Thursday, 16 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Primeira entrevista de Dilma vai para o Washington Post


Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.


 


************


Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


 


DILMA


Eleita ainda não deu entrevista a jornais brasileiros


A presidente eleita rompeu o silêncio com a imprensa ao conceder a primeira entrevista exclusiva a um jornal. Não foi, no entanto, para um brasileiro, e sim para o americano ‘The Washington Post’.


Durante uma hora, Dilma conversou com a editora Lally Graham Weymouth, filha e herdeira de Katharine Graham, dona do ‘Post’. Lally fez, em 2002, a entrevista com Lula logo após a sua vitória.


Dilma, que até então dera entrevistas apenas a TVs, não anunciou quando falará com a imprensa escrita brasileira. Na semana passada demonstrou incômodo com o assédio dos jornalistas.


 


 


TECNOLOGIA


Ricardo Young


Inteligência viral


Desde o lançamento do iPhone, uma sensação generalizada vai se espalhando por todos os lugares. Alguma coisa contida nesse aparelhinho vai muito além de um celular.


Essa ‘coisa’ contida neste objeto forçou os concorrentes da Apple a se mexerem e tentar novos sistemas operacionais, como o Android, do Google.


Nesta semana, a ‘febre’ se repete com o lançamento do iPad. Pela primeira vez, a Apple lança um produto inovador acionando as principais redes varejistas do país, em um ‘frisson’ poucas vezes visto por estas paragens. Pois em outras, até pernoites no sereno houve.


Então, o que acontece?


Acontece que esses aparelhos, cuja expressão mais acabada se dá nos ‘tablets’, não são o que parecem ser. São, em essência, portais para o fenômeno da inteligência coletiva que se expressa através dos sites de busca, das redes sociais e dos bancos de dados universais. Até aqui, o leitor deve estar se perguntando: ‘Sim, mas o que há de novo?’.


O novo é que, acrescido ao acesso às redes, esses dispositivos catalisam exércitos remotos de programadores na criação de ‘applets’ (mini-softwares de uso instantâneo e baixo preço) que potencializam o seu uso ao extraordinário, em uma torrente criativa sem fim.


Os aparelhos não valem pelo que parecem ser, e sim pela inteligência coletiva que condensam. Esses dispositivos tornam exponenciais a capacidade cognitiva e operativa de seus usuários. Como se fossem cérebros auxiliares, práticos, móveis e individualizados.


Quando o consumidor compra um desses dispositivos, ele compra seu acesso a um fluxo criativo sem precedentes. Qual um mago, passa a usufruir do melhor da inteligência condensada, o melhor do acesso à informação e a possibilidade de multiplicar ao infinito suas relações.


Em coluna publicada na semana passada, Alexandre Hohagen nos confronta com um fato assustador: com todas as mudanças que estamos experimentando, como admitir que a educação continue sendo a última fronteira do conhecimento onde a inovação ainda não chegou?


Eu ouso acrescentar à sua reflexão uma outra. Como podemos continuar a pensar em cidadania e política sem considerarmos o enorme empoderamento que toda uma geração de jovens terá uma vez inseridos em um fluxo arrebatador de inteligência, relações e informação?


Como pensar a relação indivíduo-Estado nesta era que se avizinha?


Para quem buscava a obviedade das respostas, o tsunami do WikiLeaks não deixa pedra sobre pedra.


 


 


Ruy Castro


Zureta na Apple


Há pouco, em Nova York, vi-me dentro da famosa loja da Apple, em forma de cubo, perto do parque. Estava lá para fazer o que só o amor paterno justifica: comprar um certo modelo de iPod pedido pela filha. Foi a hora mais angustiante de minha vida.


Na loja, pequena para a quantidade de gente ali dentro, centenas de pessoas (de todos os sotaques, cores e idades) disputavam a cotoveladas o privilégio de comprar as últimas engenhocas eletrônicas produzidas pelo gênio humano -que, além do miraculoso iPod que eu buscava, não sei muito bem quais eram. Não ligo para multidões ou recintos fechados, e não era isso que me incomodava- mas o açodamento daquela turma para comprar geringonças sem as quais já não se pode viver.


