Sunday, 12 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

O Estado de S. Paulo

CAMPANHA

Portal do ‘Estado’ tem novo site de política

‘O estadão.com.br coloca no ar na próxima terça-feira seu novo site de política, que poderá ser acessado no endereço politica.estadao.com.br. A estreia reforça a cobertura das eleições 2010 pelo portal do Grupo Estado, que ganha uma nova apresentação visual, com mais espaço para análises e destaque para os personagens da disputa eleitoral.

Para ajudar os internautas a entender as pesquisas eleitorais e desvendar o que está por trás dos números, o novo site contará com a ajuda do blog Vox Publica, comandando por José Roberto de Toledo, jornalista especializado em reportagens com uso de estatísticas. Análise também é o combustível do blog Política Direto de Brasília, de João Bosco Rabello, diretor da sucursal de Brasília do Estado. No espaço, ele analisa os acontecimentos do noticiário político e revela os bastidores da capital federal.

Pioneiro na integração das redações do papel e do online, o Grupo Estado sedimenta e aprofunda essa interação com o lançamento do novo site. O exemplo maior está na diversificação da maneira de informar. Depois de ler uma entrevista política no jornal Estado, o internauta poderá, no novo site, ouvir o diálogo do entrevistado com os repórteres e assistir em vídeo parte da conversa, pela TV Estadão.

O internauta poderá ainda acompanhar o comentário dos jornalistas e os bastidores da entrevista no boletim Direto do Estadão, que é divulgado pelo blog Radar Político. Editado pelos profissionais da editoria de Política do portal, o Radar conta com a participação dos repórteres do Estado, também dentro da integração das plataformas de papel e online. Além de notas e informações, o blog abriga as coberturas ao vivo dos grandes momentos da eleição, o live blogging.

‘Vamos avançar no processo de integração. O repórter apura tanto para o papel, quanto para o digital, e damos com cada vez mais frequência nossos furos na web antes do papel’, diz Pedro Doria, editor-chefe de conteúdos digitais do Grupo Estado.

‘Estamos diante de uma disputa eleitoral acirradíssima. O trabalho integrado dos jornais, rádio e internet permitirá ao Grupo Estado oferecer uma cobertura ao mesmo tempo instantânea, com o acompanhamento da eleição em tempo real, bem informada e analítica, com a preocupação de contextualizar a informação’, diz o editor-chefe do Estado, Marcelo Beraba.

A nova apresentação do politica.estadao.com.br permite a valorização das fotos, contribuindo para ampliar o destaque dado aos personagens da corrida eleitoral. Os candidatos a presidente e ao governo de São Paulo terão uma página especial no novo site. Nesse espaço, além de dados biográficos e partidários, haverá uma trajetória em fotos do político. Vídeos, galerias de foto e íntegra de discursos também estarão contemplados.

Diante do avanço das redes sociais e por acreditar que elas representam uma fonte importante de informação, a página trará uma área com a atualização automática dos Twitters e blogs dos candidatos e dos partidos. Uma outra ferramenta vai permitir que o internauta saiba exatamente todo o trajeto dos candidatos durante a campanha presidencial. As viagens são colocadas em um mapa, que trará também detalhes dos discursos feitos.

O objetivo é fornecer as informações necessárias para que o internauta não precise sair do portal para buscar informações. Para ser informado do que acontece no site, o Grupo Estado também aposta nas redes sociais. Diariamente, o Twitter da Nacional posta mensagens com as notícias de última hora e com as análises e informações disponíveis no site. O novo site terá também um espaço chamado Estadão Cidadania, que reunirá iniciativas como o Ficha Limpa e a webcidadania. A página terá links para as entidades que apoiam a iniciativa de barrar políticos que têm problemas judiciais, além de vídeos e áudios sobre o tema.’

 

TELEVISÃO

Patrícia Villalba

‘Bete é boa, mas não é boba’

‘Perto de completar 60 anos na televisão, entre teleteatros, novelas e minisséries, Fernanda Montenegro arrisca dizer que nunca experimentou uma personagem como Bete Gouveia, a mãe condutora da trama de Passione, a quem ela começa a dar vida na tela a partir de amanhã.

