Tuesday, 14 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Manifestantes invadem TV antigoverno

Em mais um conflito por conta de um impasse político que já dura quase um mês em Bangcoc, na Tailândia, manifestantes antigoverno invadiram uma emissora de TV via satélite na semana passada e enfrentaram policiais que usavam – sem sucesso – canhões de água e gás lacrimogêneo para afugentá-los. O grupo de oposição, chamado de ‘camisas vermelhas’, resistiu e colocou novamente no ar o canal, que havia sido fechado a pedido do primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva.

Os manifestantes, que são, em sua maioria, partidários do ex-primeiro-ministro refugiado Thaksin Shinawatra, pedem que Vejjajiva renuncie e realize uma nova eleição. Ele assumiu o poder em dezembro de 2008, quando o governo pró-Shinawatra foi dissolvido por conta de fraudes eleitorais.

Analistas políticos acreditam que o Exército tenha tido influência na nomeação de Vejjajiva ao cargo de primeiro-ministro. Os ‘camisas vermelhas’ representam, em grande parte, as classes mais pobres; já a tradicional elite que governa o país inclui membros de alta patente do Exército.

Estado de emergência

Na semana passada, o governo decretou estado de emergência e, além do canal de TV, fechou sites partidários aos manifestantes e a Shinawatra, que foi retirado do poder em um golpe em 2006 e vive hoje no exterior para fugir de uma sentença de prisão por corrupção.

Diversas condenações foram emitidas – mas não aplicadas – para líderes dos protestos. Vejjajiva vem sendo criticado por não conseguir controlar as manifestações, que já causaram o fechamento de shoppings, hotéis e bancos em Bangcoc. O Parlamento também chegou a ser invadido. ‘O que o governo quer é paz e felicidade. É a manipulação da informação que está criando ódio’, declarou o primeiro-ministro.

A maior parte das emissoras de TV é de propriedade do governo. Mas existem emissoras locais privadas – muitas delas antigoverno. Shinawatra comunica-se com seus partidários por links de áudio na internet e, mais recentemente, pelo Twitter. Informações de Seth Mydans [New York Times, 9/4/10].