Ouço dizer que, outro dia, no lançamento do iPad (iPad, não iPod) numa grande loja em São Paulo, pessoas dormiram na fila para serem as primeiras a comprar a caranguejola. No Rio, no Carnaval, há os que se submetem a isso para comprar ingressos para os desfiles das escolas de samba -porque eles logo se esgotam. Mas não deve ser o caso de um produto feito para vender milhões.


Ou seja, para elas, tanto fazia comprar o iPad naquele dia quanto encomendar pelo velho reembolso postal e esperar um mês pela entrega -não faltará mercadoria. Donde devo concluir que o importante não era ter o equipamento para usar, mas a primazia na sua posse, o fato de já ter um antes dos outros, de ser o primeiro no prédio, condomínio, clube ou escritório.


Saí da Apple e, ainda meio zureta, achei-me diante da Rizzoli, a linda livraria da Rua 57. Entrei, aliviado. Algumas pessoas folheavam livros. Outras falavam baixinho. Não havia fila no caixa. Ninguém se estapeava para ser o primeiro a comprar a autobiografia de Mark Twain, recém-lançada. Era um mundo antigo, de silêncio e paz.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Dilma & China


No ‘Wall Street Journal’, sobre o aperto no crédito, ‘Brasil se une à China no esforço de esfriar economia’. Pequim anunciou política ‘prudente’ e ‘oficializou a mudança de prioridade’ para o combate à inflação. No ‘Financial Times’, ‘Brasil eleva exigência de reserva para evitar bolha’, em ação que ‘segue movimentos semelhantes da China’. Em resposta, também no ‘FT’, a Bovespa já subiu.


Tony Volpon, do banco Nomura de Nova York, disse ao ‘Estado’ que a medida poupa o país de elevação nos juros e reforça que ‘Dilma Rousseff vai fazer tudo para evitar a alta da Selic’. Em artigo no ‘FT’, escreveu que ‘Dilma tem em mente um modelo diferente’ para a economia, ‘made in China’, o que inclui ‘as chamadas políticas macroprudentes, em vez da política monetária clássica de juros altos’.


DILMA & EUA Na capa do caderno ‘Outlook’, no ‘Washington Post’, ‘No Brasil, de prisioneira a presidente’. Foi a ‘primeira longa entrevista depois da eleição’, concedida a Lally Weymouth, filha da ex-publisher Katharine Graham e mãe da atual, Katharine Weymouth. Em destaque, ‘lutou nos anos 60 contra o regime militar, foi presa e torturada’


KYOTO CONTINUA?


No ‘Guardian’, ‘Negociações sobre clima em Cancún enfrentam risco de colapso em torno da extensão do Protocolo de Kyoto’. O jornal diz que, se os países ricos não aceitarem a extensão no documento final, ‘os países em desenvolvimento paralisarão conversas’.


O ‘Guardian’ destacou ainda, dos vazamentos do Departamento de Estado pelo WikiLeaks, que os EUA pressionam para obter aliados contra o grupo emergente Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China).


ALÉM DE KYOTO


Também no estatal ‘China Daily’, reportagens noticiam uma manifestação em Cancún contra o Japão, por ter rejeitado a extensão do Protocolo de Kyoto, e a ‘hesitação’ da União Europeia em torno da questão.


Em entrevista à agência Xinhua, Branca Americano, do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, defende ‘um novo mandato’ para o Protocolo de Kyoto, mas ressalta que espera ‘um pacote de decisões’ em Cancún, em áreas como financiamento e tecnologia.


MAIS ‘Nature’, com o gráfico do desmatamento na Amazônia, ‘Science’ e ‘New York Times’ saudaram como o Brasil ‘avançou’. Entre elogios a Lula, ‘Brasil fez mais que qualquer outro nos últimos cinco anos’


Gráfico na ‘Science’ sobre publicações no país, sob o enunciado ‘Ciência brasileira começa a viver boom’


CIÊNCIA NO BRASIL


A nova ‘Science’ traz sete páginas do correspondente Antonio Regalado sobre a ‘Ciência no Brasil’. Destaca que ‘a economia em crescimento e as descobertas de petróleo estão impulsionando a pesquisa brasileira a novas alturas’. Descreve os cientistas brasileiros como ‘talentosos, mas subfinanciados’.


