Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

A imprensa em meio ao fogo-cruzado

O escritório da Federação Internacional de Jornalistas na Colômbia e a organização Direitos Humanos Colombianos realizaram um encontro, no mês passado, com diversos representantes de organizações regionais de jornalistas para discutir a criação de um órgão que congregue as associações de jornalistas no país.

Segundo a FIJ [2/3/05], todas as organizações que participaram do encontro concordaram em unir esforços para promover a proteção e a segurança dos jornalistas colombianos e garantir a produção de trabalho jornalístico de qualidade. O órgão será lançado oficialmente ainda este ano.

O jornalismo na Colômbia é feito, em grande parte, em meio a um clima de medo e corrupção. O conflito entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) coloca em risco a vida de civis e também o bom funcionamento da imprensa, posta no meio a um verdadeiro jogo.

As Farc assumiram, na semana passada, a autoria do atentado ao prédio da emissora de TV e rádio RCN, em fevereiro. Na ocasião, um carro-bomba explodiu em frente ao edifício, deixando feridos um engenheiro de som e um segurança, e destruindo 70% da construção. O movimento acusa a emissora de fazer propaganda para o exército e para o governo. Ironicamente, o vice-presidente colombiano, Francisco Santos, disse há pouco tempo em um discurso que a mídia do país criava ‘um eco para as atividades terroristas’.

No meio deste jogo, quem sofre são os profissionais de imprensa. Há duas semanas, o fotojornalista Hernando Marné Sánchez Roldán, que trabalhava para o El Pais, foi morto a tiros quando visitava um bairro de classe alta em uma cidade próxima a Cali.