Wednesday, 09 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Jornal americano testa modelo não lucrativo para sobreviver

Dois dos maiores jornais do estado norte-americano da Filadélfia passaram a ser controlados por organizações sem fins lucrativos depois que o antigo dono das publicações, o empresario H.F. “Gerry” Lenfest doou sua empresa jornalística para a Fundação Filadélfia. A doação incluiu os jornais Philadelphia Inquirer, o tabloide Daily News e também a página do jornal na internet.

É a primeira vez que um grande jornal norte-americano passa a ser não lucrativo numa experiência inédita na imprensa do país , num momento em que a maioria das publicações passam por grandes dificuldades financeiras resultantes da transição para um modelo digital.

Em 1978, o jornal regional Tampa Bay Times , então controlado pelo milionário Nelson Poynter, passou a ser gerenciado sem fins lucrativos pelo Instituto Poynter, de São Petersburgo, na Florida.  Na época, o Tampa Bay Times dava muito lucro e seu dono queria usar a lucratividade para financiar o Instituto Poynter, especializado em estudos sobre jornalismo.

A experiência do Philadelphia Inquirer vai ser acompanhada de perto por todos os demais jornais norte-americanos porque há muita curiosidade para ver se o modelo não lucrativo pode ser aplicado com sucesso à empresas jornalísticas.

Reproduzimos um trecho da análise da revista The Atlantic sobre o modelo não lucrativo na indústria de jornais e revistas:

It was thought that newspapers were licenses to print money,” said Richard Tofel, a news-publishing veteran and the current president of ProPublica. “So Mr. Poynter gave his license to print money to this nonprofit that would engage in all sorts of civic activities.”

What you’ve seen—and Poynter has been quite transparent about this—is as the newspaper’s profits have faded, the nonprofit has been endangered,” he said.

Nonprofit upstarts like ProPublica also don’t serve as useful comparisons. ProPublica had the benefit of starting as a fresh entity, and it has none of the financial and logistical baggage that accompanies a legacy paper.

In a print newspaper, an order of magnitude— 85 percent of the costs—are probably spent on things other than news, and only about 15 percent is spent on news,” Tofel told me. “In our operation, conversely, 80 percent of the money we spend, we spend on news. So as a nonprofit investment, you get a heck of a lot more investment for your charitable buck in digital.”

Josh Benton, the director of Harvard University’s Nieman Lab, echoed Tofel’s thoughts. “The Marshall Project is not a new desk at The New York Times covering criminal justice,” he said. “Because as wonderful as The New York Times is, there are elements of its structure, its workflows, its business obligations, its distribution patterns that are tied to being a newspaper.”

A íntegra do artigo pode ser lido em Will More Newspapers Go Non Profit?