Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

JT será reformulado;
InfoGlobo lança Expresso


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 29 de março de 2006


JT DE CARA NOVA
O Estado de S. Paulo


‘Jornal da Tarde’ mostra cara nova no dia 5 de abril


‘Jornal do Grupo Estado terá novo projeto gráfico e se voltará para a prestação de serviços


O Jornal da Tarde, pertencente ao Grupo Estado, chegará no próximo dia 5 às bancas totalmente reformulado, procurando se aproximar ainda mais do cidadão paulistano, com foco na prestação de serviços, textos mais leves e muita informação sobre tudo o que acontece na cidade. Entre as novidades, está o lançamento da Revista JT, que passa a circular aos domingos.


A reformulação começa a ser anunciada hoje em campanha publicitária criada pela agência Leo, Burnett, e que implicou investimentos de R$ 5 milhões. E o Jornal da Tarde ganha também novo slogan, que expressa as suas mudanças: ‘JT, informação sem complicação.’ A idéia do novo projeto gráfico, desenvolvido pela empresa espanhola de design Cases i Associats, de Barcelona, é valorizar a reportagem, o serviço e a identidade do jornal. As fotos, por exemplo, terão um estilo de edição próprio.


Francisco Amaral, da Cases i Associats, que também foi responsável pela reformulação gráfica de O Estado de S. Paulo acredita que o papel de um veículo é o de facilitar a leitura, trazendo uma hierarquia ao noticiário que valorize a informação. Ele destaca que as fotos serão ainda mais valorizadas, reforçando a informação.


O conteúdo do JT também se volta, com força, para tudo o que acontece na Grande São Paulo. É o caso, por exemplo, da nova coluna ‘Deixa com a gente’, canal de comunicação direta entre leitores e o serviço público; o Fotoleitor, publicação de fotos enviadas pelos leitores de cenas da cidade; ‘Pra começo de conversa’, enquetes com temas do cotidiano, além de um espaço dedicado exclusivamente aos professores.


Para o editor-chefe Celso Kinjô, trata-se de um jornal essencialmente urbano, atento às necessidades de quem mora na Grande São Paulo. ‘O JT tem como proposta prestar serviços, informar e ajudar na intermediação entre os moradores desta metrópole e o poder público’, afirma. A expectativa de Kinjô é a de que o novo projeto possa transformar o veículo em forte aliado do cidadão paulistano, com informação de qualidade e espaço para que o leitor se manifeste.


Revista


A Revista JT, no formato 24 x 30 cm, terá inicialmente 40 páginas. Circulará aos domingos com matérias sobre televisão, comportamento, família, saúde, gastronomia, casa e decoração, estética e beleza e dicas de compras. Será também um guia com a sinopse das novelas, filmes e a programação da TV da semana, focado nas várias opções de lazer.


A expectativa de Antônio Hercules Jr., diretor de Marketing e Mercado Leitor do Grupo Estado, é aumentar a circulação em 15% nas bancas. ‘Em pesquisas, detectamos uma demanda dos leitores por um jornal mais organizado, ágil e de fácil leitura. Tudo isso, sem perder a qualidade’, afirma.


Neste primeiro momento, as alterações ainda não chegarão às páginas de Classificados. Mas Hercules Jr. informa que está prevista ainda para o primeiro semestre a reformulação gráfica desse caderno. Ele diz que a intenção é transferir também para os cadernos de Classificados o impacto visual do novo projeto gráfico.


Na opinião de Cláudio Santos, diretor corporativo de mercado anunciante do Grupo Estado, o reposicionamento do jornal trará também novas oportunidades aos anunciantes. ‘Essa reforma no conteúdo e na apresentação do JT oferece mais espaço ao mercado publicitário e marca o posicionamento do jornal como o porta-voz do cidadão’, acrescenta.


Para Kinjô, esse compromisso com o cidadão resume toda a reformulação do JT, veículo que sempre se destacou pelo seu projeto gráfico ousado, moderno, que facilita e estimula o prazer da leitura. Agora, esse projeto dará ênfase aos serviços, sem deixar de lado a informação precisa dos fatos que mexem com a vida do paulistano.’


LANÇAMENTO / EXPRESSO
O Estado de S. Paulo


Globo lança o ‘Expresso’, no Rio, para classes C e D


‘A Infoglobo, empresa das Organizações Globo, que edita o jornal O Globo, lançou no Rio de Janeiro o jornal Expresso, que desde segunda-feira chega às bancas ao preço de R$ 0,50. A intenção é atingir o público C e D.


Com tiragem inicial de 100 mil exemplares, o jornal circulará de segunda a sexta-feira com o mote ‘Direto ao que interessa’, que será fixado por campanha de publicidade criada pela agência Contemporânea.


O veículo, segundo o diretor-executivo da Infoglobo, Agostinho Vieira, pretende estimular a leitura entre as pessoas das classe C (3,5 milhões no Estado do Rio) e D (2,3 milhões) que não lêem jornais. Hoje, essa fatia é de 45% da população da classe C e 69% da classe D.


Vieira informa que o jornal terá, em média, 32 páginas e forte distribuição na Baixada Fluminense, na zona oeste do Rio e nos bairros cortados pelos trens da Central do Brasil e Leopoldina.


Com o Expresso, a empresa jornalística quer ampliar a base de leitores do meio jornal e fixar, no País, o modelo compacto.


O jornal é em formato tablóide, que corresponde à metade de uma página dos jornais tradicionais. As reportagens serão curtas, com foco no noticiário que mais interessa a essas classes sociais.’


THE ECONOMIST
Maggie Brown


‘The Economist’ busca circulação de 2 milhões


‘Guardian – Com seu terno bem talhado e sapatos bem engraxados, John Micklethwait, o novo editor da revista britânica The Economist – o 16º da história da publicação -, causou admiração pela sua aparência inegavelmente da alta classe social, na sexta-feira. Foi na manhã seguinte à sua nomeação e a um turbilhão de 24 horas. Ele pareceu, na vitória, a própria essência do cavalheiro inglês bem-educado, charmoso, com um toque de humildade na medida certa.


