Saturday, 11 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1287

O preconceito é burro e emburrece

Numa história em quadrinhos clássica, internacionalmente premiada, Maurício de Souza mostra Cebolinha pintado de verde. É o mesmo Cebolinha de sempre, com a mesma roupa, o mesmo cabelo, o mesmo medo da Mônica, a mesma troca de letras nas palavras, o mesmo gosto pelo futebol, a mesma vontade de envolver o amigo Cascão em seus planos infalíveis para tornar-se o dono da rua.

Mas não era possível: quando viam Cebolinha de outra cor, seus amigos se escondiam, fugiam, não queriam jogar bola, não queriam falar de planos. Queriam apenas ver-se longe daquele ser estranho – que, de estranho, só tinha a cor diferente da habitual.

Burros, né? No entanto, o preconceito existe. Existe preconceito racial, existe preconceito social, existe preconceito de cor, existe agora preconceito geográfico (aliás, não existe, ou só existe para quem é burro: os empresários do Nordeste continuam negociando com os empresários do Sul, os banqueiros de uma região procuram expandir-se para outra; não há intelectual sulista que se preze que tenha deixado de ler Gilberto Freyre e não se delicie com Ariano Suassuna, não há um intelectual nordestino que se preze que não tenha lido de Monteiro Lobato a Fernando Henrique, passando por Sérgio Buarque de Holanda – cuja família, aliás, tem origem em Pernambuco – não há paulista, paranaense, barriga-verde ou gaúcho que não queira passar férias no Nordeste, há raros nordestinos que não têm parentes em São Paulo). O pior do preconceito, entretanto, é o apoio a ele de muitos meios de comunicação: é a tomada de posição antialguma coisa com base em discriminações partidárias, geográficas, políticas ou de comportamento.

Há, por exemplo, uma certa proteção da imprensa a jovens bem-postos que, gritando slogans homofóbicos, agridem pessoas e as ferem seriamente. No caso da Avenida Paulista, em que cidadãos pacíficos foram atacados com lâmpadas fluorescentes (além de cortantes, venenosas), pontapés e socos, todos os meios de comunicação informaram que os agressores estudavam em escolas particulares da região. Qual escola, ou quais escolas? No fim, meio a fórceps, soube-se que pelo menos um deles tinha sido expulso há tempos de uma escola conhecida, exatamente por seu comportamento agressivo. Mas, neste momento, onde estaria estudando? Como serão seus colegas? Como é tratada, ali, na escola que hoje frequenta, a questão do preconceito?

Há certo encorajamento, especialmente por jornalistas que perderam posições nas empresas e se dedicaram à internet, ao preconceito contra elites e contra São Paulo; esse encorajamento se repete em veículos impressos, como o que se refere àquela idiota que divulgou em seu twitter ataques a nordestinos, como ‘a paulista’. E não houve qualquer pressão da imprensa sobre a polícia para que investigasse quem é que, também em mensagens pelo twitter, propunha que um atirador de elite alvejasse a cabeça de um candidato à Presidência da República.

O papel dos meios de comunicação é, sem dúvida, relatar os fatos – mas sem maximizá-los, sem incentivá-los. E, se é para tomar posição, que seja a posição do bem, de luta contra os preconceitos em geral. Caso o veículo seja favorável ao mal, aos preconceitos, está protegido pela liberdade de imprensa; mas todos saberão o que é que realmente defende. O que não se pode é tolerar que, fingindo combater preconceitos, órgãos de comunicação incentivem os preconceituosos de seu lado enquanto condenam apenas os adversários. Como disse certa vez John dos Passos, que não o convidassem para condenar meia guerra; que se unissem a ele para condenar a guerra inteira.

 

O PT de Serra

Para que se tenha uma idéia de até onde chegou a cretinice, um blog publicou nota segundo a qual ‘o discurso serrista’ (nas eleições) ‘incentivou ações como esta’. ‘Esta’, sem dúvida, segundo a descrição do blog, é uma ação de intolerância religiosa: uma lei contra o candomblé aprovada em Piracicaba, SP.

