Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Líliam Raña

CRIANÇAS NA TV

“Estudo mostra como os jovens aparecem na TV”, copyright O Estado de S. Paulo, 21/12/03

“A Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) divulgou durante o Seminário Internacional TVQ – Criança, Adolescente e Mídia, realizado em São Paulo, no dia 10, seu relatório anual referente à abordagem da mídia sobre os jovens. A pesquisa, realizada pela entidade e pelo Instituto Ayrton Senna, mostra que em 2002 houve um aumento de 3,52% no número de reportagens veiculadas pelos 50 principais jornais e pelas 5 maiores redes abertas do País, em comparação com o ano anterior.

Em 1996, quando foi iniciada a pesquisa, o número de reportagens publicadas foi de 10.700 e, em 2002, 92.463. De 1999 para 2000, a quantidade de matérias sobre infância e adolescência cresceu 32%. E, de 2000 para 2001, 17%. ?A pauta está estabelecida dentro das redações, mas com relação à qualidade ainda temos muito a discutir?, diz Veet Vivarta, diretor da Andi.

Vivarta afirma que a crise financeira é uma das principais causas para a desaceleração do aumento do número de reportagens. As pautas relacionadas aos jovens diminuem ainda mais em anos de Copa do Mundo, eleições e outros acontecimentos.

A partir de 1999, o assunto mais relacionado à infância foi a educação, que começou ocupando a 8.? colocação em 1996. A violência, que era a 2.? colocada no primeiro ano de pesquisa, permaneceu na mesma posição até o ano passado. Outros assuntos que chamam a atenção da mídia são saúde, direitos e justiça.

?A educação em primeiro lugar é animador, mas a violência em segundo é preocupante?, diz Ivana Bentes, professora da Escola de Comunicação e Coordenadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo ela, a relação da juventude pobre com a violência é extrema. ?Estamos vivendo o culto ao jovem, mas essa imagem entra em conflito com a do jovem pobre, marginalizado, que se torna responsável por todos os pontos negativos da sociedade.?

A professora destaca que, no imaginário coletivo, o jovem é o responsável cada vez mais por delitos graves. ?Mas a maior parte das ocorrências está relacionada a furtos. Na mídia, ocorre a inversão: 30% dos casos divulgados são homicídios, 10% são roubos, 3% são estupros e 2% furtos.?

Vivarta ressalta ainda a exploração de recursos sensacionalistas e a exposiç&atiatilde;o indevida de jovens em notícias sobre violência. ?Nem tudo é negativo. A mídia demonstra certo equilíbrio na escolha das fontes. O Poder Público tem presença garantida, mas a sociedade civil ganhou destaque.? O relatório destaca os especialistas, citados em 12%, e a família, ouvida em 9,4% dos casos.”

 

UM SÓ CORAÇÃO

“Minissérie lança filho de autora da Globo”, copyright Folha de S. Paulo, 21/12/03

“Filho de Maria Adelaide Amaral, Rodrigo Arantes do Amaral, 35, estréia como escritor da Globo em ?Um Só Coração?, minissérie escrita pela própria mãe, com Alcides Nogueira, e que estréia dia 6 de janeiro. Nos créditos, Amaral aparece como colaborador. Curiosamente, ele só foi aceito pela mãe por insistência de Silvio de Abreu, autor do primeiro time da Globo, que o apadrinhou.

Arquiteto formado pela USP e atuante, Amaral faz pesquisas e escreve cenas que têm forte conteúdo político. É dele o texto do senador Freitas Valle, personagem real, interpretado por Pedro Paulo Rangel, grande mecenas de São Paulo nos anos 20.

OUTRO CANAL

Negócio

Atenção camelôs: é cada vez maior o número de ligações para a central de atendimento ao telespectador da Globo de pessoas procurando saber onde podem comprar roupas e assessórios usados por Darlene (Deborah Secco), em ?Celebridade?.

OK

Estreante em TV, o escritor Diogo Mainardi entrou em outubro para o ?Manhattan Connection?, do canal GNT, com a condição de que poderia desistir após três meses. Antes do prazo, o martelo já foi batido: Mainardi está confirmado em 2004.

