Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Não caiu um raio no céu azul do Ceará

Até 31 de julho, dois dias após o motim de policiais cearenses – e muitos depois do início de seu movimento, digamos, reivindicatório – ainda não haviam sido estabelecidas nos jornais as indispensáveis conexões entre os graves fatos de Fortaleza e as seguintes informações, de amplo conhecimento público:

1) O Estado do Ceará é governado desde 1987 por badalados tucanos: Tasso Jereissati, Ciro Gomes e novamente Tasso Jereissati.

2) Um grave escândalo de corrupção da cúpula policial do Ceará foi denunciado em abril passado – mais de dez anos após a ida dos tucanos cearenses para o poder. O escândalo é de tal gravidade que caiu toda a cúpula da polícia: secretário de Segurança, comandante da PM e chefe da Polícia Civil. O vice-governador do Ceará e ex-secretário de Segurança é o ex-deputado federal Moroni Torgan, que fez carreira política no Ceará na condição de delegado da Polícia Federal. Moroni Torgan chegou a estabelecer um “Sistema Integrado de Defesa Social” (Sindes), que, evidentemente, ruiu com a desmoralização das polícias. Quem tem moral para enquadrar a tropa e os policiais civis?

Os desacertos, ao que tudo indica, não vão parar por aí. Seria bom que os jornais se fizessem a seguinte pergunta: se o governo do Ceará demitir 500 insurretos, entre os quais se encontram “criminosos e bêbados”, como disseram as próprias autoridades, o que se espera que essa turma vá fazer na vida?

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