Mas há dois detalhes que não foram levados em conta pelo leitor, nem pelo editor do blog, nem por algum eventual moderador:

1. A Câmara Municipal aprovou o tal projeto por unanimidade;

2. Entre os partidos que votaram a tal lei está o PT, que normalmente não costuma agir sob o comando de Serra.

Quem se insurgiu contra a besteirada foi outro leitor, que lembrou que a perseguição a religiões afrobrasileiras é antiga – e tão forte que obrigou os africanos a adotar nomes católicos para suas divindades para que pudessem continuar a cultuá-las. ‘Não dá para por tudo nas costas de Serra’, lembra o leitor de bom senso. Lembra mais: um projeto de lei não surge da noite para o dia. Certamente foi apresentado antes da campanha eleitoral. É óbvio? É. Mas não para as pessoas que se cegaram pelo preconceito e já não sabem o que dizem.

 

KKK no twitter

A propósito, há dias circulam entre tuiteiros mensagens trocadas entre alguém que se assina ‘evangelistaeheu’ e alguém que se assina ‘mahlongo’, propondo queimar homossexuais. Alô, alô, veículos de comunicação! Quem tem equipe de reportagem já não deveria estar tentando encontrar esses malucos, no mínimo para contar quem são, como vivem e se têm alguma outra ocupação além de propor a incineração de quem quer que tenha opção sexual diferente da deles? Vamos esperar que os malucos, como o pessoal da Ku Klux Klan, vista uniformes e saia perseguindo gente por aí?

 

Quem dá a notícia

Pasme, leitor! Este colunista é do tempo em que as notícias a gente encontrava nos meios de comunicação! A coisa mudou um pouco: esta, abaixo, foi encontrada no excelente portal Espaço Vital, que este colunista lê de enxerido porque é dedicado a temas de interesse jurídico, e tem como base informações do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

O fato (e é hora de pasmar de novo): o governo gaúcho se prepara para enviar a Abu Dhabi um grupo de policiais militares, supõe-se que para proteger os torcedores do Internacional de Porto Alegre, que lá jogará. O Tesouro gaúcho deve torrar o seu, o meu, o nosso dinheiro em diárias e passagens.

O Ministério Público quer barrar a esbórnia: primeiro, é ridículo enviar cinco policiais para proteger os sete mil torcedores gaúchos que, estima-se, assistirão ao jogo; segundo, atuar no exterior não está entre as missões da Brigada Militar (nome da PM gaúcha); terceiro, porque não houve qualquer acordo prévio com o governo de Abu Dhabi. Imagine chegar por lá um grupo de homens armados, sem combinar nada com ninguém: é provável que se crie é um incidente internacional. O governo gaúcho estava disposto a gastar R$ 97.037,50 na viagem.

Além de tudo, há um erro de clube: quem acompanha seu time onde o time estiver não é a torcida do Inter. Segundo o hino composto por Lupicínio Rodrigues, são os gremistas que assim se comportam.

 

Atenção, atenção

Dentro de menos de uma semana, o governo federal deve realizar o leilão para o trem-bala, obra de custo estimado de pouco mais de US$ 20 bilhões. Segundo o governo, Coréia do Sul, Alemanha, China, Espanha, França e Japão se mostraram interessados na obra. No entanto, só há até o momento um grupo oficialmente interessado, o sul-coreano. E os outros? Não se sabe. Sabe-se que o governo, para evitar que apenas um grupo entre no leilão, tenta montar outro. Exatamente aquilo que deu tanta confusão no leilão da telefonia, lembra?

Há outras questões interessantes: o trajeto previsto para o trem-bala é de aproximadamente 500 km, de Campinas ao Rio, com paradas em São Paulo e no Vale do Paraíba. Passará por Viracopos, Cumbica, pelo aeroporto de São José dos Campos? Se houver paradas em excesso, a viagem não ficará muito mais lenta? Qual o número de passageiros que viabilizará economicamente o projeto?

Tudo está ainda meio misterioso – inclusive a decisão de construir um trem-bala sem antes definir um projeto de logística na região. Se tudo estiver certo, ótimo: o Brasil aproveitará até para desenvolver no país parte da tecnologia ferroviária mais moderna. Mas, se por acaso o trem-bala não for a melhor solução, como corrigir depois um erro de tantos bilhões de dólares?

