valor.


Todos os dados envolvendo o negócio suscitaram um debate sobre o futuro dos jornais impressos naquele país -tema, aliás, em pauta por todo o mundo-, com a baixa de publicidade, os custos de impressão e a ascensão de noticiários na internet.


Preço aceitável


Para a analista Lauren Fine, do banco Merril Lynch, avaliou que o interesse de uma outra empresa de jornais foi um fator positivo, mas que o preço ‘não deve levantar muitos aplausos’ em Wall Street. O preço foi considerado justo e ‘aceitável’ por investidores do ramo. A proposta da McClatchy foi aceita em reunião da diretoria no domingo em Nova York. Pelo menos uma outra proposta, de um consórcio de fora do ramo, foi feita.


Outros observadores do mercado avaliam que o resultado morno da venda não se é um veredicto sobre o futuro do jornal imprenso, apenas uma avaliação sincera sobre a baixa margem de produtividade da Knight Ridder, dona, entre outros, de dois diários da Filadélfia que serão vendidos, o Inquirer e o Daily News.


O presidente da McClatchy, Gary Pruitt disse ontem que a reestruturação deverá poupar US$ 60 milhões em custos anuais e que não há planos para enxugar as folhas de pagamento.


A operação deve ser finalizada em um período de três a quatro meses e o novo grupo terá 32 diários e outras 50 publicações. Será o segundo do setor, atrás da Gannett, publisher do jornal ‘USA Today’, entre outros.


A estratégia da McClatchy Co. será manter os jornais regionais com maior potencial de crescimento de mercado. ‘Somos líderes em mídia local e nossos mercados estão crescendo 50% mais rápido que a média do país’, afirmou Pruitt.


Dois diretores da Knight Ridder devem integrar o conselho do novo grupo, mas o presidente Tony Ridder deve se retirar, embolsando ao menos US$ 94 milhões apenas em ações.


Ele colocou a empresa à venda por pressão de investidores. Sua família começou no setor em 1892.


Já a família McClatchy está em sua quinta geração no conselho de administração da empresa.’


TV DIGITAL
Luís Nassif


De mão beijada, não


‘O fim de semana foi pródigo em versões rocambolescas sobre as negociações em torno do padrão de televisão digital -em quase todas aparecendo como herói o ministro das Comunicações, Hélio Costa. De acordo com uma das versões, em uma reunião do comitê ministerial incumbido de escolher o sistema, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, teria ponderado que o padrão deveria permitir a exportação de produtos pelo Brasil. E o indômito Hélio, defensor do padrão japonês, teria liquidado a discussão argumentando que as empresas japonesas exportam para o mundo todo.


Apesar de todos os balões de ensaio disparados, definitivamente não há decisão sobre o sistema de TV digital. Ainda está em fase de consulta, e pelo menos parte dos ministros envolvidos tem recomendado ao presidente ir mais devagar, inclusive abrindo para consulta pública, por duas razões muito simples. Primeiro, porque dá tempo para melhorar os ‘off-sets’ (as contrapartidas exigidas dos competidores) e legitimar a escolha. Segundo, porque o sistema japonês para celular nem sequer foi para o ar ainda e o teste do sistema europeu, na semana passada, não foi bem-sucedido.


Ontem, seis embaixadores europeus tiveram uma reunião de emergência com os ministros incumbidos de definir o padrão. O das Comunicações não compareceu. Compareceram o da Fazenda, Antonio Palocci Filho, Furlan e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.


Na reunião ficaram claras as regras do jogo. Para um padrão ser escolhido, o ponto-chave será a fábrica de semicondutores. O que se pretende não é uma fábrica qualquer, uma encapsuladora, como a implantada pela Intel em Costa Rica, mas uma fábrica de inovação, como a Intel está montando em Israel. A primeira é uma mera CKD, uma montadora de componentes importados. Já a fábrica de inovação permite o domínio da tecnologia de queimar o chip e criar o algoritmo -isto é, de gerar a inteligência. Permitirá criar inovações para televisores, geladeiras, eletrônica embarcada e queimar o chip correspondente.


A idéia é que em torno dessa fábrica de chip seja instalada toda uma estrutura de empresas de designers de chips -ou seja, aquelas que montam os sistemas inteligentes que, depois, serão encapsulados.


Outro ponto é que a empresa terá que ser uma joint venture com capitais nacionais privados. E, de preferência, financiado pelos países detentores da tecnologia.


Essa mesma proposta foi feita para os japoneses. No caso europeu, a STM -maior empresa de semicondutores da Europa- se ofereceu para estudar se implantar no Brasil. Até agora, há mera manifestação de intenção. Para levar o sistema, o competidor terá que apresentar uma proposta firme.


