Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

A defesa do Estado laico

 

Caros Bruno R. Nascimento, Paulo Braga e Hélio Santos,

Primeiro, obrigado por lerem o meu artigo. Eu até não queria entrar nesta discussão. Fui instado a tal mais por indignação diante do estilo arrogante e retrô, no que tange à questão ideológica, de Felipe Pondé, que substitui nos jornalões, de certo modo, o discurso do tempo da guerra fria que fazia Olavo Carvalho. Como vivemos em uma República laica ainda, nada mais adequado do que defendê-la do avanço dos novos aiatolás, como diz o Zé Celso Martinez. Digo mais, eles estão “comendo pelas beiradas” e os republicanos sinceros, que estão no poder, estão de mãos amarradas porque precisam dos seus votos e por isso calam.

A questão maior, no meu humilde entender, nem é crer ou não. Embora seja uma questão relevante, ela é de foro intimo. O Brasil é um país rico de exemplos de militantes cristãos que se destacaram pela defesa das chamadas bandeiras progressistas e democráticas do mesmo modo que do seu oposto. A luta é pela defesa do Estado laico, como diz o meu conterrâneo Raul Pont, que, corajosamente, se posicionou contra símbolos cristãos em casas republicanas, como palácios de governo e Assembleias Legislativas. Acredito que nesta luta se alinham os cristãos, os umbandistas e as demais igrejas e seitas democratas e tolerantes (Jorge Alberto Benitz, engenheiro e administrador de empresas, Porto Alegre, RS)

 

Cristina Kirschner

Os jornais argentinos ainda estão cheios de dúvidas e falam, inclusive, que faltou um tal de congelamento da amostra da biópsia. Sendo eu jornalista e tradutor, acredito que esta tireoide é pública. Onde está a peça? Cicatriz na presidente? Medicamentos que são necessários ao longo da vida para quem é submetido a esta remoção? Tudo sul-americanamente mal explicado. Como marketing, foi de um oportunismo exemplar (Orlando Lemos, jornalista e tradutor, Rio de Janeiro, RJ)

 

Comentário do comentário

Sr. Alexandre Garcia, ouço todas as manhãs seus comentários apresentados pela Rádio Itatiaia, dentro de seu jornal matinal. Gosto de ouvir e tomo como bastante plausíveis e ponderadas suas colocações. Entretanto, seu comentário de 16/1 não me pareceu nada ponderado e até mesmo preconceituoso. Primeiro, o senhor comentou a respeito da senhora Monique Evans ser candidata a deputada, como se direito ela não tivesse. Em nossa democracia, basta sermos cidadãos natos ou legalmente naturalizados, assim como obedecermos a alguns critérios de idade e alfabetização para sermos candidatos a qualquer cargo eletivo. No caso, independente de nossa profissão, credo, cor e demais qualificações que possam nos diferir sem porém nos impedir dos direitos e deveres. Não entendi seu questionamento quanto à senhora em questão. Se a mesma é ou não uma boa candidata, cabe aos eleitores definirem (se aprende votando). Não sei, e acredito que poucos saibam, quais as ideias, ideais, pensamentos, objetivos ou motivos políticos da pré-candidata. Porém, seu comentário funcionou como cabo eleitoral da mesma.

Mas o motivo principal de me dirigir ao senhor diz respeito ao comentário em que fez menção ao fato de que um provável motivo para aventura política da mesma seria o fato do marido ou ex-marido ser empresário. Tentei entender que conotação o senhor deu à palavra empresário, ao dizer que no Brasil existam no máximo vinte destes, até citando alguns grandes. Tenho dificuldade de acreditar que o senhor não saiba o calvário que é ser empresário neste país. Mesmo para o empresário do ramo alimentício (pipoqueiro), Deus e ele sabem a dificuldade de se obter uma simples licença para sua atividade. É sabido que os empresários que o senhor citou são responsáveis por uma parcela significativa das riquezas geradas neste país – coloco riqueza aqui não apenas como dinheiro, mas todos os outros valores que fazem um povo rico. Sou um pequeno empresário, parte do outro montante desprezado pelo senhor, que sentiu-se surpreso com seu comentário, tão distante da retidão e coerência costumeira.

Gostaria de ouvir, ou ver, um melhor esclarecimento a respeito de seu comentário, para que eu, e acredito que muitos outros, possa continuar tendo no senhor um formador de opinião. Em tempo: empresário é toda pessoa jurídica, nacional ou estrangeira, que desenvolve atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (Ricardo Newton Pinto Vieira, químico, Betim, MG)