Wednesday, 15 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Eduardo Ribeiro

JORNALISMO / GLOBO

"Promoção de Amauri fortalece Kamel na Globo", copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 10/04/02

"A anunciada promoção do atual diretor geral de jornalismo em São Paulo, para diretor da Globo Internacional, em Nova York, será certamente um up grade na carreira de Amauri Soares, mas uma considerável perda de poder para a praça São Paulo dentro do jornalismo da Globo. Essa é, aliás, a avaliação feita não pelo mercado, mas internamente pela própria equipe da Globo, sobretudo ao saber que o super cargo ocupado por Amauri foi extinto e que seu sucessor, Luiz Cláudio Latgé, atualmente dirigindo a Globo, em Brasília, chega com status menor e subordinado ao diretor executivo Ali Kamel, que passa a ser efetivamente o segundo de Carlos Schroder, na emissora, ambos comandando a CGJ desde o Rio de Janeiro.

No anúncio que fez sobre as mudanças, a Globo informou que Latgé cuidará da redação e da coordenação dos telejornais Hoje e Jornal da Globo, sob a supervisão de Kamel, mas não terá qualquer responsabilidade sobre os programas jornalísticos Globo Rural, Globo Repórter e Fantástico, cujos diretores (respectivamente Humberto Pereira, Silvia Sayão e Luiz Nascimento) passam a se reportar diretamente ao Kamel.

Na prática, como diz um dos colegas que integram o staff da Globo, em São Paulo, volta tudo ao que era na Era do Evandro Carlos de Andrade, ao menos em termos de hierarquia.

Latgé teve grande parte de sua carreira construída na Globo, do Rio, como editor do Jornal Nacional. Ele esteve, não muito tempo atrás, em São Paulo, onde passou uma temporada de quatro meses como editor-chefe do Jornal da Globo, de onde saiu para dirigir a Globo, em Brasília. Tem um estilo bem diferente do de Amauri, razão pela qual não se arrisca um palpite incisivo sobre o que muda ou o que permanece igual na equipe. A CGJ, em São Paulo, portanto, é toda expectativa. Sua chegada, salvo imprevisto, está marcada já para a próxima semana, quando inicia o processo de transição com Amauri. Em Brasília, será sucedido pelo comentarista político Franklin Martins, o que, em tese, representa uma espécie de continuidade, já que Franklin é da equipe e velho conhecido dos colegas.

Com Amauri segue para Nova York a esposa Patrícia Poeta, que também é da Central Globo de Jornalismo (apresentadora de telejornais) e o baby Felipe que deverá chegar ao mundo em meados do ano, na terra do Tio Sam. Casais de jornalistas, na Globo, aliás, não constituem novidade. Basta lembrar do principal deles, que comanda o Jornal Nacional (Willian Bonner e Fátima Bernardes), e de Ernesto Paglia e Sandra Annenberg, para ficar em apenas dois."

 