A divisão, agora, é apenas entre os ministros que querem decisão rápida e os que julgam mais prudente dar um tempo maior. Pode dar europeu, pode dar japonês. Mas o padrão Hélio Costa de entregar o mercado brasileiro de mão beijada está definitivamente descartado.’


Paulo Peixoto


Ministro vê monopólio e lobby das teles


‘O ministro das Comunicações, Hélio Costa, fez ontem, durante palestra, defesa da posição dele e do governo na questão da escolha do modelo de TV digital. Para isso, ele criticou a privatização do sistema de telefonia, a ‘falta de coragem’ do governo Fernando Henrique Cardoso em escolher o padrão de TV digital, as teles (por fazerem ‘lobby’ e ‘comprar consciências) e a mídia.


A palestra, realizada no auditório da Escola de Ciência de Informação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), teve na platéia aproximadamente 150 pessoas da comunidade universitária. O ministro tem sido criticado por ‘defender’ o padrão japonês de TV digital, que é o preferido das emissoras de TV do país.


Ele começou sua fala dizendo que, da receita anual de R$ 100 bilhões do mercado de comunicações no Brasil, ‘R$ 90 bilhões estão nas mãos das companhias telefônicas e R$ 10 bilhões nas mãos das de comunicação de massa’. Criticou o fato de quase todas as companhias de telefonia serem estrangeiras e disse que países como Espanha, Portugal e Itália limitam que estrangeiros assumam as suas empresas desse setor.


Curral


Segundo Costa, as privatizações na gestão FHC permitiram o ‘monopólio’ regional da telefonia fixa, que ele chamou de ‘curral’, enquanto o governo ficou com ‘todas as dívidas trabalhistas e previdenciárias’ das teles vendidas, dívida que hoje soma R$ 1,6 bilhão. ‘Agora, as empresas estão redondinhas, enxutinhas, sem um tostão de dívida.’


Enquanto isso, disse ele, o que se vê agora é o ‘lobby’ das empresas de telefonia, que defendem o modelo europeu.


‘Agora começamos a ver que essas empresas de telefonia começam a comprar até a consciência das pessoas. Isso sem dizer o percentual que já tem de publicações importantes nacionais. Já estão entrando no setor de rádio, televisão, jornais, e por isso é que nós, o ministro das Comunicações, defendemos a empresa nacional.’


Costa negou que defenda o modelo japonês e que as discussões sobre o sistema não sejam amplas e abertas. Disse que esse modelo é o que melhor atende ao que o país propõe, que é fortalecer a indústria nacional e propiciar a TV digital aberta e de graça, inclusive para transmissão via aparelhos celulares, o que não ocorreria no modelo europeu, de acordo com o ministro.


A Folha publicou, na semana passada, que o governo já se definiu pelo padrão japonês.


‘Essa é uma das principais controvérsias da TV digital. Tem um sistema que te permite fazer isso [transmissão via celular] de graça e os outros dois [europeu e americano] tem que pagar às companhias telefônicas. Evidentemente, as companhias telefônicas estão fazendo lobby nacional, estão usando todo o recurso que têm, comprando consciências, e muitas se vendem, nós sabemos.’’


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Costa ataca Nokia por não querer japonês


‘Em sua palestra na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o ministro Hélio Costa (Comunicações) disse que há ‘desrespeito’ da Nokia ao governo e aos telespectadores quando ela ameaça não participar da TV digital se o sistema europeu não for escolhido.


Com um celular na mão, Costa disse: ‘Esse telefone aqui, que lamentavelmente é Nokia, 97% dele é importado. E a Lei da Informática permite que 96% das peças que vão aqui tenham 85% de isenção fiscal.’


E completou: ‘E aí o diretor da Nokia diz assim: ‘Se não fizer o modelo europeu eu vou sair do mercado’. Que vá embora, por favor, há outras empresas querendo. A Gradiente é uma empresa que também importa, mas pelo menos é nacional’.


A Nokia Brasil preferiu não responder às críticas do ministro. Apenas reenviou nota distribuída na última sexta na qual explica tecnicamente as declarações do vice-presidente empresa, Cláudio Raupp, sobre não ter planos de fabricar celulares com tecnologia de TV móvel com o padrão japonês.


Alega a Nokia que avaliou ‘todas as tecnologias disponíveis, conjuntamente com radiodifusores ao redor do mundo, e optou por adotar o DVB-H [diferente do japonês], por ser o padrão com mais condições de ter escala de produção’.