 

Estrangeiros na imprensa

A Câmara vota nesta semana se vai ou não investigar a participação de empresas estrangeiras em portais jornalísticos. A proposta é do deputado Eduardo Gomes, do PSDB de Tocantins. Gomes acredita que empresários estrangeiros estejam utilizando subterfúgios jurídicos para exercer o jornalismo no país, apesar das proibições legais. OK, isso sempre aconteceu no Brasil, mesmo quando as proibições eram mais rígidas. Mas Gomes quer saber também por que não há fiscalização do cumprimento do artigo 222 da Constituição, que trata do tema.

A resposta é óbvia e nem precisa de investigação: não se fiscaliza porque não interessa a ninguém fiscalizar. É uma questão interessantíssima, que deveria ser discutida a fundo: atende ao interesse nacional restringir a participação de capital estrangeiro nos veículos de comunicação? Mas é preciso abrir essa discussão rapidamente: já existem grupos estrangeiros prontinhos para entrar até mesmo em emissoras de TV, e com aliados dos mais poderosos.

 

A noite das diretas

Parece que foi ontem. E foi: dando uma arrumação na casa, o grande repórter Valdir Sanchez encontrou um esquecido caderno em que anotou o comportamento da redação do Jornal da Tarde no dia em que foi votada (e derrotada) a emenda constitucional das Diretas-Já. O jornalista Sérgio Vaz decifrou os garranchos de Valdir e montou um belo painel daquele dia em que as nossas esperanças temporariamente se esvaíram. Veja o relato no blog da Marli Gonçalves ou no de Sérgio Vaz.

Mas não fique muito triste. Pouco depois, conseguimos as diretas. E elegemos Fernando Collor.

 

Lembranças de glórias

É pura coincidência – e essa coincidência vai impedir que muita gente, inclusive este colunista, inclusive o ministro Miguel Jorge, participe das duas grandes confraternizações de fim de ano de equipes que marcaram época no jornalismo. No mesmo dia 27, almoços em São Paulo e no Rio reúnem jornalistas do Jornal da Tarde e do Jornal do Brasil, veículos que revolucionaram a imprensa brasileira e cuja influência se mantém até hoje. O JB já não é mais impresso, está apenas na internet; o JT trocou de público, tornou-se o irmão popular do Estadão. Mas ambos mantêm, em outros jornais, no rádio, na TV, na internet, as marcas que imprimiram na Comunicação no auge do seu prestígio.

O almoço do JB se realiza na tradicionalíssima Fiorentina, no Rio, a partir das 13h. É aberto: cada um com sua cartela, cada um pede o que quiser. O do JT é um rodízio na churrascaria Ponteio, no bairro do Jaguaré, com direito a uma disputa de boas cachaças: a ‘Dona Carolina’, produzida por Chico Santa Rita, e a ‘Espírito de Minas’, produzida por Gilberto Mansur.

Nos dois casos, vale matéria: o que está reunido no Rio e em São Paulo em boas matérias, em prêmios de jornalismo, em histórias sobre o jornalismo como ele é, dificilmente será encontrado em qualquer outro lugar.

 

Nosso gato social

Não, hoje não há ninguém como ele. Ricardo Amaral foi, primeiro, o criador do termo Jovem Guarda, que mais tarde identificaria um movimento musical, mas, inicialmente, era o nome de sua coluna na Última Hora paulista. Ali ele fugia da crônica social da época e contava bastidores, histórias da noite, grandes fofocas (e por isso, aliás, teve de sair de São Paulo: pelo que dizem, contou a história de um milionário que abriu o armário de seu quarto fora de hora e ali encontrou outro milionário, o que o levou a separar-se de sua esposa milionária e a contratar, a preços milionários, um grupo de arruaceiros para dar uma surra de criar bicho no colunista, que antes de ser apanhado mudou-se para o Rio).

No Rio, Ricardo Amaral trocou de profissão: abriu casas noturnas de sucesso, transformou-se no Rei da Noite, e formou com sua mulher Gisela o casal mais empreendedor da sociedade carioca.