"Globo", copyright Folha de S. Paulo, 11/04/02

"Entendo que a intenção tenha sido interpretar as recentes mudanças no jornalismo da Globo. Mas a coluna ?Outro canal? de ontem (Ilustrada, pág. E4), assinada por Daniel Castro, distorce os fatos, exagera e dá vazão a fantasias. Que o colunista não tenha tentado confirmar suas informações com os personagens citados – e assim evitado os erros que comete – eu já esperava, porque é a praxe de sua coluna. Mas, se o colunista tivesse o cuidado de ler a própria Folha, teria notado a impropriedade do que iria escrever. Em 29/6/2001, na reportagem ?Globo escolhe novo diretor de jornalismo? (Brasil, pág. A12), que relatava que Carlos Henrique Schroder seria o sucessor de Evandro Carlos de Andrade, morto naquele mês, está dito: ?Schroder terá sob seu comando um colegiado de quatro diretores (…)?. Portanto, diferentemente do que o colunista disse anteontem e ontem, Amauri Soares jamais foi o segundo na hierarquia do jornalismo da Globo. Por conseguinte, também é incorreta a informação de que me tornei esse ?segundo?. Abaixo de Schroder, continua um colegiado -composto agora por três diretores- responsável por diversas áreas da Central Globo de Jornalismo: eu próprio, Alice Maria e Luiz Fernando Lima. Uma estrutura em tudo semelhante à que existia durante a gestão de Evandro, quando também havia um colegiado de quatro diretores, nenhum deles baseado em São Paulo (mesmo quando o ?Jornal Hoje? e o ?Jornal da Globo? passaram a ser gerados de lá): os diretores eram Schroder, Luiz Erlanger, Alice Maria e Luiz Fernando Lima. Como se vê, estamos hoje como estivemos há menos de um ano. A promoção de Amauri Soares a diretor da Globo Internacional de fato levou Carlos Henrique Schroder a extinguir um dos dois cargos de diretor-executivo de jornalismo e, com isso, a redistribuir as atribuições da função. A mim coube absorver apenas algumas delas. Mas São Paulo não perdeu status nenhum e ?não passa a ser apenas uma sucursal?. A Globo tem cinco telejornais de rede, e três deles -mais da metade, portanto- continuarão a ser produzidos por São Paulo e, de lá, gerados para as demais praças. Nada mudou nesse aspecto. Schroder, como antes, continuará se dividindo entre Rio e São Paulo. O que me causou mais espanto, no entanto, foram as ilações do colunista sobre a minha suposta ascensão. As suposições são tão desprovidas de fundamento que me constrangem. As mudanças na Central Globo de Jornalismo são sempre decididas por critérios técnicos e profissionais. Na Globo, o que os acionistas exigem é a qualidade jornalística de todos os telejornais: informação correta, transmitida com isenção e com imparcialidade. E, para garanti-la, escolheram Carlos Henrique Schroder como diretor da CGJ, que, como tal, é o interlocutor direto dos acionistas. Parece óbvio, mas o colunista me obriga a dizê-lo: os Marinho não precisam de intermediários.? (Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo, Rio de Janeiro, RJ)"

 

"Outro Canal", copyright Folha de S. Paulo, 10/04/02

"Intervenção 1

A saída de Amaury Soares do comando do jornalismo da Globo em São Paulo fortalece o jornalista Ali Kamel, que no ano passado, com a morte de Evandro Carlos de Andrade (então diretor-geral de jornalismo), deixou o jornal ?O Globo? para ser responsável pelo ?Jornal Nacional?. Kamel agora será o segundo homem do jornalismo da emissora (o primeiro é Carlos Schröder).

Intervenção 2

Com a mudança, Kamel passará a supervisionar produtos jornalísticos antes da alçada de Amaury Soares, como ?Fantástico?, ?Globo Repórter? e ?Globo Rural?, além do ?Jornal Hoje?, ?Jornal da Globo? e os locais de São Paulo. O cargo de Amaury, de diretor-executivo de jornalismo, será extinto.

Intervenção 3

Kamel é tido pelos jornalistas da Globo como o interlocutor da família Marinho – que teria exigido sua ascensão – no jornalismo da emissora. O novo diretor de jornalismo de São Paulo, Luiz Cláudio Latge, se reportará a Kamel. Assim, São Paulo perde status e passa a ser apenas uma sucursal que produz telejornais. Soares era o segundo da hierarquia do jornalismo.

Intervenção 4

Em Nova York, Soares atuará como representante corporativo internacional da TV Globo. Irá reformular os escritórios de Nova York e Londres. Já se preparava para a mudança havia mais de um mês, quando começou um curso intensivo de inglês."

 

***

"TV Globo muda a cúpula do jornalismo", copyright Folha de S. Paulo, 9/04/02

"Diretor de jornalismo da Globo em São Paulo, Amaury Soares deixa o cargo na próxima sexta, a pedido de Marluce Dias da Silva, diretora-geral da emissora. Soares irá para Nova York, onde ocupará um cargo equivalente ao de um ?embaixador da Globo?.

O jornalista, que desde meados do ano passado era o segundo homem da Central Globo de Jornalismo (o primeiro é Carlos Schöreder), será diretor da Globo Internacional. Além de coordenar a rede internacional de correspondentes da emissora, terá influência sobre o canal internacional da Globo e sobre a divisão de vendas e será uma ponte entre os interesses de emissoras estrangeiras com a rede da família Marinho. Isso inclui novos negócios, desde parcerias até a compra de novos formatos de programas e a perspectiva de abertura da mídia brasileira ao capital externo.

A mulher de Soares, a apresentadora Patrícia Poeta, também irá para Nova York. Prestigiado pela cúpula da emissora, Soares era criticado por seus subordinados, entre outros fatores por ter patrocinado a ascensão profissional da mulher, ex-moça do tempo?.