A nota diz ainda que ‘possui um compromisso de longo prazo com o Brasil, onde está instalada desde 1996’, que emprega ‘milhares de funcionários’ e é ‘a maior arrecadadora de impostos da região Norte, promovendo o desenvolvimento econômico da região e do país’.’


Humberto Medina


Europeus pressionam por seu padrão de TV


‘Representantes do padrão europeu de TV digital (DVB) reforçaram seus contatos com o governo brasileiro para tentar reverter a decisão do país de adotar o padrão japonês (ISDB). Ontem houve reunião na Casa Civil dos ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Dilma Rousseff (Casa Civil) com embaixadores de países europeus para tratar do assunto.


Pelos europeus, participaram da reunião embaixadores da Finlândia, Itália, França, Áustria, Alemanha e da Comunidade Européia. O ministro Hélio Costa (Comunicações), que é favorável ao padrão japonês, não participou da reunião.’


MAIA vs. CHALITA
Folha de S. Paulo


Cesar Maia ironiza ‘laquê’ do ‘dândi’ Chalita


‘O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), criticou ontem numa lista de discussão por e-mail o secretário de Educação de Geraldo Alckmin (PSDB), Gabriel Chalita, chamando-o de ‘dândi’. O motivo foi uma foto de Chalita publicada no domingo, em um anúncio pago da editora Gente na Folha e em ‘O Estado de S. Paulo’, parabenizando-o por ter entrado para a Academia Paulista de Letras. Para Maia, o anúncio prejudicou Alckmin.


‘As fotos coloridas de Gabriel Chalita são de estarrecer. (…) Uma foto de camisa azul e pose de dândi, quase galã, com rosto liso, cabelo arrumado, laquê suave e relógio de pulseira combinando com a camisa. Nem Paulo Coelho ou agora Nelson Pereira dos Santos mereceram tanto. No mínimo a editora Gente deveria ser auditada em suas relações com o setor público. E Chalita, informado sobre o prejuízo que seu -digamos- amor próprio causa a seu amigo e governador Alckmin’, disse o pefelista.


Questionado por e-mail pela Folha sobre os motivos das críticas, Maia disse que, caso Alckmin seja eleito presidente, fala-se em Chalita como ministro da Educação. ‘Isso tudo deveria levá-lo a uma posição discreta, especialmente quanto aos grandes fornecedores do ministério, que são as grandes editoras… Um anúncio extravagante desses levanta suspeitas de interesse de fornecedor’, afirmou o prefeito.


Anderson Cavalcanti, da editora Gente, disse que o objetivo do anúncio foi apenas festejar o ingresso de Chalita na APL, que ocorreu na última quinta.


A reportagem falou ontem com dois assessores de Chalita, que foram informados do conteúdo do texto distribuído pelo prefeito do Rio. Os assessores ficaram de relatar as críticas ao secretário, que participava de evento. Até o fechamento desta edição, não houve resposta às declarações feitas por Maia.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Tudo indica


‘Até onde foi possível ver, o novo e talvez derradeiro capítulo da novela tucana abriu pontualmente às 18h, no blog Primeira Leitura.


– Serra decide não disputar prévias porque dividiria o PSDB e põe candidatura à disposição da cúpula tucana; tudo indica que candidato será Alckmin.


Comentou depois Reinaldo Azevedo, no blog tucano:


– O ônus da divisão trocou de mãos. Pertence a Alckmin. Se não vencer, terá sido candidato com metade dos votos que tinha seu adversário interno. Feito candidato e se vencer, torna-se com seu grupo o dono do PSDB. Terá passado uma geração. O partido será outro. Com qual formação, ideologia, princípios, cara? Ninguém sabe.


O enunciado resumiu o que se viu, ouviu e leu a partir daí, na cobertura eletrônica.


Josias de Souza, na manchete da Folha Online:


– A tendência é o tucanato confirmar nesta terça Alckmin como seu candidato oficial… Um detalhe tonifica a tendência. Arthur Virgílio comunicou aos colegas de bancada e lideranças do PFL que a direção já prepara o anúncio de Alckmin.


Tereza Cruvinel, no Globo Online, relatou que todos os sete governadores tucanos foram chamados a São Paulo.


O blog de Alon Feuerweker avalia de outra forma:


– Serra transferiu à cúpula a responsabilidade de retirá-lo da corrida presidencial… À noite, por telefone, o prefeito afirmou a este blog que, ‘se o partido quiser, serei candidato’.


Na novela paralela sobre o candidato tucano a governador de São Paulo, o mais curioso é assistir à pressão que visa agora juntar José Serra com Orestes Quércia para o Senado.


Foi o assunto que ocupou o Noblog tucano no dia de ontem, com Ricardo A. Setti.