A opinião geral é que, ao escolher Micklethwait, de 43 anos, para comandar uma das marcas de mídia globais mais conhecidas da Grã-Bretanha – sucedendo ao expansivo diretor de redação, Bill Emmott -, o Conselho fez uma escolha inteligente, enfatizando a continuidade.


‘Ele é uma pessoa confiável e estável. Vivenciou todas as recentes crises globais’, disse um empregado da revista. ‘Nunca foi visto perdendo o controle e é uma pessoa agradável no trato.’ Atualmente, é diretor de Redação da revista nos Estados Unidos. Portanto compreende a essência do país onde as vendas chegam a 500 mil exemplares por semana, metade da circulação total.


Micklethwait, que ingressou na The Economist em 1987, após um curto período no banco Chase Manhattan, é também um baluarte dos valores da revista: os benefícios superiores do capitalismo, o livre comércio e a globalização. É também considerado um excelente comunicador e provavelmente terá um perfil mais visível na mídia que seu predecessor.


O orçamento do ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, na semana passada, foi uma ‘oportunidade perdida’, diz ele, pois se tivesse sido indicado antes, provavelmente teria dito em todas as ondas aéreas.


Isto está relacionado com seu maior desafio, que vai requerer faro e determinação. Será que, sob seu comando, a Economist conseguirá dobrar suas vendas de novo na próxima década, passando de 1 milhão para 2 milhões de exemplares?


Micklethwait é cauteloso na resposta: ‘Creio que podemos, mas precisamos merecer isso. Obviamente, é um desafio, o teste que Bill estabeleceu para seus sucessores’.


Micklethwait acredita que a projeção da revista aumentará por causa das tendências econômicas. ‘A nosso favor temos o fato de sermos o manual do usuário da globalização. E a globalização ainda está progredindo, embora evidentemente tenha problemas em algumas áreas. Mas, para qualquer lugar que se olhe no mundo, você verá mais pessoas para as quais a Economist pode ser uma ferramenta útil.’


Liberdade


Ele dá de ombros ao recente ataque por parte do ex-diretor de redação da New Statesman, Peter Wilby, que escreveu no London Evening Standard que The Economist é presunçosa, simplisticamente embebida de uma crença nos mercados livres, acima de qualquer coisa. ‘Isso mostrou que ele nos lê pouco. Passamos um tempão procurando as imperfeições dos mercados, indagando por que a globalização não resultou em riqueza em algumas partes do mundo. Achamos que os mercados são melhores que a alternativa, mas eles não funcionam com perfeição’, acrescenta.


‘Defendemos o capitalismo do livre mercado, da mesma forma como defendemos o liberalismo social e temos de apoiar essas coisas, mesmo quando se torna complicado.’


Micklethwait ressalta a história da revista, fundada em 1843: ‘Fomos fundados para defender o livre comércio, mas também desde cedo atacamos a pena de morte. Fomos contra a escravidão e um dos primeiros proponentes da reforma judicial.’’


TV DIGITAL
Gerusa Marques


Comitê discute TV digital amanhã


‘O ministro das Comunicações, Hélio Costa, informou que representantes dos nove ministérios que integram o Comitê de Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de TV Digital se reunirão amanhã para concluir e assinar um relatório de consenso, em que deverão recomendar ao presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, o padrão de TV digital a ser adotado no País.


Costa não quis prever uma data para o anúncio da decisão, argumentando que essa é uma decisão do presidente. E também não quis antecipar qual dos três padrões em estudo – japonês, europeu ou americano – será recomendado. Disse apenas que o documento terá 10 páginas e vai tratar ‘um pouco de tudo’ que foi discutido sobre o assunto, respeitando as determinações do decreto 4.901, de 2003, que estabelece as diretrizes para a implantação da TV digital no Brasil.


De acordo com o decreto, o relatório deverá apresentar propostas quanto ao modelo de referência do sistema brasileiro, ao padrão a ser adotado, à forma de exploração do serviço e ao período e modelo de transição do sistema analógico para o digital.


Integram o Comitê de Desenvolvimento os Ministérios da Comunicação, Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Cultura, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Educação, Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão e das Relações Exteriores.


Hélio Costa confirmou para o dia 9 ou 10 de abril, a viagem de uma delegação de ministros brasileiros ao Japão e à Coréia para negociar a implantação, no Brasil, de fábricas de semicondutores e de televisores com tela de cristal líquido (LCD). A fábrica de semicondutores é uma das contrapartidas que vêm sendo negociadas pelo governo brasileiro no processo de escolha do padrão.


Mas, segundo Costa, a decisão do padrão de TV digital, segundo ele, não precisa esperar necessariamente a volta dos ministros. Japoneses e os europeus manifestaram interesse em construir a fábrica, mas não há ainda um compromisso formal de nenhum dos lados.


A data da viagem ao Japão e à Coreia foi definida ontem em reunião do Comitê, no Palácio do Planalto. Segundo Costa, integrarão a delegação os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, além do próprio Costa. O novo ministro da Fazenda, Guido Mantega também poderá integrar a comitiva.


Na sexta-feira, a União Européia enviou uma carta à Dilma, afirmando que a Phillips e a ST Microectronicos têm intenção de se instalar no Brasil. A instalação de uma fábrica dessas depende, no entanto, de estudos de viabilidade, que devem levar um ano. Além de encontros com representantes dos governos japonês e coreano, a delegação brasileira se reunirá com executivos da Sony, Panasonic, Toshiba, NEC e Samsung.’


TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Jamil Chade


Brasil cai no ranking sobre o uso da TI


‘Prejudicado pela falta de um ambiente apropriado para negócios, o Brasil caiu seis posições no ranking de tecnologia da informação (TI). O relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial traz o Brasil este ano na 52.ª posição, superado pela China, Índia e África do Sul. Embora seja o segundo colocado na América Latina, superado só pelo Chile, o relatório destaca que problemas como a falta de um sistema forte de educação impedem o Brasil de ter melhor posição.


O ranking mede a capacidade de 115 países de usarem a TI para incentivar a competitividade global. O Brasil caiu pelo terceiro ano seguido. A liderança é dos Estados Unidos, seguidos por Cingapura e Dinamarca.


O estudo analisa as condições da TI em três dimensões: ambiente macroeconômico, situação regulatória e infra-estrutura. As condições no governo, empresas e particulares são avaliadas para verificar como o país usa as novas tecnologias e benefícios.


No caso do Brasil, o relatório diz que o ‘ambiente de mercado,o ônus do governo, a facilidade de abrir novas empresas, assim como a estrutura de regulamentação das tecnologias de informação e a independência judicial’ são fatores que prejudicam a posição do País, além dos altos impostos e burocracia.


Outro elemento que impede uma melhor posição do Brasil é o ‘sistema educacional fraco’. Para o Fórum, isso ‘mina o potencial do País de criar um ambiente de inovação tecnológica’. Outro fator é a falta de capital de risco.


‘A comunidade empresarial reclama do excesso de regulamentação, das dificuldades de iniciar empreendimentos e do sistema educacional, que ainda não produz as habilidades necessárias para a inserção de trabalhadores numa economia moderna’, afirmou Augusto Lopez-Claros, diretor da Rede de Competitividade Global do Fórum.’


Renato Cruz


Intel quer discutir fábrica de chips com o governo


‘Já é uma tradição nas visitas dos dirigentes da americana Intel, maior fabricante de semicondutores do mundo, ao Brasil: questionados sobre a instalação de uma fábrica no País, afastam polidamente qualquer possibilidade de isto acontecer no curto prazo. Mas, desta vez, foi diferente. ‘Temos acompanhado as discussões do governo e estamos interessados em estudar o assunto’, afirmou ontem o presidente mundial da companhia, Paul Otellini, durante evento em São Paulo. ‘Mas não fomos convidados a participar até agora.’


A atração de uma fábrica de chips é uma das prioridades da política industrial do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ano passado, o Brasil importou US$ 2,904 bilhões em semicondutores. A Intel está interessada em conversar sobre o projeto da Companhia Brasileira de Semicondutores (CBS), liderado por Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volkswagen do Brasil, que costura um consórcio para instalar uma fábrica de US$ 300 milhões em Minas Gerais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda o assunto. ‘Não temos nada contra participar de um consórcio’, explicou Oscar Clarke, diretor-geral da Intel no Brasil. ‘Estamos dispostos a conversar.’


No entanto, uma fábrica própria, que exigiria investimentos de até US$ 5 bilhões, ainda está distante. ‘A fabricação de chips não é uma atividade trivial’, destacou Otellini. Em 1996, o Brasil perdeu uma fábrica de US$ 420 milhões da Intel para a Costa Rica. Em fevereiro, a companhia anunciou uma unidade de US$ 300 milhões no Vietnã. A próxima decisão de fábrica deve ser tomada somente em um ano ou um ano e meio.


Otellini anunciou a criação do fundo de Tecnologia Intel Capital Brasil, para investir US$ 50 milhões em empresas locais. Desde 1999, a Intel Capital investiu US$ 35 milhões em 13 empresas brasileiras. ‘Buscaremos oportunidades em hardware, software e soluções’, afirmou o presidente mundial da Intel. David Thomas, diretor da Intel Capital para a América Latina, destacou o bom momento do mercado brasileiro, com várias empresas abrindo o capital e com incentivos ao investimento internacional. Os interesses do fundo incluem hardware, software e serviços, incluindo banda larga sem fio com a tecnologia WiMax, uma das grandes apostas da empresa.


Uma das prioridades da empresa são as comunicações móveis. A Intel começou ontem a Semana da Mobilidade, com uma série de promoções com parceiros. Quinze fabricantes brasileiros anunciaram o lançamento de computadores com Centrino Duo, da Intel, com dois processadores em um chip. Em 2005, foram vendidos 300 mil notebooks no Brasil. Este ano, o número deve pelo menos dobrar.


Na segunda-feira, o grande varejo fará uma promoção de notebooks, com descontos e financiamento em pelo menos 10 vezes sem juros. Participam da promoção, que dura mais uma semana, as Casas Bahia, Pernambucanas, Extra, Fast Shop, Fnac, Magazine Luiza, Ponto Frio e Submarino.’


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Angélica terá sua própria Caras


‘Pegue uma revista sobre celebridades. Misture a ela um pouco do Fantástico, pitadas de Vídeo Show, tempere com Arquivo Confidencial e outros quadros do Faustão e está aí o novo programa de Angélica: Estrela com Angélica, que estréia no dia 8 na Globo.


A revista eletrônica vai ao ar logo após o Jornal Hoje, aos sábados, e põe a loira entrevistando celebridades. Ela ocupará a vaga do Vídeo Show nesse dia e servirá de aperitivo para o programa do marido, Luciano Hulk, que vem a seguir.


‘Sempre haverá no estúdio de três a cinco convidados famosos, em um bate-papo sobre a vida, a carreira e comentando as matérias que vão ao ar’, fala o diretor-geral da atração, Carlos Magalhães. ‘A idéia é levar celebridades para fazer coisas diferentes, como realizar um sonho, um passeio romântico, uma viagem. Não será só uma coisa de mostrar a casa e a intimidade do famoso’, garante ele.


Entre os 15 quadros do programa, 1 promete submeter o convidado a uma aventura radical. Outro sugere que a celebridade realize um sonho.


