Thursday, 16 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Gigantes da tecnologia pedem reforma nas leis de vigilância

As principais companhias de tecnologia do mundo se uniram para pedir a reforma de leis de vigilância nos EUA e em outros países. Apple, Google, Microsoft, Facebook, Yahoo, LinkedIn, Twitter e AOL divulgaram uma carta aberta ao presidente Barack Obama e ao Congresso americano. As empresas defendem uma campanha internacional pela proibição da coleta de dados em massa para ajudar a preservar a confiança do público na internet.

É, até agora, a maior e mais sólida resposta destas empresas às revelações dos programas de espionagem e vigilância da Agência de Segurança Nacional. O grupo pede que a autorização dos governos para coletar informações de usuários da internet seja limitada, que estes governos sejam transparentes e assumam a responsabilidade sobre seus atos, respeitem o livre fluxo de informações e evitem conflitos.

As companhias alegam que as revelações – vindas de arquivos vazados por Edward Snowden – enfraqueceram a confiança do público na internet e afirmam que as atividades das agências de espionagem acabam por ameaçar seus negócios. “As pessoas não irão usar tecnologia em que não confiam”, afirma Brad Smith, conselheiro geral da Microsoft. “Os governos colocaram esta confiança em risco, e os governos têm que ajudar a restaurá-la”. A executiva-chefe do Yahoo, Marissa Mayer, concorda: “É hora do governo dos EUA agir para restaurar a confiança dos cidadãos em todo o mundo”.

Desequilíbrio

Na carta, as empresas de tecnologia dizem que entendem que governos têm a obrigação de proteger seus cidadãos. Mas as revelações recentes, continuam, “ressaltam a necessidade urgente de uma reforma nas práticas de vigilância de governos em todo o mundo”. Segundo a mensagem, hoje há um desequilíbrio: muitos países passaram a agir demais em nome do Estado em detrimento dos direitos do indivíduo. “Isso enfraquece as liberdades que todos apreciamos. É hora de uma mudança”.

As companhias dizem ainda que estão focadas em manter seguros os dados de seus usuários, “preparando a última tecnologia de encriptação para evitar vigilância não autorizada em nossas redes e rechaçando pedidos do governo para garantir que eles sejam legais e aceitáveis”.