
Como as questões de gênero são tratadas pelo jornalismo, seja na composição das redações, seja pela cobertura? Esse é o tema do webinário Jornalismo e Gênero: quem conta a história, muda a História, que será realizado pelo Observatório da Imprensa na próxima segunda-feira, dia 27 de outubro, com transmissão ao vivo pelo YouTube do Projor, às 19h.O debate terá a participação de três convidadas especialistas no tema e condução da editora do Observatório da Imprensa, Denize Bacoccina.
São elas: Helena Bertho, jornalista com 15 anos de experiência em cobertura de gênero e cofundadora e diretora de Estratégia da Revista AzMina; Vitória Régia da Silva, jornalista especializada em dados e na cobertura de gênero, raça e sexualidade, diretora-executiva da Gênero e Número e vice-presidenta do Conselho da Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e Sanara Santos, da Transmídia.
Pesquisas sobre o perfil das redações mostram que as mulheres são a maioria na categoria – 57,8% do total, segundo o Perfil do Jornalista Brasileiro 2021, da Universidade Federal de Santa Catarina – mas ainda ocupam uma minoria dos cargos de chefia. O perfil racial, pela mesma pesquisa, também mostra uma grande maioria de mulheres brancas (67,8%), enquanto pardas representam 20,6% e pretas 9,3%.
A pesquisa “Mulheres no Jornalismo Brasileiro”, realizada em 2017 pela Gênero e Número e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, mostra um cenário de discriminação de gênero e assédio. 70,2% das respondentes afirmaram que já presenciaram ou tomaram conhecimento de uma colega sendo assediada em seu ambiente de trabalho, seja por colegas ou superiores. Mais de 70% também relataram já ter ouvido comentários ou piadas de natureza sexual sobre as mulheres e receber cantadas.
Ao serem questionadas se alguma vez tiveram sua competência questionada por colegas ou superiores pelo fato de ser mulher ou viram uma colega passar por isso (exemplo: “mas essa matéria é muito complicada para uma mulher realizar”, “foi você mesma que conseguiu essa pauta?”), 7,5% disseram que isso já aconteceu ao menos uma vez, 41,8% mais de uma vez e 12,4% contaram que sempre acontece. Apenas 34,3% disseram nunca ter testemunhado ou sofrido com esse tipo de comentário.
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