‘O Pedro Paulo Rangel, por exemplo, sempre quis reger uma orquestra. Demos um jeitinho de isso acontecer’, conta o diretor. ‘Estamos também gravando com a Priscila Fantim na Itália e com jogadores brasileiros que vivem lá, como Kaká e o Adriano.’


Com duração de aproximadamente uma hora, Estrela com Angélica demorou para sair da gaveta da emissora. ‘Só do projeto ‘Joaquim’ foram dois anos’, brinca o diretor, referindo-se ao filho da apresentadora.


A atração não terá um time de repórteres, como ocorre no Vídeo Show, mas também cobrirá lançamentos de novelas e temas mais frugais como dicas de beleza e gastronomia. ‘A Camila Pitanga, por exemplo, gravou para gente falando sobre ioga’, conta o diretor.’


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Mara vence Big Brother 6 com 47% dos votos


A baiana Mara, ou Maria Nilza Viana dos Santos, 33 anos de idade, é a campeã da 6ª edição do reality show Big Brother Brasil (BBB6), da TV Globo. A auxiliar de enfermagem recebeu ontem à noite 47% das preferências de um total superior a 18 milhões de votos. O prêmio conquistado é uma bolada de R$ 1 milhão.


A segunda colocada foi a modelo Mariana Felício, de 21 anos, que ganhou R$ 50 mil. Rafael Valente, de Santana do Parnaíba (SP), foi o 3º colocado no BBB6, com 19% das preferências. Na reta final da competição, faltando duas semanas para o fim do confinamento, Rafael começou um namoro com a modelo Mariana.


Além de ganhar a simpatia da vice-campeã, Rafael levou R$ 30 mil. Também ganhou uma repreensão do jornalista e apresentador Pedro Bial, ao vivo, por não saber o significado da palavra ‘idílio’ (relação entre namorados) e justificar a ignorância dizendo que era professor de matemática. ‘Um professor de matemática também precisa saber escrever cartas’, disse Bial. Zeca Pagodinho animou a premiação.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 29 de março de 2006


CASO NOSSA CAIXA
Painel do leitor


Publicidade


‘‘A respeito do texto ‘Alckmin não vai apurar se banco ajudou seus aliados’ (Brasil, 27/3), sobre o uso indevido da Nossa Caixa para favorecer aliados do governo do Estado, cabe ressaltar que, se a Delegacia de Crimes Funcionais, cuja atribuição era exatamente a de investigar funcionários públicos suspeitos, não tivesse sido extinta, exatamente no governo Alckmin, talvez o senhor governador visse dispensada a exagerada singeleza de afirmar categoricamente que não vai apurar a denúncia desse prestigioso jornal sobre favorecimentos com verbas públicas’. André Di Rissio, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)


‘O Conselho Superior do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã, responsável pela Rede Vida, reunido no dia 27/3, esclarece a população sobre declarações publicadas na reportagem ‘Em e-mails, anúncios são chamados de ‘lixão’ (Brasil, 26/3). O texto refere-se a verbas recebidas pela entidade em prol da Rede Vida. Trata-se não de doação ou de benefícios concedidos, nem de resultado de influências políticas, mas de contratação de serviços de publicidade, habitualmente distribuídos pelo governo às redes de TV. Os serviços são de conhecimento público e foram devidamente cumpridos nos horários previstos. Aliás, coube à Rede Vida uma parcela reduzida de publicidade se comparada às parcelas concedidas a outras redes.’ Dom Antonio Mucciolo , arcebispo emérito de Botucatu e presidente do Consup-Inbrac, e João Monteiro de Barros Filho, vice-presidente do Consup-Inbrac (São Paulo, SP)’


Chico de Gois


PSDB evita criação de CPI da Nossa Caixa na Assembléia


‘O PSDB, que vive defendendo a instalação de CPIs no Congresso para investigar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impediu ontem, durante a reunião do colégio de líderes na Assembléia Legislativa de São Paulo, a criação de uma comissão para apurar possíveis irregularidades na Nossa Caixa.


Com essa medida, já chega a 69 o número de pedidos de CPI arquivados contra o governo de Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência. Desde 2003, quando Alckmin tomou posse para seu segundo mandato, nenhuma CPI foi instalada pela Assembléia Legislativa.


O pedido de CPI da Nossa Caixa foi feito pelo deputado Renato Simões (PT) com base em reportagem da Folha que mostrou que o banco estatal beneficiou aliados de Alckmin na distribuição de anúncios. Entre os agraciados, segundo investigação do Ministério Público, estão os deputados Wagner Salustiano (PSDB), Afanázio Jazadji (PFL), Vaz de Lima (PSDB), Edson Ferrarini e Bispo Gê (PTB). Eles negam.


O líder do governo na Assembléia, Edson Aparecido (PSDB), justificou a não-criação da CPI argumentando que o trabalho que seria feito ‘já foi realizado pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado’.


O líder do PT, Ênio Tatto, tentou, também sem sucesso, convocar na Comissão de Finanças e Orçamento, o ex-assessor especial de Comunicação do governo, Roger Ferreira, o presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, o ex-gerente de marketing Jaime de Castro Júnior, e o presidente da Contexto, Saint’Clair de Vasconcelos. Eles são citados como envolvidos na liberação da propaganda.


Para inviabilizar a convocação, o deputado Vanderlei Macris (PSDB) pediu vista. Na sexta-feira, o PT tentará novamente convocar os quatro profissionais.


Ontem, o corregedor da Assembléia, Romeu Tuma Júnior (PMDB), protocolou na Mesa Diretora um pedido de abertura de sindicância para apurar o caso.’


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Tucano diz que oposição quer ‘tirar casquinha’


‘O governador Geraldo Alckmin disse ontem que seus adversários estão tentando ‘tirar uma casquinha’ e ‘proveito político’ das denúncias de favorecimento de aliados com verbas de publicidade da Nossa Caixa.


