Thursday, 16 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Luiz Orlando Carneiro

JORNAL DO BRASIL

"Deu no JB", copyright Jornal do Brasil, 27/10/01

"Terrorismo e Guerra

O artigo Quem cuida da paz? De Emir Sader, foi mais um a desencadear polêmica. Segundo ele, não há diferença substancial entre o terror de New York e aquele em Cabul. Quem condenou o primeiro, teria de condenar o segundo. Os leitores dividiram-se entre os que criticam também a guerra ?absurda e ilegítima? e os que vêem no artigo o reflexo de um ?antiamericanismo visceral?.

Terror e Paz

?Excelente, o artigo Quem cuida da paz?, de Emir Sader, publicado em 20/10. Prova que, quando outros chamam o terror da guerra de guerra ao terror, nós, que ousamos pensar diferentemente do que propagam os senhores donos da guerra, não estamos sós. O artigo é cabal: nada mais a dizer dessa guerra tão absurda e ilegítima quanto os atentados terroristas ocorridos nos Estados Unidos em 11 de setembro. Todo motivo é uma farsa. Aliás, guerra é a patente demonstração de que um dos lados não recorreu ? ou os dois não recorreram ? aos limites da civilidade, da diplomacia, da negociação, da tolerância, da aceitação de diferenças, da transigência ou intransigência, do acordo ou desacordo em paz. É o recurso anti-humano dos líderes hipócritas?. Murilo Alonso Lustosa Vieira, Duque de Caxias (RJ).

?É bastante salutar que Emir Sader destile seu antiamericanismo visceral, despindo a máscara de analista político ponderado e imparcial. Comparar o ato terrorista de 11 de setembro com a ação militar dos EUA no Afeganistão, reconhecida como legítima pelo Conselho de Segurança da ONU, é uma demonstração clara de como o ódio conduz à insensatez. E não pavimenta o caminho da paz com o qual o articulista se diz tão preocupado no artigo Quem cuida da paz?? Antonio Roberto Nóbrega Telles de Menezes, Rio de Janeiro.

?Em Quem cuida da paz?, Emir Sader incorre em afirmação absurda: ?Não há diferença substancial entre o terror em New York e aquele em Cabul?. Também sou a favor da paz e de que se procurem meios de diplomacia para se encontrar solução para os conflitos mundiais. Mas como podemos comparar os ataques em Nova York aos de Cabul? A única intenção dos terroristas era matar o maior número de pessoas indiscriminadamente e causar o máximo de destruição. Não creio que essa seja a intenção dos responsáveis pelo ataques em Cabul. Se passamos a acreditar nisso, temos de agora mesmo passar a não acreditar em que haja alguma esperança para esta nossa humanidade?. Valerie Rosales, Rio de Janeiro.

?Emir Sader escreveu o artigo no qual diz que ?aqueles que condenaram o atentado às torres em Nova York têm que condenar também os bombardeios a Cabul?. Entendo que, pela mesma lógica, aqueles que comemoram a ação terrorista em Nova York devem também comemorar os bombardeios do Afeganistão. O articulista, apesar de sua militância antiamericana e antijudaica, deveria mostrar coerência, fazendo o que ensina?. Roberto Neves, Rio de Janeiro.

Violência Urbana

?Aprovo o artigo do artista plástico Antonio Veronese sobre a questão o trânsito no Rio, Morte e impostura, de 18 de outubro. Há dois anos tive um parente próximo morto em atropelamento na Avenida Brasil. O carro estava a mais de 120 km por hora e o motorista continua solto. Deve-se cobrar a responsabilidade de autoridades omissas, que não fazem a sua parte?. Marcelo Pontes dos Santos, Los Angeles (EUA).

Divisão inferior

?Deplorável o comentário do Sr. Marcos Caetano sobre a sua certeza de que se o Flamengo cair, a CBF e os demais clubes jamais permitirão que venha a disputar a Segunda Divisão (JB, 22/10). Certamente o colunista se inspirou no boçal precedente da ?virada de mesa? do ano 2000, que resgatou, pela via da imoralidade, agremiações que experimentavam dificuldades para o legítimo regresso à divisão principal. Esse é um exemplo de princípios que contribui para manter o Brasil distante do Primeiro Mundo. Essas atitudes, através do esporte que tanta penetração tem nos vários níveis da sociedade, menosprezam esse poderoso veículo de disseminação de cidadania e corroboram com a tese de que o Brasil está fracassando exatamente porque tem cidadania de menos?. João Carlos Araujo Figueira, Rio de Janeiro.

?Na coluna de 22/10, o Sr. Marcos Caetano discorre sobre o atual momento do time do Flamengo no Campeonato Brasileiro. A certa altura, escreve: ?Tenho certeza de que se o Flamengo cair, a CBF e os demais clubes jamais permitirão que o time dispute a Segunda Divisão?. Mais adiante dos que ?os 35 milhões de rubro negros não querem essa mancha na história do clube?. Impossível ler a coluna sem fazer analogia como, por exemplo, reportagem recém-saída no JB sobre as leis e regras que não são obedecidas pelos cariocas, que não percebem (claro) que eles mesmos são vítimas dessa verdadeira incivilidade, dessa falta de educação. Mancha? Mas não são as regras do jogo? Muito se fala sobre a violência (real) que afasta os torcedores dos estádios. Mas não se fala de que pouco importa ver o time perder, se ele não vai cair mesmo. É assim que a gente vive. É assim que a gente sobrevive. E tem gente que acha normal?. Fernando Duarte Gomes Cancela, Rio de Janeiro.

Tarefas submarinas

?Deu no JB, em 12/10: dois jovens mergulhadores da marinha morreram em treinamento quando faziam um ataque simulado, colocando explosivos falsos no casco de um navio. Os dois foram sugados por uma corrente submarina provocada por hélices em movimento e tiveram os corpos mutilados. A Marinha disse que ?eles faziam parte de um contingente de profissionais rigorosamente selecionados e altamente qualificados?. Não vamos discutir agora se a culpa foi da corrente marinha, do comandante do barco que ligou os motores ou de quem se esqueceu de avisar para o comandante esperar um pouco porque estavam botando explosivos no casco do seu navio. O que devemos perguntar é: para que isso? Que simulação inútil é essa, numa época de mísseis teleguiados e terroristas suicidas? Essa técnica de sabotagem foi usada por homens-rãs na Segunda Guerra Mundial, antes de 1945. Se é para treinar mergulho, à custa do dinheiro público, porque não adotar uma causa mais nobre, do tipo inspecionar as colunas do emissário submarino de Ipanema, pesquisar as fontes de poluição da Baía de Sepetiba, e outras tantas tarefas submarinas em favor de causas ambientais e de segurança para a população? Para que treinar destruição? Quanto custou para o país educar e treinar esses jovens para depois mandá-los para a morte estúpida?? Neville Jordan Larica, Rio de Janeiro."

    
    
               

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