Anota que São Paulo ainda faz ‘a maioria das pesquisas’, mas foca a atenção no financiamento regionalizado e nos centros criados no Nordeste e no Rio, além da Embrapa. E cobra mais pesquisa na Amazônia.


AO RIO Na ‘Science’, os novos centros de pesquisas da Petrobras, de US$ 700 milhões, aberto em outubro, e da General Electric, em projeto lançado em novembro


 


 


CINEMA


Disney conclui venda do estúdio Miramax


A compra da Miramax pelo grupo de investimento Filmyard Holdings foi anunciada em julho, mas questões de financiamento só foram acertadas na semana passada, anunciaram os envolvidos. A Disney vendeu os estúdios de ‘Onde os Fracos Não Têm Vez’ por US$663 milhões.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Band terá thriller policial incentivado pela Ancine


Buscar parcerias com produtoras independentes em formatos com verba de incentivo da Ancine (Agência Nacional do Cinema). Esse parece ser o caminho da dramaturgia na Band em 2011.


Após fechar com a Mixer a produção de uma série adolescente, a emissora bateu o martelo na semana passada para investir em um thriller policial.


Com 13 episódios, ‘Primeira Página’, da Caju Produções, conta a história de Jaqueline, uma inquieta repórter investigativa do jornal ‘Primeira Página’, que acaba envolvida na resolução de um assassinato. No meio dessa confusão, a menina ainda tem de lidar com seus problemas e os de seus amigos, Maria Clara, Mirna e Carina.


Prevista para o segundo semestre de 2011, a produção conta com textos de Ecila Pedroso, roteirista de ‘Carga Pesada’ (Globo), e direção de Nelson Foerster.


‘Primeira Página’ é uma das seis séries de ficção contempladas pelo FSA (Fundo Setorial de Audiovisual), da Ancine, e levou R$ 1 milhão de investimento.


Coincidência ou não, outra coprodução da Band para 2011, ‘Julie e os Fantasmas’, da Mixer, também foi contemplada pelo FSA.


A produção, toda captada em alta definição, levou R$ 2 milhões de investimento do fundo.


Censura O departamento comercial da Record criou um anúncio para chamar a atenção da Azaleia, único entre os cem maiores anunciantes da TV em 2010 que não está nos intervalos comerciais da emissora. A peça trazia os dizeres: ‘Azaleia, a Record é o seu número’. A brincadeira, que visava conquistar mais um cliente, foi barrada pelo jurídico da emissora, que achou que poderia ser mal interpretada pela marca.


Protetor O ‘Quinta Categoria’, durante o ‘Verão MTV’, será gravado na praia do Leme, no Rio.


Visto Didi Wagner seguirá no comando do ‘Lugar Incomum’, do Multishow, em 2011, que passará agora por Amsterdã e Barcelona.


Parceiras Buscando aproximação com as afiliadas, o SBT enviou a apresentadora Cynthia Benini para um evento, hoje, com anunciantes, na afiliada de Porto Alegre. No ano passado não havia ido ninguém da emissora.


Aniversário Em 2011, ano em que o atentado ao World Trade Center completa dez anos, o Discovery Channel exibirá uma produção inédita de Steven Spielberg: ‘As Torres da Liberdade’, sobre a reconstrução no marco zero.


Soletrando Será que só Mauro (Rodrigo Lombardi) não sacou que Otabol, novos donos da Gouveia em ‘Passione’ (Globo), na verdade é ‘Lobato’, sobrenome de Fred (Reynaldo Gianecchini), ao contrário?


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


Gustavo Villas Boas


‘Casa Brasileira’ mostra coleções, móveis e design em lares de famosos


Regina Casé está em casa.