Com as vilanias de sua personagem anterior em novela, a Bia Falcão de Belíssima (2005), ainda frescas na memória dos noveleiros que mal podem esperar para vê-la novamente numa trama de Silvio de Abreu, a atriz vai às origens do folhetim, no século 19, para explicar Bete. ‘Ela é uma mulher apassivada – não que seja uma mulher passiva, mas é apassivada pelas circunstâncias sociais que a encurralaram numa posição de mater dolorosa. É uma personagem de melodrama, de folhetim mesmo’, define.

Linda, com seu novo corte de cabelo, à Jean Seberg, a atriz encontrou o Estado em São Paulo, num hotel na zona sul, para falar sobre a personagem e a novela que a trazem de volta à televisão.

Já sei que a Bete Gouveia é uma personagem bem diferente da Bia Falcão, que você interpretou em Belíssima. O que pode adiantar sobre ela?

Sabe, eu nunca fiz uma personagem assim, absolutamente aburguesada, no sentido da grande mãe, da mulher que sofre todas as pressões. Ela vive numa casa senhorial, que ela ajudou a erguer, mas onde é apenas uma nora de uma sogra matusquela, que pensa que ainda tem poderes de administração doméstica. É uma personagem de melodrama, de folhetim mesmo. A novela é a grande saga de uma família, narrada como um bom melodrama do século 19. O que eu acho ótimo porque, por incrível que pareça, esse bom melodrama faz falta na televisão.

É uma novela, então, que volta ao passado?

Sim, ela volta às origens do século 19, mas conduzida de forma moderna. Acho que qualquer maneira de amar vale a pena, e não precisa que se ambicione chegar a Dostoievski ou a Balzac, mas que se tenha pelo menos esse mistério, essa inventiva e essa capacidade humanizada de contar uma boa história.

A Bete, ao que parece, é uma heroína clássica, uma mocinha. Acha que, à primeira vista, ela tem menos poder de seduzir o público do que teve a exuberante Bia Falcão?

Mocinha, não, porque ela é uma mulher de 75 anos. E ela é boa, não é boba (risos) – isso faz diferença. É… Vou te dizer, não é que o querer do público não conte, não é isso. Mas são personagens tão diferentes que não sei se o resultado vai agradar ou não, ter empatia ou não. O que sei é que todos nós estamos com os cavalos todos em ordem para começar uma corrida. Não é isso? E é um elenco de primeira. Acho que há algum tempo não se tem um elenco assim.

E até que ponto um grande elenco segura o público?

Não adianta você chamar 60 atores e só dar papéis de fato para 10. Fica um desencanto pelos corredores da estação, não é? É muito triste chamar um elenco enorme e encurralar essas pessoas, independentemente de ganhar o seu salário. Não é só pão que a pessoa quer. A pessoa quer participar, ser usado, estar presente. E o Silvio (de Abreu) não abandona elenco. Acho que é preciso um autor que invente essa trama e que dê material e uma lógica para essa viagem de um ano – é uma viagem de um ano, gente! E o elenco não pode tirar leite de pedra. Claro que se você tiver um bom leite, vai fazer um bom pudim ou até salvar alguém da morte com uma boa mamadeira.

Que tal o Tony Ramos como filho?

Era o destino (risos). Brinco com ele porque numa cena eu digo ‘você é bonito’. E agora quando encontro com ele, eu sempre repito ‘você é bonito’. E Tony é bonito, né? E ele está bonito, você precisa ver.

O que te faz, a esta altura do campeonato, estar numa novela?

Ah, meu amor, eu faço televisão com prazer desde janeiro de 1951. Faça as contas: 60 anos. Sempre enfrentei a televisão como um meio eletrônico a ser experimentado. Ela transmite para o País inteiro um tipo de dramaturgia que tem trabalhos memoráveis. Fico muito contente quando estou num projeto positivo que é transmitido por uma televisão que chega a todo Brasil, a lugares que não teria como eu chegar com meu espetáculo. Hoje em dia se aceita sem nenhum problema dizer ‘eu te amo’, sendo que há 70, 80 anos, só se aceitava se fosse ‘I love you’.

Sei que já passou muito tempo, mas vou ter de perguntar o que você achou do final da Bia Falcão em Belíssima.

