Friday, 10 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

Regina Lima

“No afã de sermos pedagógicos sobre os riscos implícitos nas relações entre fontes, jornalistas e veículos de comunicação, cometemos alguns equívocos na edição de 10 de setembro da Coluna da Ouvidoria, mobilizando negativamente a atenção dos jornalistas da EBC, principalmente os da Agência Brasil, e da imprensa, por intermédio de seus jornalistas especializados.

O assunto abordado na Coluna, apesar das inadequações, não teria a dimensão que agora vemos, não fosse a infeliz coincidência com a decisão administrativa de substituição do diretor da Agência Brasil. Os assuntos não encontram a correspondência apontada pela imprensa, quando diz que a crítica da Ouvidoria contribuiu para a destituição do jornalista. Isso porque o trabalho da Ouvidoria não é da natureza da punição – a Ouvidoria não é uma corregedoria. A bem da verdade, insistimos na correção desta informação. Quanto aos erros cometidos na Coluna do Ouvidor, procederemos à análise pontual, a bem da correção dos fatos:

Erramos ao deixar implícito, no primeiro parágrafo, que teria havido um ‘flagrante de interferência’ no trabalho da imprensa, simplesmente porque, desta forma, estaríamos influenciando o julgamento do leitor a favor deste ponto de vista, ainda que, no parágrafo seguinte, explicitássemos que a ‘suposição’ de censura vinha de dois leitores.

Erramos ao não apurar, com a Agência e os jornalistas, o motivo das alterações ocorridas no texto da matéria analisada, baseando nossas observações apenas em suposições e expressões vagas como ‘tudo indica’, para afirmar de forma categórica o que se configura apenas em impressão, já que prescindiu da devida apuração.

Erramos ao ‘traduzir’ a resposta da agência de notícias aos leitores como ‘reconhecimento’ de interferência, quando poderíamos ter investigado esta hipótese em entrevistas, apurações e checagem com as fontes envolvidas e demais jornalistas.

Erramos quando insistimos em afirmar a hipótese de censura, baseados na expressão vaga ‘pode-se imaginar’, deduzindo daí um cenário de ilações carente de apuração.

Pela dimensão positiva que esta edição da Coluna da Ouvidoria teve na imprensa, nos sentimos no dever de vir a público informar que erramos.”