Sunday, 12 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Jornal admite salários desiguais na redação

O Financial Times admitiu que suas jornalistas mulheres recebem menos que os homens, mesmo desempenhando cargos equivalentes. Em um memorando confidencial obtido pelo jornal The Guardian, o chefe de redação Dan Bogler reconhece que ‘as estatísticas mostram que as mulheres recebem menos que os homens para funções equivalentes no FT‘, mas que o problema, segundo ele, está relacionado ao tempo de serviço. ‘Isto não leva em conta o fato de que, na média, nossa equipe feminina tem registros de serviço mais curtos que seus colegas homens, o que explica a diferença’, escreveu Bogler. ‘O pagamento no departamento editorial é negociado em uma base individual, em geral comigo, e eu rejeito a acusação de que eu esteja sistematicamente ou deliberadamente pagando menos às mulheres’.

Igualdade salarial

A polêmica é apenas a mais recente na disputa salarial entre a equipe do FT, que votou na semana passada por ‘usar a legislação apropriada de eqüidade’ para resolver ‘anomalias massivas no pagamento’. Membros do Sindicato Nacional de Jornalistas prometeram conduzir uma pesquisa independente em relação aos salários, mas dizem que a avaliação interna do FT revelou que as mulheres ganham em torno de 11% a menos que os homens.

Um porta-voz do diário diz que estes valores estão equivocados. Segundo ele, a diferença salarial não passa dos 10% e se deve às interrupções nas carreiras das mulheres e à alta prevalência de homens na função de correspondentes internacionais, cargo com melhor remuneração. ‘[A distribuição de salários] É algo que queremos melhorar e a área de recursos humanos já está avaliando o que pode ser feito’, informou o porta-voz.

O diário vem sendo criticado pela indústria jornalística pela escassez de mulheres nas funções executivas e editoriais, mesmo com o FT Group e a Pearson, proprietária do jornal, sendo administradas respectivamente por duas mulheres, Rona Fairhead e Dame Marjorie Scardino. Informações de Jemima Kiss [The Guardian, 6/5/08].