Ao menos um blogueiro, Jorge Moreno, deixou flagrante a sua irritação com a novela tucana, que já vai para dois meses. Dele, no Globo Online:


– Entre Serra e Alckmin, eu prefiro comer entre as refeições. A expectativa é dos políticos em geral. Eu só penso em ver no Rio a peça com Aracy Balabanian, ‘Comendo entre Refeições.


O ESTADO DA MÍDIA


O logo do ‘estado da mídia’, que chegou ontem à tarde


Saiu o principal estudo sobre o jornalismo nos EUA -e, de certa maneira, daí para o mundo. É o ‘estado da mídia’, do Projeto pela Excelência no Jornalismo. São páginas e mais páginas, para chegar a uma conclusão, no título do ‘New York Times’, ‘aumentam os veículos de mídia, mas eles cobrem menos notícias’.


A idéia é que, da imprensa à TV, passando pela web, a quantidade saltou, mas a diversidade caiu. Pior, grandes jornais e telejornais de horário nobre estão entre os que restringem a cobertura a poucos fatos:


– Já a blogosfera evitou as notícias [de grande mídia] e focou temas maiores, de longo prazo.


No texto do próprio estudo, ‘ao contrário do que diz a crítica sobre a blogosfera ser parasitária’, é ela que mais diversifica. Do americano BuzzMachine ao brasileiro Blue Bus, os blogs de mídia festejaram o relatório.


O caminho


Karen Hughes, subsecretária de Estado e uma das principais assessoras de George W. Bush desde o Texas, está em São Paulo -da Folha Online à Jovem Pan. No site de seu Departamento de Estado, igualou Lula a Lincoln e louvou o ‘Zero Hunger’:


– A eleição para presidente de Lula comprova não só a força da democracia no Brasil, mas também aponta o caminho para a frente na América Latina.


As tropas


Não por coincidência, ontem no ‘Café com o Presidente’, lá estava Lula a prometer que as tropas brasileiras ficam no Haiti. Já a Espanha anunciou no fim de semana que vai tirar seus 200 soldados e, segundo o ‘El País’, ‘provocou mal-estar’.


Se prosseguem no Haiti, as tropas brasileiras também não vão desistir dos morros do Rio -ao menos foi o que decidiu o mesmo Lula, tarde da noite.’


TV PAGA
Daniel Castro


Governo deve abrir TV paga a telefônicas


‘As companhias telefônicas não vão sair de mãos vazias da disputa com as redes abertas por espaço na TV digital. Capitaneadas pela Globo, as emissoras conseguiram convencer o governo a manter as teles fora da TV digital aberta.


Mas, avaliam analistas, as teles receberão uma compensação: o direito de explorar TV paga pela tecnologia de IPTV (TV por internet). Assim, as teles _que vão perder receita com a distribuição grátis, pelas emissoras, de TV digital para celular_ poderão competir com as grandes operadoras terrestres (Net, TVA), oferecendo IPTV no mesmo formato de TV paga _em pacotes de canais.


A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já sinalizou nesse sentido ao anunciar, no início deste ano, que pretende abrir o mercado de TV paga para novos operadores. O assunto vai esquentar. Será debatido nos próximos dias 27 e 28 em um seminário sobre IPTV, promovido pela Converge Eventos, em São Paulo.


Telefónica, Telemar e Brasil Telecom já estão preparadas para explorar IPTV. Já negociam distribuição de canais pagos.


Há, porém, barreiras legais. A Lei do Cabo permite que teles ofereçam TV paga onde não houver interessados. Mas a mesma lei, escrita antes da privatização da Telebrás, proibia estatais de oferecerem TV paga. Como hoje as teles são privadas, entendem que podem, sim, vender TV. E esperam uma resposta da Anatel.


OUTRO CANAL


Urnas A Globo acertou com o Ibope e terá pesquisas exclusivas de intenção de voto para a Presidência da República a partir de julho. Em agosto e setembro, as pesquisas serão semanais e incluirão também as disputas aos governos estaduais.


Irregular O programa ‘Ver para Crer’ está sendo exibido pelo SBT, às 18h, em horário considerado inadequado para seu conteúdo. Sexta-feira, o Ministério da Justiça classificou a atração para após as 20h (imprópria para menores de 12 anos) por exibir flagrantes com agressões físicas. O SBT deve recorrer.


Graxa 1 Uma telespectadora do ‘Domingo Legal’ disparou e-mail para a produção do programa e para jornalistas denunciando que um participante do concurso ‘O Mecânico Mais Bonito’ já é conhecido de quem faz testes para comerciais na TV e até posou para uma revista de nu masculino.


