Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Pressão contra emissoras

FCC E INDECÊNCIA

Gloria Tristani, integrante da Federal Communications Comission (FCC), está conseguindo ajuda no que há tempos tem sido um esforço solitário para uma aplicação mais severa das normas contra indecência nas emissoras americanas. Michael Copps, novo representante democrata, juntou-se a Gloria para pedir investigações mais rigorosas de reclamações dos espectadores contra a obscenidade na TV. A Agência de Coação da FCC rotineiramente dispensa as reclamações por falta de provas.

Copps sugere que as emissoras passem a guardar as fitas do que levam ao ar. As TVs alegam que este seria um fardo pesadíssimo. O presidente da FCC, Michael Powell, teme que essas políticas afetem a Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão, e tende a negar os repetidos pedidos de Gloria. De acordo com a Dow Jones (3/7/01), ela deve deixar a comissão no fim do ano para concorrer a um cargo eletivo no Novo México.

Esta foi a primeira ação pública de Copps desde seu ingresso na FCC, em 31 de maio. A iniciativa pode não causar impacto imediato sobre as emissoras, mas possivelmente indica a relação do novo integrante da comissão com a TV. "Para mim, parece que, ao reforçar as leis contra indecência dos EUA, é responsabilidade da comissão, e não do cidadão, investigar as reclamações de que a lei foi violada", disse Copps. "Esta será uma de minhas prioridades na comissão." Advogados das emissoras afirmaram que levam a sério as queixas sobre obscenidade.

BBC

A BBC anunciou em 4 de julho que gastará mais dinheiro em programas. A decisão vem do chefão Greg Dyke, que tem intensificado sua luta contra a cultura dos 3 Cs ? "consultores, carros e croissants" ? na emissora estatal britânica. Dyke assumiu a direção geral da BBC em fevereiro de 2000.

A emissora vende programas como Teletubbies e The Weakest Link ao mundo todo, e anunciou possível aumento de lucros. O corte de gastos virou tema central na companhia no fim de março, segundo Braden Reddall [Reuters, 4/7/01]. Mas a fatia do faturamento destinada aos programas subiu para 81%, em comparação aos 76% do ano passado. Em 2004, Dyke quer que o percentual suba para 85%, totalizando 3,5 bilhões de dólares.

A BBC gasta cerca de 6% de seu orçamento em serviços digitais. O presidente Christopher Bland disse aos repórteres que espera aprovação do governo para a BBC3 e a BBC4, novos canais digitais, bem antes do final deste ano. Os gastos com o setor digital são controvertidos porque apenas 30% dos lares britânicos têm acesso ao serviço. Mas a BBC quer estar no topo dessa tecnologia, pois a Inglaterra lidera o desenvolvimento da TV digital. O governo pretende eliminar o sinal analógico em 2010, embora muitos duvidem desse prazo devido à resistência de cerca de um terço da população em aderir à nova tecnologia.

    
    
                     

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