Enquanto mostra, orgulhosa, sua coleção de coleções -há desde pimentas e vassouras até samambaias plásticas-, fala da admiração por Sérgio Rodrigues, que assinou o projeto de sua casa em Mangaratiba, no litoral fluminense.


O trabalho do premiado arquiteto e designer de móveis é o destaque do primeiro episódio de ‘Casa Brasileira’, no GNT.


O programa lança mão de tom documental para revelar inspirações de nomes importantes da arquitetura no Brasil, que comentam algumas de suas obras: são lojas, móveis e apartamentos. Como o de Débora Bloch, em que uma das janelas alcança a vista do Cristo Redentor, do Pão de Açúcar e da lagoa Rodrigo de Freitas.


Até sexta-feira, outras celebridades abrem as portas: Zeca Camargo, Fernanda Torres e Marisa Orth. Entre arquitetos e designers, aparecem no programa figuras como Isay Weinfeld, que comenta sua paixão pela ‘falta de identidade’ de São Paulo, e os sócios Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen.


CASA BRASILEIRA


QUANDO de seg. a sex., às 21h, no GNT


CLASSIFICAÇÃO não informada


 


 


LITERATURA


Livro que José Saramago deixou inacabado será lançado em 2011


O livro que o Nobel de Literatura José Saramago (1922-2010) deixou inacabado será lançado em 2011, informou a jornalista Pilar del Río, viúva do escritor, na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México.


O volume se chama ‘Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas’ e trata da fabricação de armas. Segundo ela, o enredo gira em torno de ‘um honesto pai de família que vai trabalhar numa fábrica de armas’.


 


 


 


************


O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


 


GOVERNO DILMA


Afinal, uma boa notícia?


A influência do presidente Lula na composição da equipe de governo de sua sucessora – e o que poderá resultar disso a partir de 1.º de janeiro – é visível e, de resto, natural e inevitável, considerando que a candidatura Dilma Rousseff foi criação exclusiva do atual ocupante do Palácio do Planalto e sua eleição resultou da bem-sucedida transferência do enorme prestígio popular do chefe para sua ungida. Num primeiro momento, portanto, a julgar pelos nomes até agora confirmados, o compromisso com a continuidade, ou, em outras palavras, a ‘cara do Lula’, é a característica mais forte do novo quadro ministerial. Só o tempo dirá se e quando Dilma se sentirá à vontade para comandar o ‘seu’ governo.


Já é possível perceber, no entanto, e essa é uma boa notícia, que em pelo menos uma área específica a sucessora, se não está ostensivamente contrariando o seu patrono, mostra-se pelo menos disposta a dar um rumo diferente à política até agora posta em prática por Lula: a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). O convite feito à jornalista Helena Chagas para assumir o posto parece confirmar essa tendência.


Com a atual estrutura e ocupada por um titular com status de ministro de Estado, o jornalista Franklin Martins, desde 2007, a Secom tem como atribuições principais promover a divulgação das ações governamentais, coordenando as assessorias de imprensa de toda a administração direta, e cuidar do relacionamento do presidente da República com a imprensa (desempenhando o ministro também, oficialmente, a função de porta-voz, como se Lula precisasse disso). A duas tarefas o ministro Martins se dedicou, com grande empenho e eficiência, durante quase quatro anos: primeiro, robustecer e tornar eficiente a rede de divulgação das ações do governo, inclusive com a criação da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC); depois, politizar, ou melhor, ideologizar a questão do novo marco regulatório da radiodifusão, contrabandeando para esse debate a ideia mal dissimulada do controle de conteúdos, inclusive da mídia impressa.


Dilma Rousseff, ainda durante a campanha eleitoral, mas com mais ênfase depois de eleita, evitou sempre esse campo minado. Em mais de um pronunciamento, ressaltou a diferença entre marco regulatório da radiodifusão, medida amplamente reconhecida como necessária, e controle de conteúdos da mídia. Chegou até a cunhar uma frase: ‘O único controle de conteúdo admissível é o controle remoto da televisão.’ O perfil profissional de Helena Chagas autoriza a expectativa de que no próximo governo a tendência será ‘desideologizar’ a Secom. Filha do jornalista Carlos Chagas – que foi secretário de imprensa do presidente Costa e Silva e diretor da sucursal do Estado em Brasília -, Helena trabalhou nas redes de TV Globo e SBT e desde 2007 era diretora da EBC, até assumir a assessoria de imprensa da campanha de Dilma e depois integrar a equipe de transição.