Graxa 2 O participante, Marcio Catenacci, de fato já posou para revista, mas é mesmo mecânico. Atualmente, está desempregado, mas trabalhou nove anos e meio numa concessionária de Osasco (SP).


Qualidade A Record precisa definir qual é a logomarca do ‘Terceiro Tempo’. Na abertura e nas vinhetas, o programa tem uma logomarca nova. Mas nas fichas usadas por Milton Neves ainda aparece o logo antigo.’


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O Globo


Terça-feira, 14 de março de 2006


KNIGHT RIDDER VENDIDA
O Globo


Grupo do ‘Miami Herald’ é vendido


‘WASHINGTON e NOVA YORK. O segundo maior grupo de mídia impressa dos EUA, o Knight Ridder, foi vendido por US$ 6,5 bilhões ao McClatchy, nono maior do setor – o primeiro é o Gannett, que edita o ‘USA Today’. O acordo vai render aos acionistas do Knight Ridder US$ 4,5 bilhões em dinheiro e ações. Outros US$ 2 bilhões em dívidas serão assumidos pelo comprador. O McClatchy pretende vender 12 jornais, incluindo o ‘San Jose Mercury News’ (Califórnia) e o ‘Philadelphia Inquirer’ (Pensilvânia).


O McClatchy, com sede na capital da Califórnia, Sacramento, publica na cidade o ‘Sacramento Bee’, além do ‘Minneapolis Star Tribune’, em Minnesota, entre outros diários. Já o Knight Ridder edita 32 jornais, entre eles o ‘Miami Herald’ (Flórida), além do ‘Philadelphia Inquirer’ e do ‘San Jose Mercury News’.


Segundo as companhias, o McClatchy Company passará a ter 32 diários e 50 outras publicações, após a venda dos 12 títulos. O volume de negócios combinado será de US$ 2,83 bilhões. Mas as ações do McClatchy caíram quase 4% ontem. O Moody’s Investors Service anunciou que poderá baixar a nota da companhia devido à alta dívida, num momento de forte concorrência no setor com a internet.’


GAÚCHOS NO ECONOMIST
Elder Ogliari


RS nega ter pago matéria na revista ‘Economist’


‘O secretário do Desenvolvimento Econômico e Assuntos Internacionais (Sedai) do Rio Grande do Sul, Luiz Roberto Ponte, disse que o governo gaúcho não gastou nada e não tem qualquer relação com a matéria paga publicada pela revista The Economist na edição de 11 de março.


‘Do governo do Estado não saiu um centavo’, assegurou, ao tomar conhecimento da publicação, ontem.


Ponte disse que limitou-se a receber um repórter que queria informações sobre a atração de investimentos, pelo Estado, no final do ano passado.


O material foi produzido pela agência internacional Globalpress para publicação em espaço comprado na revista.


O texto destaca a posição geográfica do Estado, próximo a diversos países do Mercosul, e a atração de R$ 15,6 bilhões em investimentos, de 200 empresas, entre janeiro de 2003 e outubro de 2005. Cita o contexto dos investimentos e usa quatro das cinco páginas para enumerar cases de sucesso de empresas e setores. E tem anúncios de 11 empresas com bases operacionais no Rio Grande do Sul.


Uma delas confirma que foi procurada para dar entrevistas e, posteriormente, para anunciar nas páginas, de caráter comercial, semelhante aos cadernos que diversos jornais brasileiros costumam editar.


Outras três empresas procuradas pela reportagem não retornaram as ligações. A Globalpress também não retornou os telefonemas.’


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 14 de março de 2006


TV DIGITAL
Eduardo Kattah


Costa ataca lobby das telefônicas


‘O ministro das Comunicações, Hélio Costa, acusou ontem as companhias telefônicas de estarem fazendo um ‘lobby nacional’ e ‘comprando consciências’ na mídia no debate sobre a TV digital no Brasil. Demonstrando irritação com as críticas de que estaria agindo sem a isenção necessária ao cargo que ocupa, o ministro afirmou que o processo provocou uma ‘guerra’ entre as empresas de radiodifusão e as operadoras de telecomunicações fixas e móveis. Costa defende a opção pelo padrão japonês (ISDB), argumentando que, além de a coalizão ter se comprometido com a instalação de uma fábrica de semicondutores no território nacional, é a única que no momento permitirá a transmissão direta e gratuita da programação de TV nos telefones celulares.


