Saturday, 11 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Fotógrafos absolvidos

LADY DI

A Suprema Corte francesa sustentou a decisão de liberar nove fotógrafos e um motociclista da acusação de homicídio culposo no acidente de carro que matou a princesa Diana, o namorado Dodi al-Fayed e o chofer, em 1997. O pai de Dodi, Mohamed al-Fayed, havia apelado ao alto tribunal depois que a sentença do juiz Hervé Stephan, em 1999, considerou o motorista do carro, que estava alcoolizado, drogado e dirigindo em alta velocidade, responsável pelas mortes.

Mohamed al-Fayed, milionário egípcio radicado em Londres, contestava a decisão por não levar em conta o papel dos fotógrafos que seguiam o carro: eles o perseguiram desde que saiu do Hotel Ritz e tiraram fotos depois que o veículo bateu num pilar de concreto de um túnel de Paris. Mohamed alegou que os fotógrafos teriam ajudado a causar a batida, forçando o chofer a acelerar. Na época, também declarou que se tratava de uma conspiração.

A Suprema Corte rejeitou o apelo e apoiou a conclusão dos investigadores de que os fotógrafos estavam muito longe do carro para causarem o acidente. No entanto, o tribunal declarou que seu comportamento foi contrário “à busca moral e ética da profissão”; eles permanecem sob investigação, acusados de invasão de privacidade por tirar fotos das vítimas. As informações são da AP e da Reuters (4/4/02).

 

LIVROS

Críticos de mídia freqüentemente argumentam que o domínio de veículos noticiosos por corporações contribui para piorar o jornalismo. Mas quando a crítica parte de dois reconhecidos profissionais da área, a mensagem ganha mais peso. “The News on the News: American Journalism in Peril”, dos editores Leonard Downie Jr. e Robert Kaiser, ambos do Washington Post, defende que a busca pelo lucro destrói a missão do jornalismo, de servir ao interesse público. “A maioria dos veículos reduziu a equipe de reportagem, junto com o espaço dedicado às notícias, para aumentar o lucro dos proprietários”, acusam. “A maioria dos donos e publishers forçam os editores a concentrar-se mais no resultado do que em bom jornalismo.”

O domínio das corporações já foi examinado por outros livros, incluindo “Rich Media, Poor Democracy”, do professor Robert McChesney, e “The Media Monopoly”, de Ben Bagdikian, ex-diretor da escola de jornalismo da Universidade da Califórnia, Berkeley. Segundo Seth Sutel [AP, 29/3/02], “The News About the News” parece se dirigir a um público mais amplo, e os autores ? que entrevistaram âncoras das três principais redes de TV – detalham os bastidores dos veículos.

As críticas aos noticiários televisivos são ainda mais duras, pois eles estariam convencidos de que o público está mais interessado em fofoca de celebridades do que em notícias sérias. Apesar disso, Downie e Kaiser reconhecem que a cobertura do 11 de setembro foi um sinal animador para profissão: a mídia “se mostrou à altura do desafio, dando ao país um pouco do melhor jornalismo que os americanos viram nos últimos tempos”.