Enquanto isso, o presidente retirante aproveita os derradeiros momentos de poder formal para lustrar seu conhecido desapreço pela coerência, insistindo numa das teclas preferidas de sua retórica populista: os ataques à imprensa conjugados com manifestações de profundo apreço pelo direito à informação. Falando a um seleto grupo de representantes de rádios comunitárias em mais uma sessão de beija-mão de despedidas, Lula reiterou a ‘necessidade de democratização dos meios de comunicação’, uma vez que, garantiu, ‘ainda há um monopólio das telecomunicações no Brasil’. No passo seguinte se contradisse sem perder a pose: ‘Nós avançamos do ponto de vista da democratização porque nós não temos mais o monopólio de um jornal ou um canal de TV. Está mais pulverizado e já é um sinal importante.’


Em seguida, Lula brindou a plateia com uma pérola candidata a lugar de destaque na antologia de seu verbo solto: ‘Há uma briga histórica que eu considero um equívoco: os meios de comunicação confundirem uma crítica que qualquer pessoa faça a eles como um cerceamento de liberdade de imprensa. É a coisa mais absurda, mais pobre do ponto de vista teórico (sic) que conheço é alguém achar que não pode receber crítica, que são intocáveis.’ Pano rápido.


 


 


INTERNET


Groupon diz não a oferta feita pelo Google


A tentativa do Google de adquirir o Groupon, maior site de compras coletivas do mundo, fracassou, pelo menos por enquanto. O Groupon, que graças aos seus vínculos com o varejo local e seus cerca de 35 milhões de assinantes no mundo todo se tornou uma companhia com um valor potencial de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões, decidiu permanecer independente.


A informação foi divulgada pelos jornais Chicago Tribune, The Wall Street Journal e The New York Times, que citaram fontes não identificadas a par das negociações. Segundo os jornais, o Groupon estuda abrir seu capital na Bolsa de Valores. Google e Groupon não quiseram comentar o assunto.


O Groupon, empresa criada há dois anos e sediada em Chicago, oferece diariamente uma pechincha diferente aos assinantes do serviço. O Google, presidido por Eric Schmidt, pretendia comprar o Groupon como uma forma de tornar a maior rede de publicidade da internet um veículo de marketing ainda mais poderoso. A proposta apresentada corresponderia ao preço mais alto já desembolsado pelo grupo para adquirir uma companhia, eclipsando os US$ 3,2 bilhões pagos pelo serviço de publicidade online DoubleClick, em 2008.


Avaliação. De acordo com a analista de varejo da Forrester Research, Sucharita Mulpuru, o Groupon cometeu um erro se o Google pretendia pagar US$ 5 bilhões em dinheiro, ‘porque esta seria a melhor avaliação que a companhia poderia obter’. Mas Sucharita disse que, se a oferta fosse algum tipo de acordo a longo prazo, que dependesse de o Groupon cumprir determinadas metas de desempenho nos próximos anos, sua recusa ‘não foi uma ideia tão ruim, porque provavelmente a companhia não conseguiria superar estes obstáculos’.


É possível que a agressiva expansão do Groupon implique que o site ‘já está tendo uma redução dos lucros, e esta é fundamentalmente uma das maiores dificuldades deste espaço’, disse. ‘O sucesso da empresa baseia-se em grandes negócios, e para fazer grandes negócios é preciso ter um número muito grande de gente vendendo por aí, o que é uma maneira muito cara para expandir um empreendimento.’ O Groupon emprega cerca de 3 mil pessoas e é dirigido por seu fundador, Andrew Mason, de 30 anos.