Passou-se o tempo. E o lendário Ricardo Amaral decidiu de novo contar o que sabe, agora no livro Ricardo Amaral apresenta: Vaudeville – memórias. Fala de Vinícius de Morais, Brigitte Bardot, do baile de debutantes de Marta Smith de Vasconcellos, que mais tarde ficaria conhecidíssima com o nome de Marta Suplicy (e que naquela noite dançou a valsa com seu namorado, e futuro marido, Eduardo Suplicy), a jovem Maria das Graças, que venceu o Baile das Panteras e se tornaria conhecida como Xuxa, Danuza Leão, Samuel Wainer (seu primeiro patrão), Ibrahim Sued, Zózimo Barrozo do Amaral, Paulo Francis – e quem é que não circulava pela noite carioca de Ricardo Amaral?

Ricardo Amaral se transformou em personagem ainda em São Paulo. Foi citado numa música de grande sucesso, de Juca Chaves, ‘Nós, os gatos’ – ‘a exemplo do Ricardo Amaral/ sou um gato social/ um bichano disputado/nos telhados lá da Augusta (…)’ Lançamento: em São Paulo, dia 29, 19h, Livraria Cultura do Conjunto Nacional. No Rio, no dia 15 de dezembro. Mais perto da data prevista esta coluna dará local e horário.

 

Sem olhos em Gaza

Flotilha da paz? O cientista político Jorge Zaverucha, doutorado pela Universidade de Chicago, diretor do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas e de Criminalidade da Universidade Federal de Pernambuco, fala sobre as lutas entre árabes e israelenses, explica o surgimento do Hamas, analisa o uso político da flotilha. Sua visão nada tem dos clichês habituais: ele se aprofunda na análise do conflito. Prefácio de João Pereira Coutinho, colunista da Folha de S.Paulo; em anexo, a ‘Carta do Hamas’, traduzida diretamente do árabe. O livro Armadilha em Gaza sai pela Geração Editorial. Em São Paulo, foi lançado no início da semana. No dia 30, haverá autógrafos em Brasília, na Saraiva Megastore do Shopping Pátio Brasil. Em 15 de dezembro, às 20h, no Rio, na Instituição Cultural Hillel.

 

Venha ver nossos carnavais

Coisa bonita: 152 magníficas imagens do carnaval brasileiro, captadas nos últimos 12 anos pela fotógrafa francesa Catherine Krulik, que aqui vive. Há fotos do Rio, Salvador, Recife, Olinda, São Luís, até mesmo São Paulo. Nas palavras da autora, é a ‘liturgia do êxtase e festim para os sentidos’. O texto, em português, francês e inglês, é da jornalista Marli Gonçalves. A edição das imagens, da fotógrafa Maristela Colucci, editora da Grão. Lançamento na Livraria da Vila da Alameda Lorena, 1.731, SP, no dia 25, às 19h.

 

O mestre-sala dos mares

Em 1910, rebelião na Marinha brasileira, com os navios encouraçados bombardeando o Rio e sendo atacados pelos canhões das fortalezas. Na época, a Armada brasileira era uma das mais poderosas do mundo. Liderados por João Cândido Felisberto, os marinheiros promoveram a Revolta da Chibata, exigindo o fim dos castigos físicos. As autoridades concordaram com suas reivindicações, deram-lhes anistia e, em seguida, violando o acordo, passaram a persegui-los. João Cândido chegou a ser internado num hospício. É a história do Almirante Negro, herói da música ‘O mestre-sala dos mares’, de João Bosco e Aldir Blanc, que Fernando Granato conta no livro João Cândido, que será lançado terça-feira (23/11), das 19 às 22h, no Museu Afro-Brasil (Parque Ibirapuera, portão 10, SP). É uma história pouco conhecida, que faz entender melhor a História do Brasil.

 

Como…

De um grande portal noticioso:

** ‘Buraco negro mais jovem da vizinhança é descoberto pela Nasa’

Vizinhança?

 

…é…

E que seria de nós se não fosse o noticiário da internet?