‘Essa é uma das principais controvérsias do TV digital: uma permite fazer de graça e as outras duas têm de pagar’, disse, referindo-se aos padrões europeu (DVB) e americano (ATSC). ‘Evidentemente, as companhias telefônicas estão fazendo um lobby nacional. Estão usando todo recurso que têm, comprando consciências. E muitas se vendem, nós sabemos. Basta ler os jornais do fim de semana.’ O desabafo de Costa foi feito em palestra na Universidade Federal de Minas Gerais.


O ministro, contudo, reafirmou que o governo ainda não se decidiu sobre o modelo a ser adotado. Ele não informou quando será anunciada a decisão, mas disse que ela não pode ser protelada por muito tempo. ‘O governo não pode esperar mais. Tem de tomar essa decisão.’


Após o evento, Costa disse que ‘quem mudar a apresentação para atender a TV aberta e gratuita será considerada’. ‘Enquanto não atender a televisão aberta e gratuita no Brasil, dificilmente será considerada. Outra coisa importante é trazer para o País a tecnologia. É o momento de trazermos uma fábrica de semicondutores.’


Na sexta-feira, o governo não anunciou, como previsto, a tecnologia que será adotada. Ontem, o ministro afirmou que o primeiro teste de transmissão será em junho, na Grande São Paulo, durante a Copa do Mundo. O lançamento comercial da TV digital no País, segundo ele, deve ocorrer em setembro.


PRIVATIZAÇÕES


Hélio Costa defende as empresas nacionais, repetindo várias vezes que o processo de escolha do sistema de modulação está sendo conduzido ‘sob o ponto de vista técnico’. Segundo ele, a receita anual das comunicações no País é de cerca de R$ 100 bilhões e 90% está nas mãos das companhias telefônicas.


‘Permitimos de tal forma que hoje temos esse extraordinário complexo de comunicação no País nas mãos dos estrangeiros. Agora começamos a ver que essas empresas começam a comprar até a consciência das pessoas.’ O processo de privatização das teles, no governo Fernando Henrique Cardoso, disse ele, resultou em ‘monopólios regionais nas telefonias fixas’.


O ministro elogiou a TV brasileira. ‘Do ponto de vista técnico, temos uma das melhores TVs do mundo.’ Ele destacou que 93% da recepção no Brasil é feita pela TV aberta. ‘Temos que estudar um sistema de modulação que seja robusto o bastante para a TV brasileira.’


Em outro ataque ao governo FHC, Costa lembrou que a TV digital está em discussão desde 1994 e que, no fim do segundo mandato, o governo FHC tinha condições de tomar uma decisão. ‘Mas não tomou. Não teve, na realidade, a coragem de enfrentar o que o ministro Hélio Costa está enfrentando, o que o governo Lula está enfrentando.’


O ministro reiterou que as pesquisas desenvolvidas por cientistas brasileiros serão incorporadas à tecnologia escolhida, mas descartou um modelo nacional.’


Lu Aiko Otta


Europeus aumentam pressão


‘Embaixadores da Finlândia, Áustria, Alemanha, França, Itália e União Européia reuniram-se ontem com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, para afirmar que têm interesse em instalar uma fábrica de semicondutores no Brasil. Eles disseram que vão agir para que seja feita uma proposta formal do investimento, como quer o governo brasileiro. Amanhã, a ministra recebe os representantes da empresa franco-italiana ST Microeletronics, que seria a responsável pela nova fábrica. Os embaixadores acenaram com a possibilidade de buscar financiamento em seus países para viabilizar o investimento.


A reação dos europeus, numa disputa que era dada como ganha pelos japoneses, fez com que o governo adiasse a escolha da tecnologia de TV digital no País. Originalmente, os ministros envolvidos nas negociações dariam sua opinião na sexta-feira passada e o presidente Lula anunciaria a decisão no início desta semana. No entanto, a movimentação dos europeus animou os ministros a pedir a Lula mais tempo para negociar. O adiamento deverá ser de algumas semanas.


O ponto central da decisão passou a ser algo que não estava na mesa de negociações até há pouco tempo: a fábrica de semicondutores. Ela será o critério de desempate entre japoneses e europeus que, no mais, oferecem condições semelhantes de financiamento para a compra de novos equipamentos por parte das emissoras e regras para pagamento de royalties.


Em troca da fábrica, o governo está disposto a reduzir o peso das avaliações técnicas que, até o momento, apontam a tecnologia japonesa como a melhor. Os negociadores acham que os japoneses levam vantagem porque sua tecnologia é a mais recente – portanto, incorpora os avanços das demais. Mas nada impede que os europeus ou americanos atualizem sua tecnologia e, dessa forma, superem os asiáticos.