A empresa deu origem a várias imitações, como o LivingSocial, CrowdSavings, BloomSpot, Tippr and Scoop St., e alguns analistas temem que o Google esteja querendo pagar demais por um empreendimento que pode ser clonado tão facilmente.


Mas o Google pode permitir-se este negócio, considerando que, em 30 de setembro, tinha US$ 33 bilhões em caixa. Para Sucharita, uma empresa de tecnologia como o Google deve estar disposta a pagar acima do valor da companhia para impedir que ela caia nas mãos de concorrentes como Yahoo e Microsoft.


O Groupon, empresa de capital fechado, captou cerca de US$ 165 milhões de capital para deslanchar. A empresa opera na América do Norte, na América do Sul, Europa e Ásia. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


Células-tronco no País são alvo do Discovery


Tratada de modo raso por canais brasileiros, a comunidade científica local ganha do grupo internacional Discovery um documentário inédito, de uma hora, reunindo os maiores estudos no País sobre células-tronco. Parceria com a produtora brasileira Mixer, Células-tronco: a Chave da Regeneração vai ao ar em fevereiro, no Discovery Channel, sob incentivo fiscal do artigo 39 (Ancine).


O documentário acompanha uma cirurgia cardíaca com uso de células-tronco e traz, entre outros, a geneticista Mayana Zatz, o oftalmologista José Álvaro Pereira e o imunologista Júlio Voltarelli (diabetes). A edição será exibida a seguir nos demais países latinos e pode cruzar outras fronteiras.


Selton na derradeira Comédia


É Selton Mello quem ostenta a perucona da foto. Entre as cinco esquetes que gravou com todo o elenco do Comédia MTV para a edição derraderia do programa, o ator faz aí o papel de Jordana, uma cantora lésbica, ao contracenar com Fernandona (Tatá Werneck). Vai ao ar na quarta-feira.


225% foi o crescimento, em horas, do tempo dedicado às produções nacionais nos canais do grupo Discovery em apenas dois anos, de 2008 a 2010


‘Quando eu conheci o Reginaldo Rossi eu falei: ‘Prazer Cauby!’ Da comediante Dani Calabresa sobre o cantor, nas gravações do Formigueiro (Band)


A escolha de Gabriel Braga Nunes para a vaga de Fábio Assunção na próxima novela das 9 da Globo não implica mudança no perfil do vilão da trama. Cenas feitas em Florianópolis por Fábio serão regravadas no Rio.


E agora sobe para três o número de atores de Poder Paralelo, da Record, que estarão em Insensato Coração. Além de Gabriel Braga Nunes, a novela já tinha no elenco Petrônio Gontijo e Tuca Andrada, que entra em cena para breve participação.


Após reprisar as cinco primeiras temporadas de CSI Las Vegas, a Record põe no ar, dia 16, a 6.ª temporada da série. Nos dias 14 e 15, o canal mostra o fim do 5.º ano, com episódio duplo by Quentin Tarantino.


Blue Bloods, série com Tom Selleck e alvo de boas críticas nos EUA, deve estrear no canal pago Liv em fevereiro. A RedeTV!, dona dos direitos de exibição na TV aberta, tem de esperar até março, no mínimo, para levar o título ao ar.


A equipe de Araguaia, novela das 6 da Globo, dá-se ao luxo de contar, nos bastidores, com verdadeiras aulas de Lima Duarte, que recita Manoel Bandeira e textos clássicos entre uma cena e outra.


Até executivos de Globo e Record se confundem com os nomes, mas a empresa que colocará a programação da Record nos ônibus cariocas é a BusTV, nada a ver com BusMídia, que leva a Globo a circular pelos ônibus de São Paulo.


Com trilha sonora própria para a temporada natalina desde 1986, a RBS convidou e Maria Rita foi a Porto Alegre só para gravar sua versão da canção Vida.


Dirigido a publicitários e profissionais de comunicação, um boletim semanal de dois minutos estreia hoje, no canal BandNews, em parceria com a ProXXIma, plataforma do grupo Meio&Mensagem. O alvo é o mercado digital.


 


 


 


************