** ‘Três dos colombianos teriam morrido. O tiroteio teria sido franco, aberto e no meio do rio Solimões, sem possibilidade de nenhum dos lados encontrar pontos de proteção para se esconder das balas. O confronto ocorreu na comunidade de Matrinchã, próximo a Codajás’.

Morreram ou não? O tiroteio foi assim ou alguém imagina que foi? E o confronto entre traficantes e policiais, ocorreu ou teria ocorrido?

 

…mesmo?

Beleza:

** ‘John Travolta tem medo de perder o parto do filho’

É uma oportunidade rara, que ele precisa mesmo aproveitar: quantas pessoas no mundo podem ver o filho parindo?

 

Mundo, mundo…

Existem coisas que só podem ocorrer nos Estados Unidos. Como esta: uma concessionária de caminhonetes da Florida decidiu oferecer de brinde um fuzil – um fuzil de verdade, um fuzil de guerra, um AK-47, usado por grande número de forças armadas do mundo. Vendeu o estoque de caminhonetes num só fim de semana. Mas não se preocupe: o fuzil só é entregue ao comprador depois que ele cumpre as formalidades legais para andar armado. Mas não são muito rígidas, não.

 

…vasto mundo

Como dizia este colunista, existem coisas que só podem ocorrer nos Estados Unidos.

** ‘Americano atira em TV por não gostar de ver filha de Palin dançando’

Bristol, filha de Sarah Palin, que foi candidata a vice de John McCain na eleição vencida por Obama, apareceu numa espécie de ‘Dança dos Famosos’ num programa da TV americana. O cavalheiro ficou irritado, disse que Bristol não era boa dançarina e atirou com sua espingarda na TV. Só faltava ter ganho a arma ao comprar a caminhonete – mas parece que não, ele já andava armado antes da promoção.

 

E eu com isso?

E chega: agora é só frufru.

** ‘Madonna revela que tem problema de piolho em sua casa’

** ‘Samara Felippo é vista no caixa eletrônico’

** ‘Panda mediúnico ameaça destronar o polvo profeta Paul’

A tarefa nem é tão difícil: afinal de contas, Paul morreu pouco depois da Copa.

** ‘Vera Fischer é vista comprando presentes no Rio de Janeiro’

** ‘Fernanda Lima e outros famosos são vistos em aeroporto’

** ‘De macacão justinho, Carolina Dieckmann se joga no junk food’

** ‘Jovem tenta tatuar seu nome com faca no pescoço do namorado’

** ‘Boninho chama jornalista de ‘fofoqueira podre’ no Twitter’

** ‘Rapper Snoop Dogg grava vídeo com chapéu de peixinho’

** ‘Atletas reclamam de biquínis usados por ‘cheerleaders’ na China’

São muçulmanos fundamentalistas do Iêmen e acham que as moças, sumariamente cobertas, os distraem. Como se vê, as coisas não são tão diferentes lá e aqui: atleta brasileiro também reclama dos biquínis, que obrigam a exercícios de imaginação.

 

O grande título

Esta semana privilegia aqueles que têm malícia na cabeça – o que, claro, não é o caso deste colunista, nem dos jornalistas em geral. Mas comecemos:

** ‘Criminoso com ‘Ronaldinho’ em calça é preso no México’

Deve ter sentido, deve ter sentido. E, conforme o Ronaldinho de que se esteja falando, as calças do criminoso devem ser bem grandes.

** ‘Site de namoro libera acesso a todas as suas ferramentas’

Talvez seja preciso entender um pouco mais de informática. Mas que o título parece ter duplo sentido, ah, isso parece.

** ‘Atriz explica para o namorado como é o beijo técnico’

Pura perda de tempo: há coisas que, se o sujeito ainda não aprendeu, vai passar a vida sem saber fazer.

E o grande título:

** ‘Livro dita 101 lugares para fazer sexo antes de morrer’

É livro para entrar rapidamente na lista dos indispensáveis. Este colunista pensou, pensou, conversou com alguns amigos, e ninguém conseguiu imaginar mais de cinco lugares para fazer sexo. E olhe lá!

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Jornalista, diretor da Brickmann&Associados