Wednesday, 15 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Passeata de jornalistas relembra massacre

Cerca de mil jornalistas e ativistas participaram de uma passeata na segunda-feira [30/11] em Manila em protesto ao massacre que deixou 57 mortos na semana passada na província de Maguindanao, incluindo pelo menos 30 profissionais de mídia. Os manifestantes usavam camisas pretas e carregavam um caixão falso, além de placas pedindo o fim dos assassinatos de jornalistas.

As vítimas do massacre estavam em um comboio em campanha para um político que pretendia concorrer ao cargo de governador da província; entre partidários, advogados e repórteres que cobriam a viagem, estavam a mulher e as irmãs do candidato. Os veículos foram interceptados por cerca de 100 homens armados, que estupraram as mulheres e mutilaram corpos. As vítimas foram enterradas junto com os veículos em que viajavam.

Vaias

A passeata seguiu até o palácio presidencial, onde encontrou um bloqueio de policiais e arame farpado. O porta-voz da presidente Gloria Macapal Arroyo, Cerge Remonde, foi ao encontro dos manifestantes para assegurar que o governo está fazendo todo o possível para fazer justiça às vítimas, mas foi vaiado pela multidão.

O principal suspeito do ataque – Andal Ampatuan Jr, filho de um líder político da região de Maguindanao – foi detido em Manila. A família Ampatuan concedeu uma rara coletiva de imprensa negando participação nos assassinatos. Em uma entrevista após o protesto de segunda-feira, Remonde leu uma declaração da presidente afirmando que o país deve se dedicar ‘à liberdade de imprensa, liberdade de expressão política e liberdade de votar sem medo de violência e intimidação’. Informações de Teresa Cerojano [AP, 30/11/09].