Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Campanha para entregar Pulitzer póstumo a Edward Kennedy

Quase 40 jornalistas deram início a uma campanha para entregar o prêmio Pulitzer póstumo a Edward Kennedy, repórter que foi o primeiro a divulgar a rendição da Alemanha na Segunda Guerra. Dentre os que estão apoiando a ideia estão Ray March, editor do Modoc Independent News, e Eric Brazil, que foi chefe do escritório do USA Today em Los Angeles, e repórter doSan Francisco Chronicle.

Kennedy era chefe do escritório da Associated Press em Paris, em maio de 1945, e estava entre os 17 repórteres que puderam testemunhar a rendição formal da Alemanha. Por razões políticas, notíticas da rendição ficaram sob embargo por 36 horas, para que os soviéticos pudessem realizar outra cerimônia de rendição em Berlim. Mas Kennedy quebrou o embargo militar depois de saber que os alemães haviam anunciado sua própria rendição em uma transmissão oficial de rádio. Ele entrou em contato com censores e, depois de garantir que a segurança das tropas aliadas não era mais uma questão, usou uma linha telefônica militar para ligar para Londres e ditar a matéria.

O feito lhe custou o emprego. Depois de 67 anos, a AP publicou desculpas por ter demitido Kennedy e o ex-presidente e executivo-chefe da agência, Tom Curley, coescreveu uma introdução nas memórias de Kennedy, Ed Kennedy’s War: V-E Day, Censorship, and the Associated Press (A guerra de Ed Kennedy: o Dia da Vitória, a censura e a AP, tradução livre).

Brazil disse que, na época, os outros repórteres ficaram loucos, pois o maior furo do século 21 havia sido dado e o exército ficou envergonhado com o incidente. Segundo ele, o objetivo da campanha é dar a Kennedy o prêmio que ele merece. “Ele sabia que seria criticado e teve uma coragem imensa”, opina Brazil. “Esse foi um momento incrível na história do jornalismo e é uma oportunidade para limpar o histórico de Kennedy e esclarecer tudo”, acrescentou March. De acordo com Brazil, Kennedy, que morreu em um acidente de carro em 1963, nunca achou ter feito nada errado. Informações de Nu Yang [Editor&Publisher, 9/11/12].