Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Autor de vídeo contra Maomé é condenado a um ano de prisão

Na quarta-feira (7/11), Mark Basseley Youssef – considerado por autoridades responsável pelo filme A inocência dos muçulmanos – foi condenado a um ano de prisão por violar a liberdade condicional. Youssef, também conhecido por Nakoula Basseley Nakoula, reconheceu a culpa por quatro das oito violações de liberdade condicional alegadas pelos promotores, “incluindo a obtenção de uma carteira de habilitação falsa”, segundo os repórteres Greg Risling e Linda Deutsch, da Associated Press.

Youssef já fora acusado de violação da condicional em setembro. Entre as condições para sua libertação, uma era a de que não usaria a internet ou computadores sem a permissão do oficial responsável por sua condicional. Na época, o ex-promotor federal Mark Werksman disse: “Se o vídeo não tivesse tido toda aquela badalação e causado todos os tumultos no mundo árabe, quem estaria ligando se este cara estava usando o YouTube?”. O filme foi um dos responsáveis pelos protestos no Cairo, Iêmen e Líbia, incluindo o que levou à morte o embaixador americano na Líbia e outros três membros de sua equipe.

Autoridades federais disseram que acreditam que Youssef seja o responsável pelo filme, mas não disseram se ele seria quem fez o post na internet. Pelo menos três nomes foram relacionados a Youssef desde que o filme surgiu – Sam Bacile, Nakoula Basseley Nakoula e Youssef. Bacile era o nome anexado à conta do YouTube que fez o post do vídeo.

“A audiência teve tudo a ver com o filme”

Youssef admite um papel secundário no filme A inocência dos muçulmanos. Seu advogado, Steven Seiden, diz que seu cliente admite ter escrito o roteiro do filme, mas não teria tido outro envolvimento, exceto o que descreveu como “conselheiro cultural”.

Numa reportagem para a Reuters de Brandon Lowrey, Seiden “disse aos repórteres após a audiência de quarta-feira que o governo está usando o caso da violação da condicional para punir Youssef por ter feito o filme, desrespeitando os direitos constitucionais à liberdade de expressão”. “A audiência teve tudo a ver com o filme”, disse Seiden. Robert Dugdale, representante do Ministério Público, disse, no tribunal, que Youssef não estava sendo indiciado pelo conteúdo do filme, mas “devido à forma pela qual fez o filme, ele enganou as pessoas”, em parte ao apresentar-se sob falsa identidade. Informações de Andrew Beaujon [Poynter, 8/11/12].

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