Por enquanto, nem europeus nem japoneses apresentaram uma proposta formal para o investimento em semicondutores. Ontem, o ministro Furlan recebeu o embaixador do Japão, Takahiko Horimura, e insistiu em receber uma proposta para a fábrica. Os japoneses analisam a possibilidade de fazer o investimento, mas ainda têm dúvidas. A principal delas seria a escala, ou seja, o tamanho do mercado brasileiro poderia não ser grande o suficiente para acomodar tal investimento.


A exigência da fábrica de semicondutores faz parte do processo chamado ‘offset’ (compensação). Uma decisão como esta abrirá um enorme mercado para o vencedor, e é de se esperar que o País receba algo em troca.’


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Samsung apóia adiamento da decisão da TV digital


‘O governo já tem condições de escolher a tecnologia a ser adotada na TV digital no País, mas vale a pena adiar a decisão por um ou dois meses, enquanto se negociam contrapartidas. Essa é a opinião do vice-presidente de Novos Negócios da Samsung, Benjamin Sicsú.


Secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento no governo Fernando Henrique, ele é um dos mais ativos participantes, pelo setor privado, das discussões sobre qual tecnologia utilizar no Brasil. A Samsung patrocinou um conjunto de estudos técnicos encomendados pelo governo às universidades.


A principal contrapartida em negociação no momento é a instalação de uma fábrica de semicondutores no Brasil. O governo quer que os japoneses (que lideram a disputa) ou europeus (que correm por fora) se comprometam a fazer o investimento. Para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, isso transformou-se numa condição básica. Ela acredita que, a partir dessa fábrica de produtos de alta tecnologia, o parque produtivo nacional dará um salto tecnológico.


Sicsú acha que o novo investimento é razão suficiente para o governo adiar sua decisão por algumas semanas. Ele não acredita, porém, que o investimento será de US$ 1 bilhão, como vem sendo comentado nos bastidores. Sicsú explicou que investimentos desse vulto são para produzir componentes em grande quantidade, para serem utilizados em fábricas no mundo inteiro. O mais provável é que o Brasil receba uma fábrica menor, chamada de ‘discreta’, que produza chips em menor escala e maior variedade. Tanto europeus quanto japoneses são fornecedores desse tipo de chip no mercado mundial.’


KNIGHT RIDDER VENDIDA
Paulo Sotero


Rede de jornais Knight Ridder é vendida por US$ 4,5 bilhões


‘O preço de US$ 4,5 bilhões, ou US$ 67,50 por ação que a McClatchy Co., uma companhia de jornais regionais da Califórnia, pagará pela Knight Ridder, a segunda maior rede de diários dos Estados Unidos, ficou próximo dos US$ 70 que os analistas previram como teto e mostrou que continua a haver interesse dos investidores pela negócio da mídia escrita, a despeito das tiragens estagnadas ou em queda e da perda de receitas de publicidade no setor. Na sexta-feira, a ação da Knight Ridder fechara em US$ 62,66.


A McClatchy assumirá US$ 2 bilhões em dívidas da Knitgh Ridder e financiará a maior parte da operação com um empréstimo bancário de US$ 3,75 bilhões, de acordo com o anúncio conjunto feito ontem, confirmando a esperada operação. Na semana passada, analistas estimavam que o negócio poderia chegar a até US$ 8 bilhões.


Os jornais Miami Herald, da Flórida, e Charlotte Observer, da Carolina do Norte, que pertenciam à Knight Ridder, passarão agora a integrar um nova cadeia de 32 diários – 17 dos quais jornais de bairro – e 50 outras publicações controladas pela McClatchy, que passará a ser a segunda maior rede de jornais americanos, depois da Gannett, dona do USA Today, o jornal de maior circulação dos Estados Unidos. O Sacramento Bee, da capital da Califórnia, onde a McClatchy está sediada, era até agora o jornal mais conhecido e premiado da empresa.


INCERTEZAS


As condições da compra da Knight Ridder mantiveram, contudo, as incertezas que atormentam as empresas jornalísticas americanas, especialmente em mercados já saturados. A McClatchy anunciou que planeja vender 12 dos 32 jornais que comprou da Knight Ridder, entre os quais o Philadelphia Inquirer, o maior periódico do grupo, e o San Jose Mercury News. De acordo com a empresa, os dois diários não se encaixam em sua estratégia de concentrar investimentos em mercados em expansão.


No lote das publicações em apuros e para as quais a McClatchy busca comprador estão o Akron Beacon Journal, de Ohio; o Wilkes-Barre Times Leader, da Pensilvânia; o Aberdeen American News, de Dakota do Sul; o Grand Forks Herald, de Dakota do Norte; o Ft. Wayne News-Sentinel, de Indiana; o Contra Costa Times e o Monterey County Herald, ambos da Califórnia, e o Duluth News Tribune, de Minnesota.


