Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Pesquisa analisa consumo de notícias na rede social

É comum ver notícias no Facebook, mas isso faz parte de uma experiência acidental e não intencional, revelou uma pesquisa feita pela organização Pew Research Center, em colaboração com a Fundação John S. and James L. Knight, com mais de cinco mil adultos americanos. Nos EUA, 64% dos adultos são usuários do Facebook; destes, 30% consomem notícias na rede social. A maior parte deles não vai ao Facebook com esse fim, mas a grande maioria (78%) dos que consomem notícias no site as obtém por outras razões. Destes, apenas 22% acham a rede um canal importante para notícias e 4% dizem que é o canal mais importante para tal.

Segundo o estudo, o Facebook acaba expondo as pessoas a informações a que não teriam geralmente acesso. Enquanto apenas 38% dos usuários que acompanham notícias regularmente dizem que a rede é um modo importante para obtê-las, esse percentual sobe para 47% entre os que não acompanham o noticiário com frequência. Jovens de 18 a 29 anos representam 1/3 (34%) dos consumidores de notícias no Facebook e consideram o site uma fonte importante delas.

A natureza da rede social acaba expondo mais pessoas ao conteúdo noticioso. Quanto mais tempo se passa conectado, há mais probabilidade de se obter notícias no Facebook; 2/3 (67%) dos que usam a rede por pelo menos uma hora por dia têm acesso às notícias, comparado a apenas 41% dos que passam menos de uma hora.

Em relação ao consumo de canais noticiosos, aqueles que consomem notícias no Facebook acessam outras plataformas na mesma proporção do que a população em geral: 42% assistem ao noticiário local de TV e 23% a canais a cabo (na população em geral, estes índices são de 46% e 24%, respectivamente). No entanto, apenas 21% dos consumidores de notícias do Facebook leem jornais impressos, comparado a 27% da população geral.

Notícia e interação

Esse grupo costuma participar mais da rede social do que os outros usuários: 77% usam o Facebook para ver o que os amigos estão fazendo, comparado a 60% dos outros usuários; 49% usam o chat com amigos e familiares, versus 29%; e 26% postam atualizações pessoais, comparado a 9%. Além disso, quase 2/3 (65%) dos que consomem notícias visitam a rede social várias vezes ao dia, comparado a 29% dos outros usuários.

Quase metade (49%) dos consumidores regulares de notícias as obtém em seis ou mais temas diferentes – e o mais popular é entretenimento, seguido por notícias sobre sua própria comunidade, política nacional e governo, e esporte. Ainda assim, o Facebook não se tornou uma plataforma para notícias de última hora – apenas 28% dos consumidores de notícias acessam a rede para obter este tipo de informação.

Em relação à interação, 64% dos consumidores de notícias clicam algumas vezes nos links de notícias e 16% com mais frequência; 60% curtem ou comentam algumas vezes e 19% com mais frequência. No entanto, menos da metade (43%) posta ou compartilha links algumas vezes (10% com mais frequência) e 32% discutem temas com outras pessoas algumas vezes (6% com mais frequência). A maior razão (70%) pela qual as pessoas clicam nos links é interesse no assunto e 37% alegam que são motivados pela recomendação de um amigo.

Dos que consomem notícias no Facebook, 34% seguem organizações de mídia ou jornalistas na rede social. Estes usuários costumam ser mais ativos, clicando em links noticiosos (27% contra 10%), publicando ou compartilhando (16% versus 7%) e debatendo as notícias online (11% contra 4%).

O estudo, que é a primeira parte de um projeto sobre o papel das notícias no Facebook e em outras redes sociais, pode ser acessado aqui (em inglês).