‘O pessoal fica querendo tirar uma casquinha, tirar proveito político, mas não tenho medo de cara feia.’


Em Presidente Prudente (SP), Alckmin elogiou seu ex-assessor Roger Ferreira por ter pedido demissão: ‘Acho que ele foi generoso ao agir dessa forma’. Em Dracena (SP), Alckmin afirmou que ‘não tinha nenhuma razão para ele sair. Saiu só para que isso não servisse de exploração política’. Em São Paulo, acrescentou: ‘O Roger não precisava ter saído porque não tem nenhum problema com o assessor, nenhum. Ele tomou essa atitude e eu aceitei o pedido’.’


Frederico Vasconcelos


Carta apontou acerto em licitação


‘A investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo sobre os negócios da Nossa Caixa foi instaurada para apurar a suspeita de que a sindicância interna abafaria o caso, apontando um ‘bode expiatório’ para encobrir irregularidades também atribuídas à cúpula do banco.


A carta anônima enviada ao Ministério Público no início de dezembro -que detonou a investigação preliminar nas áreas cível e criminal- não se limita a apontar o direcionamento de recursos do banco para beneficiar deputados da base aliada na Assembléia.


Entre as suspeitas levantadas -como os contratos de prestação de serviços em várias áreas do banco-, pedia-se que fosse investigada a hipótese de licitação com cartas marcadas para a substituição das agências Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda. e Colucci Propaganda Ltda., de forma a beneficiar publicitários próximos ao governo tucano.


Ao tentar pôr um ponto final no assunto, o governador Geraldo Alckmin disse anteontem, em entrevista coletiva, que ‘já houve a investigação, quem fez foi o governo, a própria Nossa Caixa, que abriu uma comissão de sindicância.’ Por sua vez, o presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, disse que o banco enviou os autos ao Ministério Público, ‘numa demonstração de transparência’. Monteiro não permitiu o acesso da Folha à sindicância.


O Ministério Público abriu a investigação no início de dezembro. Na ocasião, a Nossa Caixa ainda não havia concluído a sindicância, iniciada em 30 de junho, com prazo de 15 dias, prorrogáveis. Igualmente, o ex-gerente de marketing Jaime de Castro Júnior ainda não havia sido demitido, o que só ocorreu em 22 de dezembro.


Publicidade e compromissos


No relatório que ofereceu em outubro ao Comitê de Disciplina e Ética, Castro Júnior sustentara que o governo interferiu para que uma das contas publicitárias do banco fosse assumida por uma agência com a qual ‘o governo tinha compromissos’. Ele levantou duas hipóteses: seria contemplada a Contexto ou a Lua Branca.


Em seu relato, Castro Júnior diz que, ‘por determinação do presidente Monteiro, a proposta original previa a abertura de licitação para contratação de apenas uma nova agência de propaganda’. Posteriormente, ‘o sr. presidente foi ‘informado’ por autoridades do governo que a licitação deveria ser proposta para contratação de duas agências de propaganda’.


Na época, a Contexto e a Lua Branca disputavam, simultaneamente, as licitações abertas pela Casa Civil e pela Nossa Caixa. Castro Júnior alertou para uma espécie de ‘acordo’, de forma que nenhuma das duas agências ficasse fora do atendimento ao governo Alckmin. Segundo ele, houve orientação para que a licitação do banco aguardasse a escolha das agências para a Casa Civil.


A Contexto já atendia à Casa Civil e se apresenta como ‘a única agência de publicidade que atende o governo do Estado há 10 anos’. Tem entre seus principais clientes a CPTM, Dersa, Metrô e Poupatempo/Prodesp. Seu presidente, Saint’Clair de Vasconcelos, foi apontado como o intermediário dos pedidos de veiculação de anúncios e patrocínios da Nossa Caixa para beneficiar deputados estaduais da base aliada.


Em sua proposta à Nossa Caixa, a Contexto ofereceu ‘uma relação que vai além dos interesses meramente comerciais e se consolida como um verdadeiro ‘jogo de equipe’, afinado, duradouro e coerente com a linha de conduta e com o estilo de gestão de nossa administração estadual’.


A Lua Branca foi criada em 2004 por Luiz Gonzalez e Woile Guimarães, em alteração da denominação social da produtora GW. Essa empresa prestou serviços de produção de audiovisuais para campanhas de vários partidos, inclusive o PT, mas tem maior afinidade com o PSDB paulista.


A Contexto não ganhou a licitação para continuar com a conta da Casa Civil, vencida pela dupla DPZ e Lua Branca. Ganhou a licitação da Nossa Caixa, ao lado da Adag. Sua proposta técnica -um volumoso trabalho com peças de campanha- obteve 87,28 pontos, vindo a seguir a Adag (83,59), Full Jazz (78,50), Lua Branca (71,52) e três outras concorrentes.


Sem sucesso, a Full Jazz tentou impugnar a licitação, alegando a hipótese de ‘concorrência dirigida’. A contestação era contra a Adag, que teria apresentado peças além do exigido. A Adag refutou, dizendo que jamais teve questionada a sua conduta ética e técnica.’


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Governo paulista nega ingerência em licitações


‘‘O Governo de São Paulo repudia, com veemência, as afirmações do ex-gerente de marketing da Nossa Caixa, que foi demitido por justa causa. Não houve ingerência na licitação realizada pela Nossa Caixa, e em nenhuma outra’, informou a assessoria de imprensa do Governo do Estado.


A assessoria da Nossa Caixa informou que ‘as agências de publicidade do banco Nossa Caixa foram contratadas após processo de licitação regular, cuja cópia integral se encontra no Ministério Público e no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo’.