Olha, fora dos folhetins, os bandidos geralmente se dão bem. Não vou dizer que sempre se dão bem, porque não quero que todos eles se deem bem. Mas também há bandidos e bandidos, não é? O Calabar é tido como traidor. Mas de quem? Do colonizador? Quem era mais bandido ali, o colonizador ou o Calabar? Oficialmente, ele é traidor e ponto.

Mas não é que ela somente terminou impune, é que ela terminou tomando Champagne em Paris com o Cauã Reymond.

Muito bem. Mas ela mereceu o Cauã (risos).

Na época, o jornal recebeu o e-mail de um leitor indignado, que questionava ‘quem é aquele Cauã para beijar a Fernanda Montenegro?’.

E beija bem o Cauã, viu…’

 

Patrícia Villalba

Viver a Vida marca 46 pontos no capítulo final

‘O maestro João Carlos Martins foi o último a dar um depoimento de superação na novela Viver a Vida, cujo último capítulo foi exibido agora há pouco. Não poderia haver figura mais representativa para fechar bem o quadro, um dos pontos altos durante toda a novela. O nome do maestro ficou em primeiro lugar no Trending Topics do Twitter, passando o ‘NBC cancels Heroes’, assunto do dia.

Já no campo ficcional, não houve grandes supresas, à exceção do mistério a ser resolvido – quem era o pai do filho da Dora (Giovanna Antonelli)? Ela Maradona (Mario Jose Paz), ou supostamente ele. O que se provou, pelo exame de DNA foi que não era Marcos (José Mayer). Maradona se deu bem e o ator, . Outro argentino que se deu bem foi o personagem de Roberto Birindelli, que entrou no fim da novela, montou restaurante e ficou com a Soraia (Nanda Costa), a prima invejosa. Argentina, 2. Brasil, 0.

Também teve americano no último capítulo, um texano milionário que apareceu para ficar com Isabel (Adriana Birolli). ‘Dono de poços de petróleo’, tipo raro de ser encontrado na vida real. Alice (Maria Luiza Mendonça) passou a novela a ver navios, mas terminou com dois namorados.

Marcos, aquele sujeito de caráter questionável, apareceu em cena rápida comemorando o resultado do exame. Não tenho certeza, mas acho que foi um tanto indelicado. O empresário, aliás, que começou a novela como uma espécie de Mr. Big (de Sex And The City), acabou levando uma tremenda bronca da ex-mulher, Teresa (Lilia Cabral). Tem coisa pior do que bronca de ex-mulher?

Teresa arrasou até o fim. Primeiro, disse poucas e boas para Marcos. Depois, diante daquela passividade de Helena (Taís Araújo), disse: ‘Nós não vamos ser amigas, Helena.’

Helena, enfim, conseguiu ter um bebê, coisa que ela vinha tentando desde o começo da história. A cadeirante Luciana (Alinne Moraes) teve dois bebês. As duas terminaram desfilando juntas, enquanto os maridos seguravam os bebês na plateia – Mateus Solano com dois, sempre trabalhando dobrado. Foi fofo.

O Ibope foi maior do que nos últimos dias, mas ainda sim foi menor do que as antecessoras. Segundo daods prévios, o capítulo registrou média de 46 pontos, com 60% de participação nos televisores ligados (share). A novela anterior fechou com 55 pontos de média no último capítulo e antes dela, A Favorita marcou 50 pontos.’

 

TECNOLOGIA

Pedro Doria

O que Obama quis dizer

‘No início da semana passada, o presidente americano Barack Obama surpreendeu um bocado. ‘Esses iPods e iPads e Xboxes e PlayStations’, disse a uma platéia de pais e formandos da Universidade Hampton, ‘distraem, desligam, não contribuem para nos emancipar’. É um tapa na cara vindo do presidente eleito usando redes sociais.

Estará errado? Houve o tempo em que a acusação se voltava contra a TV. Caixa maligna, alienante, criadora de uma geração de incapazes. A primeira geração formada com TV em casa é justamente a geração de Obama, ora pois, um dos presidentes mais intelectualizados da história recente dos Estados Unidos. Agora é a vez do iPod e do Xbox serem acusados de alienantes.