DNA

Filha de Amilcare Dallevo, presidente da Rede TV!, a vestibulanda Andrea Dallevo está fazendo estágio no jornalismo da emissora.”

 

TV GLOBO

“Neta de ACM vira apresentadora da Globo”, copyright Folha de S. Paulo, 21/12/03

“Se o avô tivesse de escolher uma profissão para a ela, com certeza não seria na televisão. ?Ele iria querer eu tivesse uma profissão mais ?formal?, advogada, economista?, diz Carolina Magalhães, 24, neta do senador baiano Antonio Carlos Magalhães (PFL) e a mais nova apresentadora do ?Jovens Tardes?, musical da Globo que reestréia hoje às 13h35 e terá cinco edições dominicais. ?Mas tenho certeza de que não o desagrado; ele nunca me falou nada.?

Filha do deputado Luís Eduardo Magalhães, morto em 1998, Carolina foi ?descoberta? há alguns meses por Marlene Mattos, que gostou da moça por causa de uma foto de um dos trabalhos esporádicos que faz como modelo.

Sem nunca ter feito televisão na vida -apesar de estar familiarizada com o meio por causa da mãe, Michelle, uma espécie de Amaury Júnior da Bandeirantes baiana, e de ser uma das herdeiras da TV Bahia, afiliada da Rede Globo que pertence a seu avô-, um dia a menina recebeu um telefonema da ex-empresária de Xuxa.

?A Marlene me ligou do nada, eu nunca tinha falado com ela. Levei um susto, ela disse que queria que eu participasse do programa, mas não falou que era para ser uma das apresentadoras. Fui para o Rio alguns dias depois, conversamos, fiz testes e em duas semanas eu já estava gravando?, conta.

?Ela me perguntou o que eu sabia fazer. Disse que não sabia fazer muita coisa, mas que poderia aprender. E Marlene gostou disso?, diz. Com as gravações, Carolina começou a aprender canto, a dançar e a ter aulas de dicção.

Quase formada em economia -?meu pai me incentivou a fazer o curso, mas hoje vejo que não tem muito a ver comigo?-, ela largou a faculdade no último semestre para morar em São Paulo depois que engravidou e resolveu casar com o empresário Raphael Guinle, de quem está separada atualmente e com quem tem um filho de três anos, Luís Eduardo. Há alguns meses, namora o apresentador Marcos Mion, ex-MTV e, em breve, ex-TV Bandeirantes.

Em São Paulo, trabalhou por três anos como vendedora da Daslu, badalada butique paulistana, onde tinha colegas como a filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Peso do sobrenome

Carolina não nega que ser neta de um dos principais nomes da política brasileira abre portas, mas diz que às vezes prejudica.

?Às vezes eu tenho oportunidades por causa do sobrenome, respeitam a figura do meu avô, querem agradar de alguma maneira. Mas também as coisas ficam difíceis, porque sempre estou ligada ao nome e quero mostrar que eu tenho os meus valores.?

Apesar de ser filha, neta, prima de políticos, Carolina conta que nunca pensou em seguir carreira na política. ?Imagine, nunca passou pela minha cabeça?, diz ela, que votou em Lula na última eleição e começou a acompanhar política pelos jornais depois que aceitou o trabalho na Globo.

?Eu acompanho porque estou em evidência, dou entrevistas, sempre me perguntam coisas.?

Longe ela tenta ficar das notícias negativas sobre ACM. ?Eu nem leio, senão às vezes a gente acaba acreditando nas coisas que falam, que nem sempre são verdade. Mas tenho opinião formada sobre meu avô e nada vai mudá-la, então nada disso me incomoda.?

Já incomodou, no entanto. ?Quando eu era criança, adolescente, isso mexia muito comigo. Às vezes na escola os professores falavam mal dele na minha frente. Ele é senador, é político, mas é meu avô, poxa. E é um amor, supercarinhoso. Não tem nada de bravo, como dizem por aí.?”