O publicitário Luiz Gonzalez, sócio da agência Lua Branca, considera ‘ridícula’ qualquer insinuação de favorecimento nas licitações que disputou no governo Geraldo Alckmin. ‘No ano de 2005, a Lua Branca participou de nove licitações de propaganda no âmbito do governo do Estado de São Paulo. Perdeu oito e ganhou uma’. ‘Ganhamos limpo uma e perdemos, limpo, oito’, diz. ‘Qualquer insinuação em contrário é irresponsável e não condiz com os fatos’, afirma. Para Gonzalez, a ‘sugestão’ de Jaime de Castro Júnior, ex-gerente de marketing da Nossa Caixa, ‘estava errada e o nosso histórico perdedor mostra claramente que não houve favorecimento à empresa’.


‘A agência entrou na licitação da Nossa Caixa e perdeu. A licitação era para escolher duas agências. Ficamos em quarto lugar. Portanto, perdemos sem chances de recurso, pois, se uma das vencedoras fosse impugnada por qualquer motivo, ainda havia uma agência em terceiro lugar’, diz.


‘Na época, lamentei. Continuo lamentando. Tínhamos uma ótima proposta técnica, mas perdemos. Fazer o quê?’


Ele diz que, em alguns casos, havia três concorrentes. Em outros, quatro. ‘Em muitos casos, considerei o resultado injusto. Mas outros concorrentes também devem ter achado’, diz o publicitário.


Saint’Clair de Vasconcelos, presidente da Contexto, e Maria Christina de Carvalho Pinto, presidente da Full Jazz, consultados pela Folha nas últimas duas semanas, preferiram não se manifestar sobre os contratos com a Nossa Caixa.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Até outubro


‘A ‘Globo’ foi atrás de Franklin Martins para comentar a queda de Antônio Palocci. Nos demais programas, jamais no ‘Jornal Nacional’. Dele, à tarde, avisando:


_ Já está claro que a oposição não vai parar por aí. E está clara uma coisa: o tempo vai esquentar muito.


Na CBN, que é da Globo, ele detalhou mais. Primeiro o âncora Heródoto Barbeiro:


_ Com a demissão de Palocci a crise diminui, as coisas vão ficar mais calmas?


E o comentarista: _ Olha, pelo andar da carruagem, esta crise só termina no dia da eleição. Vamos ter essa tensão, esse estresse o tempo todo, porque está claro que a crise hoje está inteiramente misturada à disputa eleitoral.


Aliás:


_ Vamos ter campanha de muita confrontação, baixaria. Não vai ser uma campanha para o país se orgulhar.


Do blog de Josias de Souza, na Folha Online:


_ Em frenética troca de telefonemas entre seus principais líderes, PSDB e PFL decidiram manter o governo sob fogo cerrado até outubro, quando o país vai às urnas.


A dúvida que persiste é quanto ao alvo. Da primeira página do ‘Valor’ a Martins, Souza e outros, o que se prenuncia é um ataque direto a Lula.


Mas no Blog Brasil se lia que ‘o alvo agora é o amigo Paulo Okamotto’. E na Jovem Pan se ouvia que ‘o novo foco’ é Márcio Thomaz Bastos.


Pelo jeito, a oposição ainda não se decidiu.


E tem a estratégia petista ou, como afirma o site Carta Maior, ‘a contra-ofensiva’. Diz Souza, sobre ‘a reação’:


_ Em diálogos reservados, o líder Aloizio Mercadante ameaçou trazer para o plano federal o que chama de ‘mensalão do Geraldo Alckmin’.


É o caso Nossa Caixa, que ecoou na Globo desde o ‘Bom Dia São Paulo’, de madrugada. Já em rede nacional:


_ Alckmin alega que o repasse é feito com critérios técnicos. Mas, em uma inauguração, um jornal de bairro foi distribuído com agradecimentos ao governo paulista. Entre os anúncios, um do governo.


O próprio Alckmin trata de manter o escândalo no ar, dizendo ao ‘JN’ e ao restante da cobertura eletrônica:


_ Nenhum problema que a Assembléia investigue, chame as pessoas, abra CPI. Nenhum problema. O governo é absolutamente transparente.


Corte para o repórter do ‘JN’ noticiar, em contraste flagrante, que ontem na Assembléia ‘um pedido de CPI da oposição foi barrado _e um requerimento para convocar os envolvidos não foi aceito’.


Registre-se que o Carta Maior, à esquerda, teme abraçar a tal ‘contra-ofensiva’. Depois de detalhá-la, opinou:


_ Mas talvez a melhor estratégia não seja aderir à guerra total convocada pelos tucanos e aliados. Pesquisas indicam que a maioria está cansada de baixaria no debate político.


UM BRASILEIRO NO ESPAÇO


No site da Nasa, a Soyuz que leva ‘o astronauta da agência espacial brasileira’


O tom retumbante vem desde o ‘Fantástico’: _ Vai começar a primeira aventura espacial brasileira. Daqui a 75 horas, a nave Soyuz deixa a base do Cazaquistão levando um astronauta brasileiro.


Desde então, qualquer coisa é manchete, como ontem no ‘Jornal Nacional’, com Fátima Bernardes:


_ A viagem do astronauta brasileiro. O foguete é levado para a plataforma de lançamento.


E não é só na escalada dos quatro principais telejornais, como se assistia ontem. Da Folha Online aos portais, o astronauta está em praticamente todas as páginas iniciais, muitas vezes como manchete.


E está em sites de jornais pelo mundo, do chinês ‘Diário do Povo’ ao argentino ‘La Nación’. Este último com um misto de ironia e má vontade, dizendo que ‘uma nave chegará ao espaço com uma bandeira brasileira fora e um brasileiro dentro’, sob o título:


_ Um brasileiro no espaço.


Audiência 1


Governo e oposição travaram guerra de audiência nos canais de notícias, com a posse na Fazenda e dois depoimentos no Senado. O de Francenildo foi assim descrito no ‘JN’:


_ Ele foi chamado para esclarecer suspeitas dos governistas de que teria sido manipulado pela oposição. Disse que procurou o senador Antero Paes de Barros, do PSDB, levado por um amigo corretor de imóveis.


