(Foto: Felipe Iruatã/Folhapress)
Armas, policiais e comunidade. O local e as circunstâncias mudam, mas as cenas de medo e violência se repetem. A imagem do mês de maio, feita pelo fotojornalista Felipe Iruatã, retrata a situação da Favela do Moinho, na capital paulista. Território disputado por moradores reivindicando moradia digna de um lado e a especulação imobiliária do outro, ganhou a atenção do fotógrafo logo nas primeiras tratativas de desocupação. “Todo dia eu acordava com os helicópteros que rondavam a favela, e no primeiro sinal de desapropriação comecei a frequentar o Moinho para ver essa história de perto”, contou ele.
Morador da região, Felipe começou a acompanhar o processo de remoção da última favela no centro da cidade. “Foi uma pauta muito marcante, onde para além do veículo eu também estava lá como um fotógrafo preto. É preciso mostrar a luta sob a ótica da gente, e usar a fotografia como ferramenta social e de luta.”
Segundo Iruatã, a polícia havia retornado e ele ficou à espera para flagrar a incursão dentro da comunidade. Tenso. Só depois, quando foi editar o material, é que percebeu o que tinha captado. “Eu vi a senhora do outro lado, a polícia entrando e fui clicando. Mais tarde, editando com calma, pensei “nossa acho que tenho uma fotaça aqui!”