No ano passado, com a morte de Evandro Carlos de Andrade (diretor da Central Globo de Jornalismo), Soares deixou de ser um diretor regional e passou a ter, no papel, o comando do ?Fantástico?, mas que nunca foi exercido na prática. O substituto de Soares será Luiz Cláudio Latgé (diretor de jornalismo da Globo em Brasília). Em Brasília, assume o comentarista político Franklin Martins. deveria ser anunciado oficialmente até o final da tarde de ontem.

OUTRO CANAL

Leilão 1

A Bandeirantes conseguiu ontem de manhã manter em seus quadros Marcia Goldschmidt, apresentadora do ?Hora da Verdade?, maior audiência da emissora. Cobriu a proposta que a Record fez a Marcia (que triplicava seus ganhos), renovou seu contrato e ainda ofereceu um novo programa semanal.

Leilão 2

A Record queria Marcia e toda a sua equipe para um programa diário, entre 16h e 18h, semelhante ao telebarraco da Band. O assédio da Record tem fundamento. Com o ?Hora da Verdade?, a Band já supera o ?Note e Anote? no Ibope.

Telhado 1

Com novas regras (de novo!), ?Casa dos Artistas 2? deu uma melhorada no Ibope anteontem. Ganhou do ?Domingão do Faustão? por 28 a 25 pontos e perdeu para o ?Fantástico? por 31 a 30, mas na média de seu horário empatou com a Globo, em 30 pontos.

Telhado 2

Na semana anterior, ?Casa 2? tinha perdido por 30 a 26. Pelas novas regras, os artistas votam verbalmente em quem querem eliminar, em um confessionário (antes o voto era por escrito).

Recuperação

O ?Domingo Legal?, com um novo game entre famosos, também reagiu. Venceu
o ?Domingão do Faustão? por 29 a 24. A favor da Globo, teve o
?Caldeirão do Huck? (que venceu Raul Gil por 16 a 14) e a boa reestréia
de ?Sandy & Júnior? (20 a 9 no SBT)."

 

JORNALISMO / BANDEIRANTES

"Band lança em maio telejornal sem roteiro", copyright Folha de S. Paulo, 13/04/02

"Dois novos programas jornalísticos vão entrar no ar em maio na Bandeirantes. Em comum, eles resgatam jornalistas veteranos.

O primeiro será um telejornal, às 12h30, inspirado no ?Jornal Gente?, da Rádio Bandeirantes AM. Será ancorado pelo veterano José Paulo de Andrade, do ?Jornal Gente?, e terá comentários de Salomão Ésper (outro veterano do rádio), Marcelo Parada, Fernando Vieira de Melo e Eduardo Castro. O primeiro piloto (programa-teste) foi gravado nesta semana.

Segundo Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Band, será um telejornal sem roteiro, com movimentos de câmera diferentes dos programas do gênero. Será uma mesa-redonda, com debates e um convidado por dia e que usará o telefone para entrevistas ao vivo, como se faz no rádio.

Mitre evita qualquer comparação com o antigo ?Record em Notícias?, dos anos 70/80, que era conhecido como ?jornal da tosse?, por ter jornalistas veteranos, como Hélio Ansaldo.

Outro veterano que está sendo resgatado pela Band é Goulart de Andrade, famoso pelo ?Comando da Madrugada?. O programa de Andrade será semelhante ao ?Comando?. Irá ao ar aos sábados, a partir da 0h.

OUTRO CANAL

Ringue

Está marcado para o próximo dia 22, às 19h, na Câmara Municipal de São Paulo, ato de repúdio ao ?Superpop?, da Rede TV!. O programa é acusado de ter humilhado duas lésbicas. O episódio levou à criação de uma entidade para fiscalizar o tratamento que a mídia dá aos gays. A emissora não comenta o assunto.

Telona

A Globo Filmes, braço cinematográfico da TV Globo, planeja lançar um filme do ?Sítio do Picapau Amarelo?, que faz sucesso na emissora. Ainda não há data para as filmagens.

Virada

Assim como fez Roberto Cabrini, que apresenta telejornal popular na Band, o repórter Marcelo Rezende trocou a ?credibilidade da Globo? por um salário maior numa emissora menor. Desde quinta, ele dá expediente na Rede TV!, onde atuará no ?Repórter Cidadão?, telejornal popular que deverá estrear ainda neste mês.Terá também um programa semanal.

Calendário

Previsto para estrear neste mês, o novo programa dominical que a Globo prepara em segredo ficou para depois da Copa do Mundo. Dirigido por Roberto Talma, será ao vivo e terá um ?reality show?, chamado ?Runner?, em que competidores têm que se deslocar de um Estado para outro sem um tostão no bolso."