Para evitar um processo antitruste, a McClatchy, que é dona do Star Tribune, de Minneapolis, Minnesota, deverá vender também o St. Paul Pioneer Press, que é distribuído na mesma região metropolitana formada pelas cidades gêmeas Minneapolis-Saint Paul.


O presidente da Knight Ridder, Tony Ridder, disse que ‘lamenta muito’ os planos da McClatchy de desfazer-se dos doze jornais e disse que, para eles, ‘a incerteza não acabou’. A Knight Ridder colocou-se à venda em novembro passado, depois que um de seus principais acionistas, a Private Capital Management Inc., exigiu uma maior remuneração por seu investimento na empresa. De janeiro a outubro do ano passado, o valor das ações da empresa caiu 20%.


A exemplo de outras empresas jornalísticas, a Knight Ridder continuou a enfrentar no ano passado aumentos de custos motivados pelo encarecimento do papel de imprensa e a fuga de uma parte dos leitores, principalmente os mais jovens, para a internet.


Em setembro, a companhia fez um corte de 15% da redação do Philadelphia Inquirer e adotou medidas de contenção de custos em outros jornais. O problema afeta toda a imprensa dos Estados Unidos. Na mesma mesma época, o The New York Times iniciou um corte de 45 jornalistas como parte de um plano de redução de 500 empregos na companhia. Na semana passada, foi a vez do Washington Post. O jornal anunciou um corte de 80 posições na redação, ou 9% do total.


EXPANSÃO


Segundo Colby Atwood, vice-presidente da Borrell Associates Inc., uma firma de pesquisa e consultoria no setor da mídia, um dos fatores que alimentam o interesse dos investidores em ações de empresas que controlam jornais é a rápida expansão de suas operações online, que se dirigem ao segmento do mercado em que há o maior potencial de crescimento. Atwood disse ao Washington Post que a oferta da McClatchy deixa implícita uma avaliação positiva do progresso que a Knight Ridder vinha fazendo para se adaptar à era da internet. As operações online dos jornais da Knight Ridder representam hoje 5,8% do faturamento da empresa, o que se compara com apenas 1,4% em 2001. Na McClatchy, os produtos online saltaram de 1,5% para 4,5% da receita, no mesmo período.


James Naughton, um ex-diretor de Redação do Philadelphia Inquirer, chamou atenção para um outro aspecto da venda da Knight Ridder para a McClatchy que ele considera positivo. ‘Para um veterano na Knight Ridder como eu, o desfecho mais positivo era a empresa ser comprada pela McClatchy’, disse ele ao Post. ‘A McClatchy consegue, de alguma forma, produzir jornalismo de qualidade sem ofender (os interesses de) Wall Street.’’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Ernesto Varella está na área


‘Só revendo Ernesto Varella para perceber que falta faz uma figura como aquela ao apetite nacional de contestar.


Até o fim deste mês, Marcelo Tas dá uma palinha de seu Varella (e também do saudoso professor Tibúrcio) no sagrado espaço da Terça Insana, no Avenida Club – hoje é dia. Na ocasião, Tas faz uma breve compilação da História do Brasil segundo Ernesto Varella, título que cumpriu temporada no Rio e chegará a São Paulo logo após a Copa.


Para o Terça Insana, Tas selecionou a exibição de um flash-back bem oportuno para ano de Copa e eleições: é a entrevista feita com Nabi Abi Chedid, vice-presidente da CBF, em 1986 – e hoje ocupante do mesmo cargo, o que o faz concluir que o Brasil mudou pouco – quando o repórter quer falar sobre política e é acusado de ser um ‘mau brasileiro’ por Nabi. Dá gosto de ver o cinismo de Varella diante da agressividade do entrevistado.


Também para o semestre que vem está previsto o lançamento de uma nova edição de um primoroso DVD com vários programas que deram fama a Varella nos anos 80. Longe do bê-á-bá convencional, ele aborda políticos, jornalistas e anônimos. A primeira edição desse DVD, já esgotada, só foi distribuída para universidades e instituições públicas.


Valdeci, o célebre personagem que representava o câmera de Varella, aliás, teve dois de seus mais expressivos intérpretes sentados na platéia do Terça Insana, na semana passada: o cineasta Fernando Meirelles e Toniko Melo, hoje um dos principais diretores de publicidade do Brasil, também da O2 Filmes.


Após o espetáculo, Meirelles arriscou um palpite a Tas. Disse que ele está abandonando sua antiga turma para virar um homem de teatro. ‘Tomara que ele esteja certo’, falou Tas ao Estado.’


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