Saturday, 11 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Liberdade de imprensa diminui nas Américas

Pelo menos 13 funcionários de organizações de mídia foram mortos e dois desapareceram nos últimos seis meses no Hemisfério Ocidental, segundo um estudo da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que realizou sua 63ª Assembléia Geral em Miami, que teve início na sexta-feira passada (12/10).

A organização, que luta pela promoção da liberdade de expressão nas Américas, afirmou que a liberdade de imprensa está sob crescente ataque no Ocidente, especialmente em países como Venezuela e Colômbia. O México também se tornou um dos mais perigosos países para a prática do jornalismo. ‘A situação não está, de jeito nenhum, melhorando. Nós vemos que, em alguns países, ela está piorando consideravelmente’, afirmou Gonzalo Marroquin, que preside do comitê de liberdade de imprensa da SIP.

No México, três jornalistas foram mortos nos últimos meses, e dois repórteres desapareceram. Também tiveram vítimas fatais o Brasil, Colômbia, El Salvador, Peru, Paraguai, EUA e Haiti.

Repressão

A SIP afirma que a Venezuela tem uma das situações mais preocupantes quando o assunto é liberdade de imprensa, com o presidente Hugo Chávez amordaçando lentamente qualquer veículo de mídia crítico ao governo. Os jornais venezuelanos contabilizaram cerca de 30 incidentes envolvendo ataques com motivação política e processos contra jornalistas nos últimos seis meses.

Em Cuba, pouco mudou a situação repressiva desde que Fidel Castro passou o poder a seu irmão, Raul, há pouco mais de um ano. Pelo menos 27 jornalistas independentes continuam na prisão por divergirem do regime. Na Colômbia, o jornalista Gonzalo Guillen foi obrigado a deixar o país por temer por sua segurança, depois que o presidente Alvaro Uribe o acusou de publicar notícias falsas – o que seu jornal nega.

Proteção

Ainda assim, alguns avanços foram alcançados. Nos EUA, comitês do Senado e da Câmara aprovaram projetos de lei que protegem repórteres da obrigação de revelar suas fontes à justiça federal. A Suprema Corte argentina determinou que um governo local não pode retirar anúncios de um jornal simplesmente por causa de sua cobertura crítica. No México, o Senado aprovou lei que descriminaliza a difamação, calúnia e injúria no plano federal. Informações de Laura Wides-Munoz [AP, 14/10/07].