‘Vocês estão se formando numa era em que o ambiente midiático nos bombardeia 24 horas por dia e sete dias da semana com todo tipo de conteúdo’, ele continuou, ‘nos expõe a toda sorte de argumentos, muitos dos quais não figuram lá muito bem quando lhes medimos a verdade.’

Obama é o primeiro presidente geek. Mal tornou-se presidente, o serviço secreto entrou para confiscar seu Blackberry. Questões de segurança, alegavam. Se o presidente dos EUA trocar comunicados delicados pelo celular e um hacker se intrometer, os resultados podem ser gravíssimos. Ele não é um homem qualquer, o que requer um nível de segurança além, muito além.

Obama não quis. Brigou pelo direito de ter um smartphone. Terminou conseguindo uma versão adaptada por gente capaz. O Blackberry presidencial não é como o do executivo ali na esquina. Mas de onde vem, portanto, esse conservadorismo repentino? Esse moralismo exacerbado?

‘Com iPods e iPads e Xboxes e PlayStations, aparelhos que não sei usar, a informação vira mera distração’, continuou. ‘A informação torna-se diversão, uma forma de entretenimento.’ Para Obama, ‘tudo isso está criando novas pressões sobre vocês, sobre nosso país, sobre nossa democracia’.

A imprensa especializada caiu em cima. Humoristas fizeram piada. E blogueiros em geral do seu lado viram-se repentinamente desconfortáveis. Obama, que diabos, disse que o Xbox do vizinho é um perigo para a democracia.

E ele está certo.

Ou quase: primeiro é preciso entender o que Obama está falando e como ele constrói seu discurso.

Obama já foi fotografado ouvindo música num iPod. Ele sabe muito bem como funciona. Talvez ele ainda não tenha tido um iPad em mãos, mas isso é coisa que se aprende a usar em segundos. E nem Sasha nem Malia, suas filhas, devem estar correndo o risco de perder seus videogames.

O presidente americano meteu brinquedos eletrônicos no discurso porque sabia que ia chamar a atenção e que gente no mundo todo ia tratar do assunto.

O que Obama está dizendo é coisa diferente, um pouco mais profunda. Informação é importante para que uma democracia seja forte. Boa informação é fundamental e um povo atento é necessário para a saúde de um país. Quanto mais gente se informa, quanto mais gente se dá ao trabalho de refletir sobre a informação adquirida, melhor a qualidade de um governo democrático.

O problema não é tanto o Xbox ou o iPad. Eles entram aí como metáforas da nova realidade digital que torna a informação abundante.

A informação é muita, porém nem sempre de qualidade. Paradoxalmente, para que nos informemos bem, é preciso um esforço maior, não menor. Na internet, carece que tenhamos mais atenção. Se nos permitirmos hipnotizar pela abundância de coisas escritas e vídeos e fotos e tanto mais, a reflexão não ocorre. Nos iludimos achando que temos informação mas a realidade passou sem que a tenhamos percebido.

Alfabetização digital é alfabetização midiática. Todos, não só jornalistas, precisamos nos tornar editores, curadores, selecionadores da informação. É disso, não do pobre Xbox, que Barack Obama está falando. E ele está absolutamente correto.’

 

INTERNET

Tatiana de Mello Dias

Brasil lidera a adoção de redes sociais

86% dos brasileiros conectados à internet acessam redes sociais. É a maior penetração do mundo – na Itália, que ocupa o segundo lugar no ranking, o índice é de 77%. Em média, os brasileiros passam cinco horas por mês conectados em ferramentas como MSN, Orkut, Twitter e Facebook.

O que explica o fato do Brasil ser tão conectado? ‘Não temos uma resposta exata. O que se cogita é que o brasileiro tem a necessidade de se expressar’, diz Cris Rother, diretora de negócios do Ibope Nielsen Online.

O perfil do internauta está mudando. A internet já não é mais privilégio das classes A e B – 51% das pessoas que acessam à internet no Brasil são das classes CDE. Mais: ‘As classes C e D entram na internet por rede social’, explica Cris. ‘Isso mostra que essa classe social entra através de comunidades’.

O Ibope/ Nilsen Online acaba de lançar no País ferramentas para medir o comportamento dos internautas nas redes sociais. E isso veio, segundo Cris, por uma demanda das empresas e do mercado publicitário.’

 

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