Audiência 2


Nem posse nem depoimentos. O melhor dos canais de notícias, ao vivo por BBC, CNN e até os brasileiros, foram os confrontos em Paris. Os manifestantes se deitavam diante dos blindados e fingiam beber. Assim correu o protesto, até que alguns jovens passaram a mostrar o traseiro à polícia. BBC e logo os demais pararam de transmitir.’


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O Globo


Quarta-feira, 29 de março de 2006


QUEDA DE PALOCCI
Zuenir Ventura


Respeitem Palocci caído


‘Pelo menos por sua inabalável serenidade, quando não pela reconhecida competência com que conduziu a política econômica, pela civilidade com que sempre recebeu as críticas e tratou os adversários, Antonio Palocci merecia por parte da oposição mais respeito e compaixão no momento em que desce ao inferno, na hora da queda. Não se trata de leniência em relação aos erros que terá cometido. Ele mesmo, no seu discurso de sexta-feira aos empresários e banqueiros, que já soava como despedida, disse: ‘Temos que pagar pelos erros que cometemos’. Não é perdoá-lo a priori , mas lhe dar o tratamento digno que se deve até aos condenados, quanto mais aos que ainda não o foram, são apenas suspeitos.


A reação furiosa que teve parte da oposição, quase pedindo linchamento, tem mais a ver com hipocrisia política do que com indignação moral, porque muitos dos iracundos de hoje até outro dia ajudavam a blindar o ministro da Fazenda, cobrindo-o de elogios e afagos. Por que essa mudança de repente? Alguém declarou que Palocci começou a cair quando houve a invasão do sigilo bancário do caseiro Francenildo. Parece que não. Ele talvez tenha começado a cair quando Lula começou a subir de novo nas pesquisas. A prova é que os oposicionistas não escondem que querem mais sangue, não vão parar e a bola da vez agora é o próprio Lula. Tudo isso para ganhar as eleições, de preferência sem precisar de eleição.


Um dos mais virulentos, o deputado ACM Neto, disse que Lula ‘tem pecados que recaem sobre ele por várias gerações’. Será Neto o político mais indicado para falar de pecados que passam de geração para geração? Outro mais hidrófobo, o senador Antero Paes de Barros, um dos que exigem punição severa, é o mesmo que não conseguiu explicar a origem dos cheques que foram encontrados em sua campanha para o governo de Mato Grosso em 2002 – todos de uma empresa do bicheiro Arcanjo, o Comendador, acusado de ter ordenado o assassinato de mais de 30 pessoas.


Mesmo o sensato senador Tasso Jereissati, que antes defendeu tanto o ministro da Fazenda, não teve agora em relação a Palocci caído a mesma compreensão que demonstrou ao lado do governador Geraldo Alckmin no momento em que este, durante uma entrevista coletiva no dia da queda, defendia-se das denúncias de fraudes em seu governo, tão graves que levaram à demissão do seu assessor especial de comunicação.


Que a cruzada moral, ou o ‘banho ético’, não sirva apenas de pretexto para uma campanha eleitoral abaixo da cintura. Falou-se muito em JK por causa da minissérie, e é hora de lembrar o perigo de um certo udenismo que continua atual: o do dedo em riste e o rabo preso.’


Janaína Figueiredo, Renato Galeno e Helena Celestino


Imprensa mundial diz que Lula está isolado


‘RIO, BUENOS AIRES e NOVA YORK. Os principais jornais do mundo noticiaram em suas edições de ontem a queda do ex-ministro Antonio Palocci. O maior destaque foi dado por jornais argentinos, mas a notícia recebeu cobertura também na Europa e nos Estados Unidos.


‘Brasil: acusado de corrupção, caiu o ministro da Economia’, informou o ‘La Nación’, da Argentina, com chamada na primeira página. Na visão do jornal, a saída de Palocci foi um duro revés para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ‘A saída de seu homem forte, acusado de ter cometido irregularidades num caso de violação de sigilo bancário, deixou o presidente mais isolado e sem outro de seus principais colaboradores, a quem havia defendido com unhas e dentes, quando faltam só seis meses para que busque a reeleição’, disse o ‘La Nación’.


‘Acusado de corrupção, renunciou o ministro da Fazenda do Brasil’, noticiou o ‘Clarín’, que dedicou duas páginas à troca de ministro da Fazenda no governo Lula. ‘A queda de Palocci será vivida como um êxito pela oposição de direita’, disse o jornal argentino.


‘Lula perdeu seu segundo braço direito’, foi o título do ‘Página 12’, em referência à saída, ano passado, de José Dirceu.


Na Europa, o assunto recebeu bastante atenção do diário britânico especializado em negócios ‘Financial Times’. O jornal afirmou que a saída de Palocci ocorreu ‘após intensa pressão por seu papel num suposto esquema de corrupção.’ Para o ‘FT’, a troca de ministro significa ‘um grande ponto de interrogação sobre a futura direção da política econômica do país.’


‘Le Monde’ vê dias de incerteza pela frente


O francês ‘Le Monde’ lembrou que o presidente Lula já perdera ‘o responsável pelas articulações políticas, José Dirceu, e o encarregado da comunicação oficial, Luiz Gushiken’. Para o diário, o Brasil tem ‘dias de incerteza pela frente.’


O espanhol ‘El Pais’ diz que a crise que motivou a queda de Palocci ‘pode salpicar no próprio Lula.’ O jornal de Madri frisou que a opinião pública brasileira ‘recebeu mal o ataque ao caseiro.’ Acrescentou que Guido Mantega é ‘partidário de um aumento do gasto público e de taxas de juros mais baixas para um maior crescimento do Brasil.’


Nos Estados Unidos, o ‘Wall Street Journal’ frisou que Palocci foi trocado ‘por um crítico da política de juros do Banco Central.’ O ‘New York Times’ considerou Palocci a mais recente vítima de um interminável escândalo de corrupção que há quase um ano vem debilitando o governo Lula.’


TV DIGITAL
O Globo


Relatório sobre TV digital deve ficar pronto amanhã


‘O Conselho de Desenvolvimento da TV digital, formado por nove ministros do governo, deverá concluir amanhã o relatório com a proposta para a implantação do novo serviço no Brasil. Com o relatório em mãos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá condições de decidir qual será o padrão da TV digital a ser implantado no país – japonês (ISDB), europeu (DVB) ou americano (ATSC). Segundo uma fonte do governo, os ministros já chegaram a um consenso.


A apresentação do relatório é uma exigência do decreto de 2003, que definiu a necessidade do país estudar o modelo brasileiro de TV digital. O conselho terá que recomendar ao presidente, além do padrão tecnológico, o modelo de negócios a ser implantado. Isto é, se a TV digital será de alta definição, com som e imagens melhores do que o cinema, ou standard, mas permitindo a transmissão de até quatro canais.


O conselho de desenvolvimento é formado pelos ministérios da Fazenda, das Comunicações, do Desenvolvimento, de Ciência e Tecnologia, da Cultura, de Relações Exteriores, da Educação e do Planejamento e a Casa Civil.


Uma equipe de ministros deverá seguir no dia 9 ou de 10 de abril para Japão e Coréia do Sul. Eles vão visitar as fábricas de semicondutores japonesas e de cristal líquido na Coréia. O governo deve dar preferência a investidores que instalarem indústria no país.’


O GLOBO PREMIADO


O Globo ganha prêmio ‘Destaque do Ano’ em SP


‘SÃO PAULO. Trinta e duas empresas brasileiras de comunicação receberam ontem à noite, em São Paulo, o 19 Prêmio Veículos de Comunicação, entregue pela Editora Referência, que edita a Revista Propaganda. O GLOBO recebeu o prêmio como ‘Destaque do Ano’, em 2005, em virtude dos 80 anos comemorados pelo jornal no ano passado.


A premiação aconteceu no Citibank Hall, em Moema, na Zona Sul de São Paulo. Oscar Mattos, diretor de publicidade da Infoglobo em São Paulo, recebeu o prêmio em nome do jornal.


Os vencedores foram escolhidos por um júri formado por membros da Academia Brasileira de Marketing. Cada categoria foi disputada por três competidores, escolhidos por indicações feitas por profissionais do mercado publicitário em todo o país.


Além do GLOBO, receberam o prêmio a Rede Globo de Televisão, na categoria de TV aberta, e a Revista Marie Claire, da Editora Globo, como destaque na categoria revista feminina.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Regina Casé ‘revela’ velhos talentos de SP


‘‘Central da Periferia’, novo programa de Regina Casé que estréia dia 8 na Globo, pretende ‘mostrar os Brasis que a gente não conhece’ e revelar novos ‘talentos que fazem muito sucesso em suas comunidades, mas que são ignorados fora delas’.


Desde ontem, Regina grava o programa na periferia de São Paulo. No próximo dia 9, gravará um show na favela de Heliópolis, a maior da cidade, com os ‘novos talentos’ garimpados pela produção do ‘Central da Periferia’: os grupos de rap DMN e Apocalipse 16 e os pagodeiros do Pixote.


Esses três nomes são tudo menos novos. O Pixote lançou seu CD em 1995. Já está no sétimo.


O DMN surgiu em 1992. No ano passado, lançou seu quarto CD. Durante muito tempo, foi conhecida como a banda do rapper Xis, que participou da segunda edição de ‘Casa dos Artistas’ (2002). Em 2004, um de seus integrantes, DJ Slick, disputou a última vaga em ‘Big Brother Brasil 4’, mas perdeu na votação por telefone.


Já o Apocalipse 16, que faz gospel rap, é conhecidíssimo dos jovens evangélicos. A banda já tem pelo menos três CDs gravados.


‘Central da Periferia’ é um derivado do projeto ‘Brasil Total’, que busca revelar talentos regionais. O programa será mensal, aos sábados, após o ‘Caldeirão do Huck’. O primeiro se passa em Recife, o segundo (no ar em maio) em São Paulo. Depois virão Rio (junho), Belo Horizonte e Belém.


OUTRO CANAL


Monitor O Ministério da Justiça está de olho em ‘Cidadão Brasileiro’, da Record. Uma equipe do departamento de classificação indicativa tem visto todos os capítulos da trama, em busca de sexo. A novela foi classificada, por meio de sinopse, como livre, mas pode ser enquadrada como imprópria para menores de 12 anos _nessa hipótese, seu horário, depois das 20h, está adequado.


Alturas A estréia da quinta temporada de ‘24 Horas’, no último dia 13 na Fox, alcançou 480 mil telespectadores, uma marca ótima para o universo da TV paga. A série de Jack Bauer chegou a dar o dobro do segundo lugar no horário (o canal Multishow, que tem ‘Big Brother Brasil’). Foi a melhor estréia de todas as temporadas.


Aceitou Beatriz Segall finalmente cedeu aos convites da Record. Ela fará ‘Bicho do Mato’, próxima novela das 19h da emissora. Será a avó da protagonista, uma senhora amarga que mudará sua vida quando conhecer uma neta descendente de indígenas.


Em dúvida Já Ana Rosa, outra global, foi convidada para ser a mãe da protagonista de ‘E Aí?’, a ‘Malhação’ da Record.


Conta Estão nas mãos de Mary Montilla (Carmem Verônica) as ações que Zúlia, ops, Júlia (Glória Pires), precisa para representar a maioria dos acionistas da Belíssima e destituir André (Marcello Antony) da presidência da empresa da novela das oito da Globo.’


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